Capítulo 16

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POV LAUREN

Depois de um tempo pressionando a compressa no tornozelo de Camila – que ficara todo o tempo em silêncio, apenas observando – deixei a bolsa alaranjada de lado, já com o gelo praticamente derretido. Um suspiro escapara de meus lábios, bem quando ela apertou meus ombros. Sua expressão estava diferente da de poucos segundos atrás, o rosto começava a ficar verde nos pontos mais estranhos e a latina tentava a todo custo me afastar para descer do balcão. Dei alguns passos para trás, dando-lhe espaço para sair, mas andar não era algo que ela faria sozinha agora. A morena correu do jeito melhor para sua posição, agarrando-se nas bordas do balcão até chegar o outro lado e abrir a porta para o banheiro.

Com passos rápidos, fui seguindo seus passos cambaleantes afim de mantê-la de pé e evitar o estatelamento no chão, mas isso foi a primeira coisa que Camila fez quando entrou no banheiro, porém, propositalmente. Ela sentou no chão, virada de lado, e um jato gosmento atravessou seus lábios, lançados privada a baixo.

- Camz!

Corri, derrapando na cerâmica polida do banheiro para segurar os fios de cabelo dela. Camila vomitava como se seu corpo tivesse a necessidade de colocar tudo para fora.

- Mãe! MÃE! – comecei a gritar desesperadamente, me ajoelhando para melhor sustentar os fios que começavam a grudar na nuca de Camila. – Camz?! – me assustei quando a vi caindo de lado, poucos minutos depois de me olhar e ter limpado o canto da boca.

Sinu foi a primeira que apareceu, arregalando os olhos ao me ver pegando sua filha desacordada nos braços, tirando-a dali de dentro. Dona Clara apareceu em seguida, assustando-se ao ver a agonia. Disparei para o carro com todo mundo atrás de mim.

- Mãe, pega a bolsa da Camila no meu quarto! – ela nem precisou perguntar o porquê, e logo desapareceu pela porta, a qual eu já tinha ultrapassado.

Coloquei a latina no bando de trás, podendo sentir cada terminação nervosa do meu corpo começar a entrar em colapso. Dei a volta e entrei no carro, começando a buzinar enlouquecidamente, na intenção de que minha mãe reaparecesse o mais rápido possível na porta de casa, com a bolsa de Camila. Foram longos três minutos e quarenta e sete segundos – sim, eu estava mesmo contando – para que ela aparecesse, e entrasse no carro junto comigo e Sinu logo atrás, colocando a cabeça da filha no colo, tocando a testa delicada para separar os fios de cabelo embrenhados ali.

O caminho até o hospital foi feito como uma refilmagem amadora de Fast and Furious, onde não respeitei nenhum sinal ou fiz qualquer menção de dirigir abaixo de cento e sessenta por hora. Por este motivo, chegamos em dez minutos, o que normalmente levaria vinte e cinco ou trinta, quem sabe mais, caso viesse por vias normais ou seguisse os regulamentos do trânsito. Por sorte, não tinha nenhum policiamento naquela rota, no devido horário, o que me pouparia algumas multas. Depois de estacionar na porta de emergência do hospital, corri em busca de um enfermeiro e uma cadeira de rodas para buscar minha latina desacordada. Passei alguns minutos naquela busca, já irritada pela falta de algum enfermeiro nos corredores, tendo achado um quase nos confins do hospital.

- Minha noiva vomitou e poucos segundos depois ela desmaiou, doutor. – soltando uma longa lufada de ar pelo esforço da corrida, expliquei ao médico, depois de já estarmos em uma sala específica para a consulta.

Camila encontrava-se em uma maca, deitada como se estivesse apenas tirando um cochilo, mas era nítido o quão pálida estava. O médico era um homem com seus respeitáveis cabelos brancos, de postura séria e um rosto muito expressivo. Seu cenho estava franzido, como se ele tivesse uma ideia do que poderia ser apenas em observá-la de onde estava.

Dashes || Camren G!POnde histórias criam vida. Descubra agora