Soulmate

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Hey, meus amores!
O capítulo de hoje é maior que os normais, então, é possível que esse seja o único de hoje.
Espero que gostem... Boa leitura ^-^

Naquela noite o destino agira mais uma vez.

Camila estava de plantão, estudando a respeito de uma certa paciente.

Lauren havia lhe intrigado como nenhuma outra pessoa.

Ela tentava a todo custo entender o que se passava pela mente da hispânica e o que a tornava tão diferente dos outros pacientes. Por isso ela decidiu que seria melhor acompanhar de perto o máximo possível.

Estar de plantão naquela noite veio a calhar.

- Doutora? - Uma enfermeira bateu em sua porta com feições transtornadas em suas bochechas coradas pelos movimentos rápidos e repetitivos. - A senhorita precisa vir comigo.

Camila ergueu os olhos dos papéis em sua mesa e franziu o cenho ao encarar a colega de trabalho, se levantando rapidamente.

- O que houve, Sra. Marin? - Questionou, repousando seus óculos de leitura sobre a mesa e já seguindo a mulher.

- A sua paciente...

Camila a olhou alarmada enquanto elas andavam apressadamente pelos corredores.

Sim, a latina havia abdicado de ter outros pacientes para focar somente em Lauren.

A influência do Sr. Jauregui a estava proporcionando o melhor tratamento, mesmo após a sua morte.

- Ela teve pesadelos durante o sono e começou a se debater e gritar coisas como "não morra", "não me deixe", "larguem ela", "deixem a minha família em paz"... - Sra. Marin explicou, com certo tom de pesar. - A acordamos e tentamos medica-la para ela ter uma primeira noite melhor de sono, mas ela se tornou muito agressiva e os enfermeiros estão segurando-a para que ela não se machuque. Achei que seria melhor te chamar.

- Fez certo - a latina afirmou, suspirando ao começar a ouvir os gritos de Lauren. - Enquanto conseguirmos acalma-la sem medicação, é o melhor a ser feito. Lota-la de sedativos não me parece uma boa, ela só estava assustada.

Camila estava convicta de que não precisava abordar um método de tratamento tão invasivo com Lauren.

A hispânica já havia demonstrado sentir mais que o normal em pacientes com o mesmo transtorno, Camila priorizava isso.

- CAMILA! - Lauren bradou assim que viu a médica na porta do quarto, empurrando os enfermeiros com ainda mais força que antes. - ME SOLTEM, SEUS DESGRAÇADOS COVARDES!

- Doutora, é melhor a senhorita ficar longe - um dos enfermeiros orientou, desviando de um tapa da hispânica. - Nós podemos aplicar tranquilizante, ela não parece que vai acalmar tão cedo...

- VOCÊS NÃO VÃO COLOCAR NADA EM MIM, MUITO MENOS EM CAMILA! - Lauren gritou com todas as forças e todos ali notaram que a presença da latina apenas intensificava as reações da mulher. - DEIXEM ELA EM PAZ!

- Doutora... - o enfermeiro voltou a avisar quando a latina se aproximou mais.

- Vocês não vão aplicar nada - ela disse calmamente, odiando o quanto eles pareciam querer tratar Lauren como algum tipo de animal. - Ela não vai me machucar.

- É claro que não - Lauren falou mais baixo pela primeira vez, revirando os olhos, mas ainda se debatendo. - Camila, você precisa sair daqui, eles vã-

- Shhh... - a doutora pediu, se aproximando e tocando uma das bochechas da hispânica, notando-a diminuir os movimentos. - Está tudo bem, eles também não vão me machucar, Lauren. E nem a você - a hispânica parou de empurra-los com a respiração ofegante, mas ainda os encarando desconfiada. - Você precisa confiar em mim, ok? Solte eles.

Lauren encarou as esferas achocolatadas e encontrou somente a sinceridade de sempre, sentindo toda aquela segurança que Camila lhe trazia.

Lentamente, ela soltou as mãos dos braços fortes dos enfermeiros, que agora continham linhas finas e vermelhas causadas pelas unhas da hispânica.

- Me deixem sozinha com ela - Camila pediu, sabendo que Lauren jamais se sentiria confortável e segura com eles por perto, já que ela considerava eles como uma ameaça. - Viu? Está tudo bem - reforçou assim que todos saíram, segurando na mão de Lauren e a puxando calmamente para se sentar na cama. - Você teve pesadelos?

- Não sei se eu deveria chamar de pesadelos quando eles são reais.

Lauren abaixou a cabeça, deixando que os fios negros cobrissem o seu rosto feito uma cortina.

- Lauren... - a latina a tocou outra vez, mesmo sabendo que não deveria, levantando o seu rosto pelo seu queixo para que pudesse olha-la nos olhos. - Com o que você sonhou?

- Os piores dias da minha vida - a hispânica murmurou, ao tempo em que uma lágrima escorria livremente pela sua bochecha, sendo secada pelo polegar da latina. - Quando eu perdi o meu pai e o meu irmão, e depois...

- E depois...? - A latina a incentivou, notando-a desviar o olhar.

- Você.

- Eu? - Camila franziu o cenho, confusa. - O que quer dizer?

- Que eu perdi você, Camila - confessou, olhando-a nos olhos dessa vez sem constrangimento. - Te perdi por estupidez minha e agora eles te trouxeram pra cá, e eu não quero nem imaginar o que vão fazer com a gente. É tudo culpa minha... tudo. Você precisa fugir e se salvar, Camila. Não posso suportar te perder pra sempre.

A latina se sentia totalmente atordoada com tudo o que estava ouvindo, mas sabia que aquilo era o transtorno corrompendo os seus pensamentos.

Por mais que certas partes soassem completamente boas.

- Lauren, você se lembra do que o Dr. Jackson te disse antes de vir pra cá? - Questionou, cautelosamente. - Você está aqui pra melhorar e ninguém está tentando te machucar, de jeito nenhum. Todos aqui queremos o seu bem. E essa garota com quem você sonha... Ela está bem, em seja lá onde esteja, mesmo sendo uma alucinação. Me entende?

- Sim, mas... - a hispânica franziu a testa, correndo os olhos afoitos pelo rosto da latina. - Isso não faz sentido. Você está aqui! Você é ela, você é a Camila!

- Existem muitas Camilas no mundo, como tem certeza de que sou eu? - Sorriu de lado, em tom de divertimento e sem ao menos entender o seu comportamento estranho em frente a sua paciente. - Ela poderia ser parecida, mas por que seria eu?

- Me diz você... - retribuiu o sorriso, fixando os olhos verdes sobre os da latina e desnorteando-a por longos instantes. - Por acaso a sua cor favorita é azul? - Camila arqueou a sobrancelha e abriu a boca para contestar, mas a hispânica não lhe deu brecha. - Você gosta de qualquer tipo de música, contanto que seja boa. Suas comidas favoritas são pizza e banana, se tiver pizza de banana é ainda melhor. Você prefere cachorros porque gatos te dão arrepios e você tem medo de trovões, de lugares fechados e escuros, mas principalmente de perder quem você ama - a latina estava totalmente atônita diante de Lauren, que sorria vitoriosa. - Acertei?

- Como isso é possível? - Camila sussurrou com os olhos saltados nas órbitas. - Você é a minha paciente com esquizofrenia, eu acabei de te conhecer... Isso... Isso não faz sentido.

- Você acredita em almas gêmeas? - Lauren indagou entre um suspiro.

- Você acredita? - Camila rebateu, olhando-a fixamente.

- Passei a acreditar depois que eu te conheci.

Goodbye LullabyOnde histórias criam vida. Descubra agora