Capítulo 43

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A quinta feira foi bastante tensa. Eu não fui para a escola e nem ao trabalho. Eu e o Gabe fomos bem cedo para o porão repassar o plano e acertar os últimos detalhes. Passamos o dia todo lá. Na sexta feira pela manhã, a Lua, o Dan, a Karol e o Tiago foram levados para o esconderijo. A Lua tentou esconder, mas estava muito abalada. Ela me fez prometer que ficaria tudo bem. E que todos (inclusive eu) voltariam bem.

- Sabe que talvez não poderá cumprir essa promessa, não é?- Bianca pergunta enquanto escolhemos as armas.
Estamos no porão, hoje eu vou treinar tiro ao alvo até a hora de colocar o plano em ação.

- Sei. Mas eu não podia dizer outra coisa. Ela já estava tão mal. A Lua sempre foi a mais sensível, era sempre eu que cuidava dela, eu que a defendia das meninas malvadas da escola, eu que sempre assumia a culpa por ela quando ela dava mancada em casa... Eu estou disposta a dar a minha vida por ela hoje.- falo enquanto carrego o revólver.

- Vamos acabar com esses ratos, e sair de lá vivas.- diz segurando a minha mão.

- Todos nós.- falo determinada.

Foram muitas horas de treino e repassando o plano. Finalmente chegou o momento. Eu estava no banco de trás de um JEV preto, ao lado de Gabe. Gui estava dirigindo e ao seu lado estava Bianca.

- Pronto.- disse Gui.- O resto do caminho nós vamos a pé.

Saímos do carro e seguimos pela rua pouco movimentada. Tentando parecer apenas moradores qualquer. Chegamos perto do prédio e não havia ninguém por perto. Sinal de que todos estavam nos seus postos. Fomos para os nossos lugares e esperamos.
O plano era esperar os homens que estavam encarregados de pegarem a mim e a Lua saírem, cercar os prédios e depois o Sr. Filch abriria a porta. Que é trancada por um sistema de segurança. A polícia entraria  no local, dando cobertura para nós. Que somos responsáveis em chegar até o chefe. E quando eu digo nós, quero dizer: Eu, Gabe, Bryan, Bianca e Gui.
Ouvimos passos apressados e em seguida carros saindo cantando pneu. Esperando alguns minutos e o Sr. Filch finalmente deu o sinal. Pude ouvir o portão ranger enquanto abria, e os passos rápidos dos homens do Capitão Campbell. Segundos depois o Capitão deu a voz de prisão e como imaginamos, muitos reagiram. Não demorou muito para ouvirmos barulhos de tiros.

- Andem, é agora!- Gui gritou e saiu na nossa frente.  Nós o seguimos e entramos pelo grande portão de ferro. Nessa altura os policiais já estavam no andar de cima. E graças a deus não haviam corpos no chão. Os homens e mulheres que não reagiram foram detidos e estavam sendo levados para as viaturas, que chegavam a todo momento.
Pelo rádio o Capitão Campbell estava falando com o Gui.

- No último andar!- ouvir ele dizer.

- Entendido.- Gui respondeu.- Vamos!
Corremos em direção ao elevador e quando as portas estavam quase fechando o Bryan apareceu trazendo consigo o... Nicolas.

- Graças a deus!- Gui fala enquanto abraça o Nicolas.- Já estava preocupado.

- Você acha mesmo que eu iria te deixar na mão?- ele pergunta após se separarem.

- Claro que não.- Gui responde sorrindo.

- Que bom que ainda está viva.- diz se voltando para mim.

- Maneira estranha de se cumprimentar uma pessoa.- falo rindo.

- Ele é todo estranho.- Bianca tira sarro dele. Nicolas bagunça o cabelo dela e se vira para o Gabe.

- Gabriel, quanto tempo!- eles fazem um toque com a mão.- Não sabia que você era policial.

- Não sou. Quase fui. Mas... não sou.- Gabe responde.

- A gente pode morrer a qualquer momento mais estamos aqui nos cumprimentando como se estivéssemos em uma lanchonete.- diz Bryan.- Super normal.

- Gente, estamos chegando.- avisa Bia.- De acordo com as informações, no último andar fica os superiores. Os que não sujam as mãos, os que mandam.

- Se dermos sorte eles não estaram armados.- falo.

- Não sei se podemos contar com isso.- diz Gui.- Assim que chegarmos vamos ficar atentos. Eles já estão avisados da invasão. Vão estar em alerta. Procurem uma proteção, só atirem se for realmente necessário. Lembrem-se: viemos salvar vidas e não tirar.
Assim que as portas se abriram verificamos o corredor e só apos de comprovar que era seguro nós saímos. Andamos pelo corredor enorme, haviam várias portas. Depois que o Gui verificou todos as salas ele deu o sinal para que continuassemos. Estávamos quase virando para o corredor seguinte quando ouvimos o barulho do elevador. Automaticamente nos escondemos. Encostada em uma parede eu ouço as portas abrirem. Me atrevo a dar uma espiada e vejo o Sr. Filch.

- Sr. Filch!- exclamo baixo saindo do esconderijo.

- Ah, graças a deus. Você esta bem?- fala vindo na minha direção. Ele me abraça e no começo eu fico um pouco supresa, mas acabo devolvendo o abraço.- Vocês precisam ir logo, eles estão vindo. Estão fortemente armados e vão atirar em quem verem pela frente. Acho que sei onde o chefe esta.

Nós o seguimos pelo corredor e não demorou muito para ouvirmos passos atrás de nós.

- O batalhão vai nos dar cobertura, corram!- diz o Sr. Filch.
Começamos a correr virando a direita e a esquerda, Gui estava na frente, seguido por Gabe. Eu estava atrás dele e na frente da Bia. Ouço barulho de corpo caindo, me viro e vejo Bianca no chão, estou prestes a gritar até que sinto alguém me puxar para dentro de algum lugar. Percebo que estou diante das escadas. E quem me puxou foi o Sr. Filch.

- Oque você esta fazendo?!- grito assustada.

- Faz parte do plano, combinamos que eu manteria você em segurança. Enquanto tentam achar o chefe.- explica ele.

- Não! De jeito nenhum! Não foi isso o combinado!- falo tentando sair mas a porta estava trancada.- Abra! Agora!

- Desculpe Lislei. Mas não posso. Prometi que levaria você até ele.

- Ele? Ele que...- sou surpreendida por trás. Colocam um pano na minha boca e nariz, com o cheiro extremante forte.






































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Além Do Meu Mundo 2 {Concluída}Onde histórias criam vida. Descubra agora