O exército era grande. Mas apenas isso... O governante sombrio caminhava por entre as fileiras. Os soldados não se atreviam a olhar.
-Quantos são? -perguntou ao velho general que seguia ao seu lado.
-Oito mil e setecentos, governante Caed - respondeu numa voz tremida.
Os dois prosseguiram até chegar à mansão de mármore branco maciço. As janelas de selenite reluziam esbranquiçadas e foscas. Uma escadaria de jade verde encaminhava os dois homens para uma porta pesada e larga. Mal chegaram ao topo das escadas, a porta abriu-se. Um criado de pele branca, vestido com uma roupa insuficiente para o frio que se sentia, segurava a alta porta.
-Temos de fazer crescer o nosso exército.- disse o velho general Senpheus.
-Não, temos de melhorá-lo.-respondeu na sua voz autoritária.
-Melhorá-lo?- perguntou Senpheus confuso.
-Paleens.- a palavra pesava na sala do varandim onde haviam chegado.
-Desculpe a pergunta, mas como pensa aliciar paleens para o exército dos governantes?
-Aliciar?- perguntou retoricamente. Um esboço de sorriso crescia na face de Caed. Um sorriso que não combinava com os seu olhos vis.- Hoje vais conhecer a pessoa que te responderá à pergunta.
-Está aqui mais alguém?
-Não, ainda não...
O tempo passava devagar para os dois. Sentados nas poltronas macias e negras da sala. Uma mesa grande e retangular ocupava o centro da sala. Nas paredes pendiam três ou quatro molduras de prata que rodeavam retratos de homens. De governantes.
Uma hora havia passado... Caed não desviava o olhar de um ponto fixo na parede cinzenta. Ao fim de duas longas horas de um desconfortável silêncio a porta da sala abre-se.
Entra outro criado.
-Ela chegou.-diz Caed.
-Ela?-perguntou Senpheus amedrontado
A pergunta ignorada é levada pelo ar.
Atrás do criado vinha uma mulher. Alta, alva e clara. Os seus olhos verdes de enxofre reluziam. Uma faixa de sardas separava os olhos das maçãs do rosto pálidas. Caminhou até às poltronas fazendo os seus sapatos ressoar no soalho.
- Boa tarde- disse numa voz feminina e melodiosa.
Senpheus e Caed levantaram-de rapidamente.
-Boa tarde - Respondeu Caed.- Esta é Herine e Gasp. Tal como eu é uma paleen.
-É uma honra conhecer!- disse Senpheus mais baixo.
Herine vocalizou uma gargalhada forçada que alcançava notas agudas.
-Herine dar-nos-á aquilo que precisamos. Paleens.
Senpheus fingiu que entendia. Não conseguia perceber como uma mulher frágil e delicada conseguiria fornecer-lhes um exército de paleens. Por fim, desistindo de conseguir decifrar a razão da presença de Herine. Senpheus arriscou.
-Como... Como conseguiremos os soldados?
A gargalhada aguda repetiu-se.
-Nós vamos buscá-los...
-Onde?
-Primeiro a Tenkentrass...
Nas janelas semi-opacas distinguiam-de flocos de neve. Nevava em Zainos Werq.
-Que as invasões comecem!- exclamou Caed.------------------------------------------------------
Desculpem o tamanho dos capítulos. Costumam ser todos pequenos. Mas estes passados em Zainos Werq ( o prólogo e este) são ainda mais curtos....
Ass: Frank de Valla
VOCÊ ESTÁ LENDO
Garbo Morv
FantasyA viagem que mudou vidas. A viagem que parou uma força antiga. Miro Grekhood vive em Garbo Morv. Os governantes tem uma nova força. Uma força devastadora. A vida pela honra. Aviso: Garbo Morv está escrita em português de Portugal. Capítulos até ao 4...