Stranger Things

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Primeiro, você é trazido ao mundo sem consentimento.

Segundo, desde bebê você é ensinado a se habituar a certos costumes, culturas e princípios. Novamente, sem consentimento.

Terceiro, as pessoas te dizem como você deve agir e quais caminhos seguir.

Mas ninguém realmente te ensina como vai ser a realidade.

Você é jogado em mar aberto e tem que aprender a nadar para sobreviver.

As avalanches te afogam e te arrastam para lugares inimagináveis por lutar contra.

E é aí que você para pra pensar e se pergunta: eu realmente tive que passar por tudo sozinho com algum propósito maior?

- A sua paciente te beijou no primeiro dia? - Dinah Jane questionava Camila enquanto ambas faziam uma pausa na sala da latina. - Por que essas coisas não acontecem comigo?

- Idiota! - A latina acusou, jogando uma caneta de sua mesa direto na amiga deitada em seu sofá. - Deixa Normani saber disso.

- Nem se atreva, Karla! - A mais alta se sentou em um pulo, ocasionando uma risada na latina. - Mas então, por que ela te beijou?

- Segundo Jackson, ela criou a imagem de uma garota como uma forma de pedir socorro. Ou seja, ela materializou o seu próprio anjo da guarda e isso é incrivelmente raro - Camila contou com certo tom de fascínio, notando Dinah concordar. - Normalmente as alucinações aparecem para agravar o quadro, instigando os pacientes a fazerem coisas ruins ou acreditarem em realidades paralelas onde há conspirações contra ele. São figuras ruins, e não boas.

- Espera... - Dinah franziu o cenho, olhando seriamente para a amiga. - Está dizendo que essa mulher acha que você é a garota dela?

- Estranho, não é? - Riu fraco. - Além de ter criado uma imagem boa e ter reagido com um gesto de afeto, o que é muito difícil em pacientes com esquizofrenia, ela me chamou de Camila.

- Oh, não... Isso vai complicar o tratamento dela.

- Só os mais próximos me chamam de Camila, aqui na clínica e em todos os lugares as pessoas me chamam de Karla ou Dra. Cabello - a latina explicou a sua curiosidade, recostando completamente em sua cadeira e fitando o teto branco.

- Ah é, isso é muito estranho.

- Mas sabe o que é mais estranho? - Camila murmurou pensativa, se lembrando do momento em que teve aqueles lábios rosados sobre os seus, mesmo que banhados por lágrimas.

- O que? - A polinésia questionou, curiosa.

- Eu gostei do beijo.

Goodbye LullabyOnde histórias criam vida. Descubra agora