Capítulo 10

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POV LAUREN

O quarto permanecia mergulhado em um breu promissor, do tipo que te faz acordar de manhã e pensar que ainda é noite, o que me rendeu muitas faltas no período em que ainda cursava o ensino médio. Não estava com vontade de levantar, ou de se quer me mover. Meus braços estavam dormentes por terem ficado na mesma posição por toda a noite: Ao redor de Camila. A latina parecia confortável, com a cabeça equilibrada em meu peito, uma perna entre as minhas e os braços me contornando. Suspirei alto, tocando a ponta do nariz nos fios sedosos do cabelo castanho que cheirava a morango com chocolate. Pouco depois, ainda exercendo pequenas fungadas para captar o aroma delicioso do cabelo dela – mantive os olhos fixos nos ponteiros do relógio na cabeceira da cama, vendo que marcava exatamente três e trinta e cinco. Dormimos uma parte da noite, a madrugada, o dia, e uma partezinha da tarde.

Braços finos apertaram meu corpo, enquanto pensava no começo da noite anterior. Antes que eu pudesse baixar o rosto, já esperava o xingamento ou o ataque que Camila daria, mas tudo o que senti fora um beijo delicado ser plantado lentamente em meu pescoço, sentindo um arrepio preguiçoso esgueirar-se por cada parte do meu corpo. Automaticamente, abri um pequeno sorriso, subindo a mão que deslizava nas costas nuas até os fios bagunçados do cabelo volumoso.

- Bom dia. – murmurei, ouvindo minha própria voz falhar.

Ouvi sua risada baixa, e uma pequena mordida em meu pescoço acabava de me causar outro arrepio.

- Bom dia. – Camila soltou os braços do meu corpo para se espreguiçar, mas logo voltou a me agarrar, unindo-se ainda mais a mim. – Que horas são?

- Agora, três e trinta e sete.

- Me sinto um pouco melhor, agora que dormi mais e sem interrupções. – ela disse, com o tom de voz limpo, indicando que realmente havia se revigorado. – Foi bom para recuperar as energias perdidas ontem. No dia e na noite.

Aquilo nos lábios dela era um sorriso sapeca? Controlei uma risada.

- Não está com fome, senhorita energia renovada? – beijei sua testa, que agora estava ao meu alcance.

No momento exato em que calei a boca, a barriga de Camila fez um barulho estranho, como se tivesse escutado a palavra fome, e estivesse protestando, querendo matá-la. A gargalhada foi instantânea.

- Acho que isso foi um sim. – a latina comentou, mas não fez menções de se levantar.

- Camz, precisamos sair da cama para comer alguma coisa. Pelo menos uma de nós, pra ir buscar, sabe? – comentei com um tom risonho, ouvindo ela rir baixinho.

- Não quero levantar, Lo. Está tão bom e quentinho.... – seu corpo se aninhou um pouco mais ao meu. – Você cheira bem.

- Obrigado, eu acho. – ri. – Vamos esperar mais cinco minutos, ai vamos tomar banho e descemos, então. Vamos comer em um lugar que eu gosto.

Camila não disse nada, apenas depositou mais um beijo em meu pescoço, começando uma carícia amistosa em um de meus braços, subindo e descendo as pontas das unhas por ele, deixando-me anestesiada.

- Nós transamos. – depois de alguns segundos, ela mesma quebrou o silêncio, falando o óbvio. – Você não vai surtar?

Franzi o cenho.

- Bem, digamos que estou esperando essa reação partindo de você. Eu estou bem com isso. Muito bem. – toquei as costas nuas, fazendo alguns traços imaginários com a ponta do indicador.

- O sexo foi bom demais para que eu surte. – acabamos rindo, levando algum tempo para nos controlarmos. – Foi bom para você também?

- Foi.

Dashes || Camren G!POnde histórias criam vida. Descubra agora