9. A realidade

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Me jogo na cama ainda de toalha e disco o número de Luís. Precisava conversar com ele.

— Alô?

— Oi, sou eu..

Ele dá uma risadinha fraca. Puta que pariu! Eu gosto muito desse garoto.

— Oi amor, já chegou?

— Já sim... — suspiro — A gente precisa conversar.

— Precisamos mesmo. Eu fui um idiota com você ontem, sempre faço tudo errado né? 

— Relaxa, já passou..

— Não, não passou.

Droga Luís, você não está ajudando.

— Passou sim Luís, eu preciso te contar uma coisa..

— O que?

— Eu me interessei por um garoto esse final de semana.

A ligação ficou muda.

— Eu sei que você vai ficar puto, vai querer terminar comigo, mas eu não sei... Tô confusa! 

— Eu não vou fazer isso. — ele deu uma pausa, e as lágrimas já escorriam pelos meus olhos — Eu também precisava te contar que eu conheci uma garota que eu fiquei interessado, mas sei lá, não achei que fosse nada demais até porque eu sei que você é a mina que eu gosto, foi só um interesse bobo amor.

— Mas Luís, se formou um interesse significa que ambas partes não estão contentes com o relacionamento que temos. 

— Mas eu te amo, Aléssia! Não quero trocar você por nenhuma outra mesmo que nosso relacionamento esteja ruim, eu prefiro continuar e concertar com você.

— Eu não sei se é o melhor a se fazer, preciso pensar.

— Amanhã a gente conversa melhor na escola, pode ser?

Pergunta.

— Tudo bem... — suspiro — Vou dormir agora, boa noite.. É, eu te amo.

— Eu também te amo minha linda, dorme bem.

Sorrio de lado e desligo. Limpo minhas lágrimas e vejo que tenho uma mensagem pendente;

Artur (22h34): Boa noite dorminhoca, dorme bem!

Droga, querem acabar comigo!

(...)

No dia seguinte ao chegar no colégio, vi minhas amigas conversando num banquinho perto da entrada da sala.

— Bom dia raparigas. 

— Bom dia, feia! — Mirelli respondeu.

— Demorou pra chegar hoje... Luís tava todo agoniado vindo toda hora perguntar pra gente. — July disse.

— Eu me atrasei um pouco, mas enfim, cadê ele?

— Tá ali conversando com o seu primo.

Assento e vou até os meninos. Eu conheci Luís através do meu primo Hugo. Eles eram bem amigos e como eu sou considerada praticamente irmã de Hugo, acabei me aproximando e por fim me apaixonando.

— Bom dia.

Digo sorrindo. Beijo a bochecha de Hugo e o pescoço de Luís. Luís segura minha mão e beija a mesma.

— E aí chata.. Nem foi lá em casa esse final de semana. — Hugo falou.

— Não tive muito tempo, — dei risada — era aniversário da Rebeca.

— Ah, tô ligado... — Hugo, como um bom entendedor notou o clima que estava entre Luís e eu — Tô indo pra sala.

Nós assentimos e Luís ficou de frente para o meu corpo. Segurou na minha cintura de leve e passou os dedos no meu rosto.

— E aí..

— Precisamos conversar antes de qualquer coisa, Luís.

Tento me afastar mas ele me puxa pela cintura novamente.

— Não fica diferente comigo, por favor.

O sinal toca.

— Vamos pra sala.

Puxo-o pela mão e caminho pra sala. Sim, ele é da mesma turma que eu. Tudo pra me ajudar!

Fantasma do Meu CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora