Oh my god

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- Oh meu Deus, oh meu Deus, oh meu Deus...!

Lauren andava pela cozinha inteira com as mãos infiltradas nos cabelos e o rosto avermelhado de pânico.

- Amor, se aca-acalma - Camila pedia, em uma tentativa falha.

Sabia que Lauren não poderia ter uma crise de pânico ali, não naquele momento, não quando ela estava prestes a dar à luz.

-... Oh meu Deus... O que eu faço? Eu nã-

- LAUREN! - Camila bradou com a respiração ofegante. - Pega a bolsa e chama alguém pra dirigir!

- Ok... - a hispânica parou de andar e observou a esposa, arregalando os olhos com os gritos que começavam a surgir. - Eu devo pegar a sua bolsa ou...?

- Não, né Lauren! - Repreendeu, entre gemidos grotescos. - Pe-Pega a bo-bolsa dos bebês!

- E o carro...

- VAI, LAUREN!

Os olhos verdes saltaram outra vez e ela saiu correndo na mesma hora, chamando a atenção da família que estava do lado de fora já preocupados com os gritos de Camila.

Lauren implorou que lhes ajudassem e em seguida saiu correndo outra vez, saltando os degraus da escada sem ao menos olhar.

Não estava se preocupando em cair e se arrebentar, só queria cumprir o pedido de Camila e levar a sua esposa para o hospital em segurança.

Encontrou a bolsa azul que estava pronta a uma semana e novamente saiu correndo, chegando na cozinha e não encontrando a esposa.

- CAMILA? - Chamou, olhando para todos os lados e entrando em pânico. - Oh meu Deus, ela nã

- Lauren querida, Brandon levou ela para o carro - Clara disse calmamente, acariciando as costas da filha na intenção de tranquiliza-la. - Vai ficar tudo bem, ok? - A mais nova assentiu algumas vezes, ainda com a respiração ruidosa. - Camila e seus filhos precisam de você agora, então não entra em pânico - alertou, acariciando seus braços e se inclinando para beijar sua testa. Lauren suspirou profundamente ao fechar os olhos e tentar se acalmar, aceitando o carinho da mãe. - Agora vá, Lo. Vá que a felicidade não espera, minha filha!

Lauren abriu um sorriso largo e abraçou a mãe com força, voltando a correr em seguida, mas para fora de casa.

Brandon estava ajoelhado ao lado da porta do carro, segurando a mão de Camila com um sorriso tranquilizador e dizendo para ela iniciar o processo de respiração.

Lauren agradeceu ao primo e disse que a partir dali ela dava conta, entrando pelo outro lado do carro e segurando na mão da esposa.

Brandon fechou as portas de ambas e Troy, que estava dirigindo, deu partida no carro.

O restante da família vinha logo atrás com Alejandro e Dinah.

Eles entraram no hospital chamando a atenção de todo mundo devido a tamanha afobação, para no fim, mandarem Camila para uma sala.

A latina estava deitada tomando remédio para a dilatação, choramingando de dor e desesperando Lauren.

- Isso aqui é pra eu sentir dor, amor - Camila lhe explicava, mesmo que naquele instante ela não quisesse abrir a boca para nada além de gemer de dor. - Eu preciso sentir dor pra eles nascerem.

- Mas isso é injusto, deveria ter uma forma! - Rebatia indignada, mordendo o lábio e batendo o pé no chão.

- Está tudo bem... Eles vão nascer fortes e saudáveis, isso que importa - a tranquilizou, entrelaçando seus dedos. - Já já passa.

Mas não passou.

1 hora se foi.

2 horas se foram.

3 horas se foram.

4 horas se foram.

E então, finalmente, Camila foi direcionada para a sala de cirurgia.

Todos desejaram boa sorte as duas e esperaram na sala de espera, enquanto Lauren vestia a roupa adequada para assistir ao parto.

- Olhe pra mim o tempo todo - Camila se esforçou para dizer a ela, vendo-a assentir e segurar sua mão. - Não de-deixa ela olhar! - Disse à médica que já se posicionava entre suas pernas.

A mulher riu e iniciou os processos, pedindo para que ela fizesse força.

Lauren jurava que seus dedos virariam pó com tamanha força que Camila exercia sobre eles.

Ela não sabia para onde olhar... Sua preocupação com Camila a fazia olhar para a esposa a todo instante. Mas a ansiedade a estava corroendo há muito tempo!

A hispânica não se aguentava de curiosidade e vontade de olhar seus filhos, pega-los em seu colo e mima-los o quanto podia.

Mas era repreendida sempre que tentava olhar pelo pano azul que separava a sua esposa da obstetra.

Choramingava e se chacoalhava a cada instante, já nem sentindo os dedos que Camila esmagava a cada segundo.

E então, finalmente, depois de toda aquela agonia ela ouviu... um choro ecoando por toda a sala.

Fora requisitada para cortar o cordão umbilical e depois disso uma enfermeira tomou seu filho nos braços e o levou para longe de si, não a dando chances nem mesmo para que ela olhasse em seu rostinho.

Estava prestes a gritar com aquela mulher e fazê-la trazer o seu bebê de volta, quando o segundo choro ressoou.

Novamente ela cortou o cordão umbilical e a enfermeira levou o bebê para longe, deixando-a furiosa.

- Lolo, calma! - Camila pediu imediatamente ao notar que a esposa estava entrando em um estado de autodefesa, prestes a fazer algo extremo para "proteger" os bebês. - Elas só vão limpar eles.

A latina em sua expressão exausta, respirava agora com mais calma, recostada na cama e com um sorriso enorme no rosto ao ouvir os choros dos bebês.

Lauren a olhou e, simples assim, se acalmou e confiou no que sua esposa lhe disse. Se postou ao seu lado e depositou um beijo longo em seus lábios, se afastando somente para que as enfermeiras colocassem os bebês nos braços de Camila.

- Oh meu Deus, eles são tão lindos! - Camila exclamou com os olhos marejados, olhando de um para o outro encantada.

- Claro que são, eles puxaram a mama - Lauren disse, acariciando os cabelos castanhos do bebê mais próximo e sorrindo ao notar Camila deslizando seu nariz pelo pequeno narizinho do outro. Os choros imediatamente cessaram e os bebês apenas se acomodaram aos carinhos das mães, deixando-as ainda mais apaixonadas. - Como eles vão se chamar?

Camila levantou o olhar para a esposa com o sorriso nunca diminuindo em seu rosto, deixando uma lágrima correr sem controle por sua bochecha.

- Michael e Christopher.

Goodbye LullabyOnde histórias criam vida. Descubra agora