Capítulo 50

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Após desligar o telefone, onde eu estava conversando com a Karol. Gabe desliga o dele, onde ele estava conversando com Tiago.

- Vamos?- Dan pergunta chegando na sala de mãos dadas com a Lua.

Após sairmos do aeroporto, resolvemos ir para a casa dos meus pais. Quando chegamos não havia ninguém, mas eu ainda tinha a chave que guardei. Então ficamos aqui. Hoje nós vamos visitar a minha mãe e nesse exato momento estamos saindo de casa.

- Sim.- respondo indo en direção a porta comos dedos de Gabe entrelaçados nos meus.

Trinta minutos depois eu estava esperando ser encaminhada para sala de visita. Como só pode uma pessoa por vez; primeiro eu iria falar com ela e depois a Lua.

- Senhorita.- diz o policial sinalizando para eu entrar.
Passo pela porta de ferro e escuto ela se fechar atrás de mim. A minha frente havia uma mesa com duas cadeiras, uma de frente pra outra. E em uma delas a minha mãe estava sentada, me olhando, com os olhos vermelhos e a afeição uma mistura de culpa, arrependimento e alívio. Eu me aproximo e ela se levanta. Ficamos nos encarando por um tempo. Eu reparo o seu novo corte. Seu cabelo grande e enrolado agora estava curto e sem vida. Sua pele macia estava com cravos a amostra por conta da falta dos vários cremes que ela passava todos os dias. Seus olhos estavam vermelhos e suas olheiras eram quase pretas de tão escuras.

- Minha filha...- fala com a voz entrecortada.

- Você nunca me chamou de filha...- falo me sentando e abaixando a cabeça para que ela não visse meus olhos marejados.

- Chamei.- ela se senta também.- Mas você era muito pequena. Tinha apenas dois anos de idade quando eu parei de te chamar de filha na sua frente.- eu a olho chocada.- Quando a Lua nasceu eu tive depressão prós parto. Eu não queria outra filha. Eu odiava aquela criança....

- É por isso que a entregou de bandeja pra uma quadrilha?- pergunto elevando a voz.

- Foi difícil pra mim. Acredite.- ela diz alto a última parte depois que eu reviro os olhos.- O tempo passou e eu vi a menina doce que a Lua se tornou, eu não consegui não ama-la. Mas eu prometi pra mim mesma que a odiaria. E não podia demonstrar o quanto ela era importante pra mim depois de passar anos a tratando mal. Eu era orgulhosa e tonta. Mas Lislei, se eu estou aqui agora, é pra mostrar que vocês duas são a coisa mais importante pra mim. Tudo oque eu fiz na investigação foi pensando em salvar vocês. Por que é essa imagem que eu quero que tenham de mim. Uma mãe que ama e cuida das filhas.

- Não é fácil apagar dezessete anos de vida.- falo enxugando uma lágrima que caiu.

- Não queria apagar tudo o que fiz. Quero me lembrar da pessoa que eu era e me empenhar em ser na pessoa que eu quero ser. Lislei...- eu fecho os olhos tentando bloquear as lembranças acompanhada por lágrimas.- Filha... Eu te amo. Me perdoa... Por favor.

Quando abro os olhos e recupero a capacidade de falar eu digo:

- Não sei se é infelizmente ou felizmente... Mas por mais que eu tente, eu não consigo te odiar. Por mais que eu queria você fora da minha vida, eu continuo sentido sua falta...- um soluço escapa sem querer.

- Minha filha...- ela se levanta chorando e vem em minha direção. Eu me levanto e deixo que ela me abrasse. Deixo que toda a mágoa evapore junto com toda raiva. Sinto seus braços quentes me envolvendo. Sua mão alisando minhas costas. Sua boca beijando a minha bochecha. Tento captar cada momento. Cada toque. Cada sentimento.

- Eu também te amo mãe.- finalmente falo sem medo do que virá depois.

Lua narrando.

Além Do Meu Mundo 2 {Concluída}Onde histórias criam vida. Descubra agora