A manhã de Roberto Riveira

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Ele acordou às 5:15 da manhã. Escovou os dentes, abriu a cortina devagar para ver se tinha alguma coruja - e, felizmente para ele, não tinha -, vestiu seu terno e foi até a empresa. Roberto era de fora, morava em cidade grande, mas decidiu ir para um lugar mais calmo (e onde poderia lucrar mais). Tinha cabelo preto, mas era calvo, seu corpo era tão magro e esguio que suas roupas mal serviam.
Os operários chegaram às 6:00 da manhã e foram trabalhar na construção de móveis. Roberto odiava o barulho das serras e dos martelos, então saiu do escritório em que estava e foi em direção à porta, onde a abriu e atravessou. Pegou um charuto, cortou a ponta, acendeu com o isqueiro que sempre guardava no bolso e encostou suas costas na parede do seu próprio negócio. Ficou olhando as pessoas que iam e vinham, até se deparar com alguém diferente. Alguém que exalava algo negativo que Roberto sentiu como uma onda no peito.

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