Capítulo nove

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Will

_ Como você está se sentindo? . Pergunto para Luiza, que está sentada ao meu lado, enquanto esperamos ela ser chamada para fazer o ultrassom.
Luiza já tinha sido liberada do repouso, mas tivemos que adiar nossa volta para Campo Lindo, por causa de alguns exames que ela tinha que fazer, e eles eram realizadas somente aqui na capital.

_ Um pouco ansiosa! ..quem sabe, já dá para ver o que ele é! Luiza diz, fazendo meu coração disparar, só de pensar nessa possibilidade. Pois já estava uma pilha de nervos, suava mas do que quando jogava uma partida de futebol.

É tão estranho como certos  laços são feitos, eu nem conhecia aquele pequeno que agora começava a dar sinal de sua existência, através de um pequeno e discreto volume na barriga de Luiza, mas o que eu sentia por ele eram algo grandioso!

_ Luiza Dias Ferras,..o doutor já vai atendê-lá. Uma enfermeira vem chama-lá, e nos dois à seguimos até o consultório .

Luiza se deita na cama, enquanto eu mal consigo me sentar na cadeira próximo dela de tão nervoso. O doutor entra, conversa com Luiza sobre sua gestação, do qual não compreendo se quer uma palavra, então começa o exame.
Apenas borrões aparecem na tela, enquanto  o médico nos mostra cada parte do corpo daquele pequeno. Segurei a mão de Luiza, que apertou a minha com força,e noto que seus olhos estavam cheios de lágrimas,enquanto eu tentava me segurar ao máximo para não chorar. Mas todo meu esforço foi para o ralo, quando ouvi aquelas batidas fortes ecoando pela sala, e fiquei me perguntando como alguém tão pequeno pode ter um coração tão forte? .

Senti as lágrimas escorrem pelo meu rosto, sorri  quando vi que Luiza fazia o mesmo. Ela chorava, mas com um lindo sorriso, que iluminava seu rosto.

_ Então, vocês já sabem o sexo do bebê? O doutor pergunta, me deixando inquieto.

_ Não! ,será que dá para saber hoje? Luiza diz .

_ Mas e claro,! alias,parece que ele está querendo isso, pois está se mostrando para vocês! . Estão vendo,isso aqui são suas perninhas, e aqui no meio tem uma pequena protuberância surgindo! O doutor fala, me fazendo suar de nervoso.

_ Parabéns! ,vocês vão ter um menino! Ele revela em fim, e parece que meu mundo girou naquele momento. Nem esperei ele terminar o exame, tive que sair da sala, tinha que respirar.
Me sentei numa cadeira na sala de espera, e minha vontade era gritar aos quatros cantos do mundo de tanta alegria. Apoio minha cabeça em minhas mãos, e respiro fundo tentando absorver tudo.

_ Will! ...está tudo bem? Luiza pergunta, com uma expressão confusa.

_ Nunca estive tão bem, em toda minha vida! ...acho que estou em êxtase até agora. Vamos ter um menino! Digo à abraçando e a levantando do chão.
_  Imagina quantas coisas poderei fazer com ele! ,como jogar bola, ir pescar. ..ensina-ló a paquerar as gatinhas! Digo, fazendo Luiza sorrir, o que á deixava ainda mas bonita.
E diante de tudo aquilo que estava sentindo, e olhando aquela boca tão atraente, acabei beijando Luiza, num súbito de felicidade. Nada feroz, sem movimentos, apenas pressionando meus lábios no dela.

_ Will! ?,o que pensa que está fazendo? Luiza se afasta, me olhando assustada. Então percebo que fiz uma grande besteira.

_ Desculpa Luiza! eu. ..acabei me empolgando, e estou tão feliz que. ..! Me enrolo todo, mas a única coisa que eu queria,era tentar corrigir meu ato estúpido.

_ Tudo bem Will! ,e que eu não esperava por isso, ...e melhor à gente ir, quero contar a novidade para Gabi. Luiza diz, sorrindo novamente e me deixando aliviado.
E mesmo achando que beija-lá foi uma enorme burrice, ainda consigo sentir o sabor dos seus lábios, um gosto doce de morango que ficou na minha boca. E realmente devo estar enlouquecendo, respiro fundo, e tento pensar em outra coisa, é o certo a se fazer.

*****
Depois que chegamos no condomínio, Luiza ligou para Gabi, e posso escutar de longe os gritos eufóricos de sua prima, enquanto ela da alguns pulinhos de alegria. Me afasto um pouco dela, e ligo para JP.

_ E aí Will, me conta as novidades? JP pergunta, assim que atende, e vejo que eu não sou o único ansioso.

_ É um menino cara!

_ Caraca mano! ,isso é demais,como você está se sentindo?

_ Não sei,eufórico,em êxtase,em transe, tudo misturado, ...e nem estou conseguindo pensar direito. Comento, lembrando do que eu tinha feito com Luiza.

_ Imagino cara! ,mas infelizmente tenho que desligar, pois o professor já chegou, mas prometo fazer um jantar especial para comemorar. JP desliga, e eu vou aonde está Luiza, em frente ao nosso prédio, e não consigo acreditar, quando vejo meu irmão junto com ela.

Ele está segurando Luiza pelos ombros, e parece estar bem nervoso. Ando mas rápido, e ainda consigo ouvir o que ele está dizendo.

_ Não acredito, que depois de rolar aquela escada, você ainda está grávida? Kevin diz, com raiva.

_ Você queria que eu perdesse o bebê, não é? ....por isso me deixou lá sozinha,mesmo sabendo que eu estava machucada! Luiza grita tentando se livrar dele.

E assim que escuto aquilo, uma onda de raiva toma conta de mim. Serro meus punhos, e sem pensar duas vezes acerto o rosto de Kevin, que cai no chão, me olhando assustado.

_ Você é um cafajeste Kevin! ...não acredito que você, foi capaz de uma coisa dessas! Grito, e o sangue fervia em minhas veias.
E eu não reconhecia mas meu irmão,e lamentava no que ele tinha se transformado.
E se Kevin, agora era essa pessoa sem sentimentos e sem escrúpulos, era tudo culpa do nosso pai.

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