Recoperação

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Após uma boa chávena de chá, Dylan começou a acalmar-se e a recuperar as suas forças. Havia algo no seu aspecto que não me agradava, parecia que receava algo, algo tão sombrio que só a própria lembrança já o fazia estremecer.\\\\\\

-Dylan, passa-se algo?- perguntei eu, desconfiada.

- Não, não é nada, é só o choque...- respondeu ele, atrapalhado. Agora sim eu tinha a certeza de que ele estava a esconder-me algo.

- Dylan, eu quero saber o que se passa contigo, estou a ficar preocupada, tu não és assim..- implorei-lhe.

- Elise, não se passa nada, a sério! E mesmo que se passasse também não te dizia, já chegam os problemas que temos...

- Pronto, faz como quiseres, eu já não te pergunto mais nada!- retorquí, chateada com a resposta dele.

Após a nossa desconfortável conversa, como já se fazia tarde decidimos deitarnos. Infelizmente como o meu apartamento era um T1 eu tive que ir dormir para o sofá, o que me rendeu um torcicólo e, como resultado das tamanhas dores nas costas, não con seguí dormir bem.

Por volta das 0:5:00h ouvi um barulho, mas pensei que fosse uma janela a bater. Só quando acordei é que reparei no que realmente tinha acontecido: Dylan já não se encontrava na minha casa. Tinha desaparecido sem deixar rasto.

Rapidamente saí do apartamento e fui perguntar ao porteiro se tinha visto alguém a sair por volta das 5 horas da manhã. O senhor respondeu-me negativamente, o que me causou pânico. Contudo conseguí controlar-me, tendo-me dirigído ao café que ficava no outro lado do edefício. Mas a resposta foi a mesma: ninguém tinha visto nada. Foi então que me lembrei de lhe ligar para o telemóvel, mas ele não atendeu.

De súbdito, umas mãos grandes e fortes pousaram sobre os meus ombros. Era sem dúvidas Dylan. Com um misto de fúria e preocupação perguntei-lhe:

- Afinal o que é que te passou pela cabeça para saíres de casa às 05:00h ?- e na mesma fração de segundos em que acabára de dizer isto lá estava eu, a abraçá-lo.

- Calma, eu só fui comprar-te alguma coisa para o pequeno-almoço. Acho que por agora é melhor afastarmo-nos um pouco de ligares públicos.- desculpo-se com um sorriso.

Larguei-o. Seguímos caminho até casa e só quando cheguei a casa é que reparei na vergonha que acabára de passar: eu estava de pijama na rua. Como se não fosse suficiente, enquanto tomávamos o pequeno-almoço ainda fui gozada.

Durante a tarde, como o Dylan estava ocupado a fazer umas tarefas relativas a outro projeto em que andava a trabalhar, aproveitei para ir de novo à sede da OMS esclarecer aquele assunto da morada escrita no papel, a ver se agora que estava sozinha conseguia ser mais presuasíva.

O diretor estava a chegar ainda. Aproveitei a oportunidade e, antes que ele pudesse passar pelas portas do imponente edifício chamei-o.

À primeira vez que eu perguntei se tinha uma reunião agendada com o Beny ele voltou a repetir que não, mas a certo momento, com uma pequena ajuda de alhuma informação, ele sedeu:

- Vai dizer-me o porquê de a morada da OMS estar escrita naquele papel, certo ?

- Eu não faço a mínima ideia do porquê de tal absurdo!- retorquíu, desta vez irritado.

- Se não confessar eu mando a informação sobre as experiências sobre clonagem em humanos que o senhor está a levar a cabo...- ameacei-o.

- Se disser isso acabo consigo, e talvez de uma forma muito pior do que a morte do seu colega.- mais uma vez, uma defensiva.

- Pois pode, mas a história já estaria contada e, embora eu não ganhe nada o senhor perde muito.- sabia-me mesmo bem o som destas palavras.

Por fim acabou por confessar. Ao que parece uma mulher que se dizia secretária do Beny marcou uma reunião secreta com o director da OMS.

Eu á sabia o que tinha de fazer a seguir: voar de volta para Londres e descobrir quem era esta tal mulher misteriosa e descobrir o mistério por detrás dela.

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