18-Um gesto de amor

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Pov's Punzi

Os homens colocaram Flynn numa maca e o arrastaram para dentro do hospital às pressas. Eu os segui, com meus pais em alcanço.

Assim que eles atravessaram outra porta, uma enfermeira me segurou, impedindo-me de prosseguir.

- Me solta! - pedi me debatendo - Flynn!!

- Alteza! Ele está indo pra sala de cirurgia! Vai ter que esperar! - alertou.

Me soltei e recuei pra trás, passando as mãos nos cabelos aflita, enquanto as lágrimas desciam pelo meu rosto.

Ouvi meu pai dizendo aos guardas para não deixarem nenhum repórter entrar. Era muita coisa ao tempo. A foto no jornal, a morte da Gothel, o Flynn...

Me sentei em uma das cadeiras e fechei os olhos, deixando as lágrimas correrem livremente pelo meu rosto.

Por favor Flynn. Resista.

(...)

Horas depois...

Eu e meus pais nos levantamos quando um médico se aproximou de nós.

- Então doutor? - perguntou minha mãe aflita.

Ele suspirou.

- Lamento Majestade, ele faleceu - declarou.

- NÃO! - gritei desesperada levando as mãos à cabeça - Não! Não! Não! - exclamei angustiada deixando mais lágrimas escorrerem pelo meu rosto.

- Não podem fazer mais nada? - perguntou papai afastando o médico pra longe.

- Jeremy, leve Rapunzel pro jato imediatamente - pediu mamãe cautelosa ao um guarda.

O guarda praticamente me arrastou para fora do hospital.

(...)

Horas depois...

Apenas eu e mamãe voltamos pra Corona. Ela disse que papai foi cuidar da transferência de Flynn para nosso reino, para poder fazer o enterro.

Quando cheguei no meu quarto, não parei de chorar e fiquei agarrada à Julie, até dormir.

Assim que acordei no dia seguinte, me arrumei sozinha e tomei o café que já estava em cima da cama.

Ergui meu olhar quando vi Julie entrar no quarto.

- Julie, meu pai já voltou? - perguntei com a voz arrastada.

Ela me encarou meio pálida, o que me assustou.

- Que cara é essa? - questionei preocupada.

- P-Punzi... - gaguejou abaixando o olhar - Acho melhor falar com a sua mãe.

(...)

Abri a porta do quarto e me surpreendi ao ver mamãe, sentada na cama, aos prantos.

- Mãe! - exclamei assustada me aproximando e me sentando ao seu lado - O que aconteceu? Pelo amor de Deus.

- Seu pai escreveu pra você - soluçou entregando pra mim.

Franzi a testa, pegando o papel e começando a lê-lo:

"Minha doce filha,

Assim que te conheci melhor, tive a certeza de que você será uma boa rainha para o nosso reino. Você tem opinião própria, é justa, é sábia... graças à Deus que você puxou todas essas qualidades da sua mãe.

Me perdoe filha. Passei 18 anos longe de você e nunca soube ser pai pra você. Eu tive muito medo de que Flynn te magoasse, mas percebi que ele é um bom garoto e tudo ficou certo entre nós. Ele realmente te ama filha e pude ver isso nos olhos dele.

Após ver você desabar com o falecimento dele, não me conformei em ver o seu sofrimento e insisti com o médico sobre a situação. Ele disse que a bala atingiu somente o coração de Flynn e salvá-lo, teria que ganhar um novo.

Descobri que eu tinha o mesmo tipo sanguíneo de Flynn. Então, significa que se você estiver lendo esta carta, eu morri para que Flynn pudesse viver.

Eu não podia ver você sofrer minha filha. Considere meu gesto como um pedido de desculpas para tudo o que fiz pra você e para enfim, agir como o pai que você merece.

Cuide bem da sua mãe e de Corona.

Com amor,

Seu pai."

Deixei a carta cair das minhas mãos, ainda em estado de choque.

- Não acredito que ele fez isso... - consegui dizer apenas isso.

- Flynn foi transferido para o hospital daqui - respondeu minha mãe enxugando as lágrimas - O seu pai... fez um grande gesto de amor.

- Eu fico feliz que Flynn esteja vivo - confessei enquanto as lágrimas desciam pelo meu rosto - Mas o meu pai não podia ter feito isso. Ele não precisava! Ele...! Não...! - solucei - Papai...

Era impossível descrever a sensação daquele momento.

(...)

No dia seguinte...

Adentrei o quarto de Flynn, que arregalou os olhos ao me ver.

- Punzi... - sorriu se sentando com dificuldade.

- Não se esforce muito! - pedi aflita me aproximando - Seu babaca! Que história é essa de brigar com a Gothel!?!

- Ela estava te ameaçando... - alertou - Eu não sei o que faria se perdesse você.

Uma lágrima solitária escorreu pelo meu rosto, enquanto eu segurava mão de Flynn.

- Eu achei que ia ficar sem você - confessei o encarando - Mas acabei ficando sem o meu pai.

- Não tenho palavras para descrever o que ele fez por mim - suspirou - E agora?

Suspirei tristonha.

- Minha mãe decretou luto oficial por três meses - declarei - O enterro do meu pai é hoje. Ela está esclarecendo tudo o que aconteceu para a impressa.

- Nosso relacionamento te prejudicou muito? - questionou fazendo uma careta.

- Não quero pensar nisso por hora - respondi - Só vou ser coroada rainha quando acabar o período de luto. Se...eu for coroada rainha - corrigi.

Diário de uma princesaOnde histórias criam vida. Descubra agora