Capítulo 6

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Confesso que eu amo escrever. Sinto uma admiração imensa por quem escreve livros e mais livros, ou simples frases que façam sentido. Quando não tenho nada para fazer, eu me ajeito em algum lugar calmo, sento ou deito, e escrevo. Muitas vezes começo falando coisas sem sentido, mas logo no final, o sentido aparece... Fazendo brotar das pequenas palavras, grandes sentimentos.

Sabe por que eu escrevo ? Porque é assim, somente assim, que surge a coragem, ou talvez a audácia, de colocar tudo pra fora. Escrevendo eu digo tudo o que penso, sobre o mundo, ah esse mundo, um eterno mar de futilidades. Sobre as pessoas, que cá entre nós, são um saco! Sobre sentimentos, que em mim não faltam. E sobre mim, que nem sei quem sou.

Confesso que eu amo o silêncio. Nele não ouço nada. Dele não sinto nada. E mesmo assim ele me faz sentir tudo. Memórias voltam.. Me fazendo ter certezas incertas que nem sei se existem. O silêncio é tão vazio, tão medonho, mas ao mesmo tempo tão perfeito. Existe um silêncio aqui, morando em mim a muito tempo. Não importa o mundo lá fora, não importa os estrondos ou se tudo estiver desabando.. Eu me concentro em mim, no meu silêncio, e me sustento. Me crio devagar. Revejo meu passo lento. Faço coisas que em sã consciência, jamais faria. É no meu silêncio que eu me encontro, é nele que eu fujo. É ele o meu refúgio.

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