Ele andou até meu lado e se sentou na cadeira vaga que estava ali. Ele sorriu para mim e enquanto a professora passava a matéria no quadro, ele começou com as várias perguntas e tudo o que eu queria, era fugir dali.
-Olá! Eu sou o Noah! Prazer! -Ele esticou a mão enquanto eu ainda encarava a minha mesa. O olhei lentamente, tirando os fios de meu rosto e os prendendo atrás da orelha. Ele ainda não me reconheceu.
-Lola... -Digo esticando a mão e o cumprimentando. Ele sorri e eu tento mas não consigo. Apenas viro meu rosto e volto a escrever.
-Você estuda aqui a quanto tempo!? -É serio que ele quer puxar assunto?
-Quase 3 anos...
-E veio pra cá por quê? -Nós brigamos antes dele saber que eu iria me mudar então é provável que não saiba.
-Minha mãe foi transferida.
-E ela trabalha com o quê?- essas perguntas estão me irritando.
-Peixes, e essas coisas. - Minto. Minha mãe é oficial da marinha, se eu falar, fica na cara.
-Legal! Seu cabelo é da hora!
-Valeu.
-Você fala bem pouco.
-É.A professora se vira e começa a explicar a matéria e eu dou graças a Deus. Jogo o cabelo na cara e continuo tentando disfarçar.
Ele não vai me reconhecer. Jamais. À última vez que nos vimos eu tinha 14 e ia fazer 15, e agora, estou quase completando 18. Meu cabelo era crespo, volumoso, curto e ressecado, e agora, ele é liso, longo, tem brilho e é rosa e verde. Minhas sobrancelhas que pareciam duas taturanas no meio da minha cara, agora são finas e arqueadas. Minha boca vive contornada, o que lhe faz parecer maior. Além da cirurgia que fiz no nariz assim que me mudei pra cá por causa de um desvio que tinha, o que acabou afinando-o. Eu era magra demais, e claro, conforme os anos passaram, eu ganhei mais corpo, lógico. Até tatuagem eu tenho, nas minhas costas, quase não da pra ver por causa do cabelo, mas é um filtro de sonhos lindo.
Claro, pelo meu nome seria fácil dele me reconhecer, mas sabe quando um apelido se torna tão famoso que as pessoas nem lembram seu nome? É assim comigo. Não só os meus amigos, mas a escola inteira, os professores, e até mesmo a diretora, me chamam de Lola. Eu sou a Lola.
Quando a aula acaba, vou para a cantina com July, Ana e Emma. Ao chegar lá, Noah resolve se enturmar com os garotos, aleluia!
-E ai, o que acharam do garoto novo!?
-Ai ele é lindo!
-Tudo!
-Não o achei tudo isso!- Digo.
-O quê!?- Grita Ana.
-Lola, ele é lindo, um arraso, olha aquela franja, olha aqueles olhos azuis!! -Todas elas olham para ele, inclusive eu, e é quando notamos que ele está me fitando com seus olhos.
-Ai meu Deus amiga!!! Ele está olhando pra você!! -Fala Emma dando pulinhos na cadeira.
-Não está!- Eu sabia que estava, mas não admiti.
-Ta sim! Ai olha! Ele desviou, ele olhou pra baixo, ele ta a fim de você!! -Grita Ana.
-Ta maluca?- Pergunto.
-Lola, foi você quem nos ensinou que quando um garoto nos encara e depois olha pra baixo, é porque ele está a fim de nós!
-Ta, mas acontece que todo mundo me olha assim July! Meu cabelo chama a atenção, é normal que as pessoas me encarem!
-Ah é!? Então por que ele ta vindo na sua direção!?-Meu coração acelera e eu não acredito em Emma.
-Espera o quê!?- Pergunto desesperada.Olho pra frente largando meu smothie de laranja e morando e noto que ele anda até nossa mesa, acompanho de outro aluno, o Matt.
-E ai garotas!? -Pergunta Matt.
-O que tu quer!?- Pergunto impaciente.
-Ih alguém acordou com o pé esquerdo hoje!-Zoa Matt e eu continuo sem olhar Noah nos olhos. -Meninas, vou dar uma festinha particular hoje lá em casa, se é que me entendem! Vocês estão convidadas, e nosso novo amigo estará lá!
-Estarei...?- Ele pergunta perdido.
-Claro!
-Pois eu só irei, se a senhorita Lola for! -Sério isso!?
-Pois saiba que se o senhor Noah for, eu que não irei! Da licença!Pego minha bolsa da cadeira ao lado e saio da cantina dando passos rápidos e pesados querendo sair logo dali enquanto todos me encaram confusos sem entender o que eu fiz.
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Meu estúpido melhor amigo
Teen FictionMeu nome é Leticia, mas eu não gosto entao as pessoas me chamam de Lola. Tenho 16 anos, tenho meu cabelo metade rosa e metade verde, liso até a o fim das costas, e eu sou digamos que popular no meu colegio. Minha vida era perfeita, intercâmbio, inde...