Capítulo Treze

1.2K 125 8
                                    

Will

Nunca imaginei que algum dia eu iria me casar, aquilo era surpresa até mesmo pra min. Sei que Luiza não ficou nada contente, quando concordei com seu pai, mas era isso ou enfrentar toda sua raiva. Mas afinal, aquele casamento era apenas fachada, e faria tudo para estar perto do meu pequeno e ajudar Luiza a cria-lo.

Depois daquela conversa nada cordial com o pai de Luiza,fui para casa que o pai de JP havia me emprestado, já que ele não aceitou que eu pagasse aluguel,segundo ele, nunca aceitaria isso do seu segundo filho . E me sentia mesmo como filho do senhor Augusto, ele sempre foi um pai para mim, muito mas dedicado e amoroso do que meu próprio pai. Então quando JP ligou para ele pedindo um lugar para que eu ficasse, ele não recusou, depois de duas horas eu não tinha apenas um lugar pra morar, mas também um emprego na sua madeireira, e uma camionete ao meu dispor. Coisas de um pai de verdade!

A casa não era grande, mas fiquei surpreso quando entrei e vi que o lugar estava mobilado, e um bilhete colado na geladeira.

"Não é tão luxuosa como na casa dos seus pais, mas espero que você se sinta bem na sua nova casa"    seu pai Augusto.

Sorri, quando acabei de ler, pois aquilo era tudo que eu precisava. Depois de comer um lanche na padaria da esquina, liguei para JP, e contei às novidades. E claro que ele não perdeu a chance de tirar uma dá minha cara, dizendo que a lenda do colégio Cema finalmente tinha sido fisgado. Mas levei tudo numa boa, pois JP é meu grande parceiro, vai ser um tanto difícil ficar aqui sem meu amigo.

A semana começou agitada, trabalho no almoxarifado da madeireira do senhor Augusto, visitas a casa de Luiza, e depois como não sou de ferro, sempre dava uma escapadinha com meus velhos amigos para uma distração, num bar que ficava num posto de gasolina fora da cidade. Não posso correr o risco, de que alguém me ver com alguma garota, e contasse para o pai de Luiza, ou seria um homem morto. Ainda mas agora,que estou conseguindo conquistar sua confiança.
Passar os dias com a família de Luiza, tem sido muito especial. Eles são pessoas simples, mas de grande coração, é já me acolheram como parte da sua família. Estar com Luiza e seus irmãos assistindo desenhos animados, é pura diversão, ou jogar uma partida senhor Jose e mas emocionante que a final da copa do mundo, mesmo que eu sempre perca. É até dona Vera e senhor  Roberto,estão menos desconfiados comigo depois que eu e Luiza marcamos o casamento para daqui um mês. E devo confessar, me sinto muito mas parte de uma família agora, do que jamais senti na minha. E é por isso que até agora, não disse para meus pais que estou em Campo Lindo, prefiro manter distância, mas sei que a qualquer hora eles vão acabar sabendo. As notícias voam em cidade pequena.

******
_ E daí oque vamos assistir hoje? Luiza pergunta, vindo da cozinha com uma tigela de pipoca, para nossa sessão de cinema.

_ Pensei em mudar um pouco! ,então, ...que tal assistimos Guerra nas Estrelas. Digo, enquanto sento no sofá.

_ Pode ser, mas já vou ti avisando que não consigo entender esse filme.

_  Deixa que o especialista aqui, ti explica tudo. Comento, fazendo Luiza revirar os olhos. E cada dia eu me reconheço menos, pois nunca deixei de ir a um jogo de futebol em pleno sábado, para ficar assistindo filme com uma garota. Mas me sentia tão bem, quando estou perto dela, que as vezes essas sensações me assusta.

_ Você está esperando alguém? Luiza diz assim que ouvimos batidas na porta.

_ Não!...é melhor eu ver quem é! Digo, indo até à entrada. E quase não posso acreditar, quando vejo meus pais parados na minha frente.

_ Engraçado, como toda Campo Lindo sabia que você estava de volta.,,e que iria se casar, e ter um filho e seus pais são os últimos a saber! Meu pai diz com um jeito irônico.

_ Por favor Alberto, nos viemos aqui para conversar, nada de brigas. Minha mãe diz.

_ Quem está brigando Olga, só estou brincando! Essa era nova, meu pai brincando, parecia piada.

_ Será que a gente pode entrar Will,e conversar um pouco.  Minha mãe mãe pergunta com um sorriso no rosto, depois de me abraça.

Não digo nada, então dou passagem para os dois. Luiza está em pé perto da cozinha com um olhar assustado, assim como eu não esperava por esta visita.

_ Pai, mãe vocês se lembram da Luiza?ela estudou comigo, ela é minha namorada e mãe do meu filho. Falo.

_ Oi ,como estão vocês?  Luiza diz enquanto cumprimentava os meus pais.

_ Eu sei muito bem quem ela é, filha de um dos meus empregados. . . Agora menina, será que pode dar licença, pois precisamos conversar com nosso filho. Meu pai fala, sendo rude, oque fez meu sangue ferver nas veias .

_ Ela não vai a lugar algum! Esbravejo.

_ Está tudo bem Will, ...é melhor eu ir.  Luiza diz, dando um sorriso triste. E antes de chegar a saída, minha mãe à para e lhe dá um abraço.

_ Fico feliz por Will ter escolhido uma garota como você. .!e também pelo meu neto que vai chegar! Ela diz, passando a mão não barriga de Luiza. Minha mãe ao contrário do meu, sempre foi uma pessoa sensata e carinhosa, não excluía ninguém, ela era a única razão para que ainda falasse com meu pai.  Sei que ela ficava muito magoada com nossas brigas.

_ O senhor não tinha o direito, de trata-lá assim! Digo um tanto revoltado.

_ Não seja dramático William! ,tenho certeza que ela não ficará magoada, garotas desse tipo fazem qualquer coisa para se dar bem na vida.

_ Eu não admito que você fale assim de Luiza! Digo com raiva.

_ Parem os dois!....,viemos aqui para ver como você está Will, e não para brigar! Minha mãe interveio, e sinceramente não sei como ela conseguia aguentar meu pai, e sua arrogância a tantos anos, ela deve ama-lo de verdade.

_ Mas acabo de perceber que foi uma péssima ideia! Ela respira fundo tentando manter a calma.

_ Eu estou bem mãe, ...não precisa se preocupar, estou trabalhando com senhor Augusto, e graças a JP eu sei me virar na cozinha. Sorrio para ela, segurando suas mãos, enquanto ela alisa meus cabelos.

_ Quem sabe vivendo assim, sem mordomia, você aprenda à dar valor nos privilégios que nos ti dávamos, e no futuro que eu tinha lhe oferecido. Meu pai resmunga, me provocando.

_ Aí que o senhor se engana!...prefiro viver desse modo simples, a ser uma marionete seu, igual a meu irmão! Retruco.

_ Chega com isso! ...Alberto e melhor nós dois irmos embora. Minha mãe diz, é depois me abraça e sai deixando meu pai para traz.

_ Não pense que só porque você, vai ter um bastardinho ,vou mudar de ideia e ti aceitar de volta. Meu pai me encara e depois sai.

Então, não consigo mas conter minha raiva, e acabo socando a porta da entrada, até que as dobras dos meus dedos começarem a sangrar. Eu odiava me sentir assim, tão vulnerável e imprestável. E isso sempre acontecia quando estava na presença do meu pai.

A voz do CORAÇÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora