Capítulo 3

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Mike tinha em suas mãos a maior resposta da sua vida. Contudo como usurpa-la se ele não sabia exatamente qual pergunta fazer?.

O maior problema é que a vida gira em torno de dúvidas, e se você tem algo que pode as retirar, qual é a graça de viver?!.

Pena que Mike aprendeu isso tarde demais.

O poder nos cega.

— Quem é você, de verdade?! — pergunta Mike enquanto seca o suor que estava escorrendo por sua testa — e também pelo resto do seu corpo.

Ele havia corrido para o outro lado do quarto após o ataque do professor maluco. Mike achava que estava em uma distância segura.

A garrafa brilhou em suas mãos e com os dois homens estáticos, o jovem abriu o pergaminho.

"John Paul Barrett. Professor formado em línguas estrangeiras."

"Caçador da Galie e dos segredos que ela traz. Faz parte do grupo 'CDT', caçadores dos tesouros, que inclui está garrafa."

"CDT - Inimigos de qualquer um que estiver com a Galie. Alto índice de violência."

Eram bastantes informações para o jovem Mike. Porém agora ele sabia com quem estava lidando.

— Quer saber quem eu sou? Pois bem!— diz acompanhado de uma pausa. — Eu sou seu tio, Mike. Irmão do seu pai — Mike não acreditava no que acabara de ouvir.

Não é verdade!

Não pode ser verdade...

— O quê?! — exclama o jovem atônito. — Não é possível! Meu pai sumiu desde...— Mike é interrompido.

 —Desde que você tinha dois anos. Eu sei, fui eu quem ficou ao lado da sua mãe, ajudando-a a criar você, "o grande protetor".  eram muitas informações de uma vez só para o Mike.

Como ele poderia tê-lo criado se Mike não o conhecia e nem lembrava-se dele?!

Contudo, a maior aflição neste momento, é lembrar da sua falecida mãe. Ninguém é digno de tocar no nome dela, não depois do seu assassinato brutal.
Era tão bela. Com seus cabelos castanhos e ondulados, seus olhos cor de mel e sua pele macia e branca. Infelizmente Mike não se parecia nem um pouco com ela, a não ser pelo seu sorriso. Mike pode ser considerado a cópia de seu pai, para o seu desagrado. Seu pai era alto, com cabelos morenos e lisos, e olhos azuis.

Após lembrar da sua família, o jovem lembrou-se também de uma coincidência um tanto estranha. Ele tinha uma marca de nascença na parte esquerda do seu abdômen, bem acima do seu coração, e a marca é exatamente igual a o formato de uma garrafa.

Todas as peças estão se encaixando.

— Então por que você está contra nós? Quer dizer, contra mim...— pergunta sabendo que é o único protetor que resta.

Sua mãe deveria ter sido uma protetora também. Morreu para proteger essa maldita garrafa.

Se eles fossem uma família normal, ela poderia estar viva até hoje. E ele não teria de viver como um órfão na casa da sua tia.

E com os seus três filhos...

E todos os seus namorados...

Ela era uma pessoa boa, cuidou dele desde o incidente, contudo ela não tinha tempo para mais uma criança carente.

Além do seu vício pelos cigarros.

— Porque eu sempre achei errado entregar todo esse poder a uma criança como você que não sabe nem como usá-lo — diz irritadiço.

O Garoto e a GarrafaOnde histórias criam vida. Descubra agora