Dashes || Camren G!P

Capítulo 20

POV CAMILA

Meu estômago deu uma guinada, e o simples fato de olhar para os lados em puro terror fez com que as coisas piorassem e eu não conseguisse mais segurar o que estava preso na garganta. Eu sentia um par de braços fortes segurarem meus braços para me dar alguma postura, mas a atitude se quer estava dando algum efeito, já que o mundo parecia uma roda gigante girando várias e várias vezes sem parar. Eu já tinha passado mal uma vez, considerando a quantidade de frango que eu tinha comido, misturando com sorvete e uma barra e meia de chocolate em um dia de tédio. Tentei me levantar da cama, mas esse foi o meu pior erro. A porta se abriu e Dinah gritou alguma coisa, e foi ai que notei que Lauren não estava ao meu lado. Virei o rosto até onde pude, vendo um mar de vômito encontrar o chão e a voz da loira constatar um barulho de "Ew!"

Ela me segurava como se eu fosse uma peça frágil de porcelana, apesar da força aplicada nos meus braços para me manter no lugar. Ela já não gritava ou remediava qualquer palavra ou gesto, apenas esperava meu momento passar. Mas não parecia algo em questão, pois uma nova onda de náuseas me atingiu, e logo tentei avisar.

- Dinah... Eu... – era difícil respirar, falar e não cuspir nada, mas eu precisava dizer. – Não consigo...

- Calma! – sua voz esganiçada refletia preocupação. – Lauren acabou de sair com o pai pra ir buscar umas coisas. Ela vai surtar!

- Respirar... Não.... – comecei a engasgar com o ar, não conseguindo respirar conforme a passagem na traqueia se comprometia.

- Oh meu Deus! Clara?! Sinu?! Eu preciso de ajuda, alguém chama uma ambulância! – Dinah começou a gritar, e tudo não passou de um borrão.

A última coisa em que lembro de ter visto, foi a figura de um Chris assustado entrar no quarto e o mundo escurecer ao ter ouvido um "Ela tá mais branca que a Lauren!"

POV LAUREN

- Eu não sei pra quê tudo isso, se é só um jantar. – resmunguei, fitando meu pai carregar uma caixa de carne para churrasco e várias caixas de cerveja.

Amanhã teríamos um dia em família, onde todos os mais íntimos se reuniriam no quintal de lá de casa para relaxar. Logo Camila e eu teríamos de voltar para Londres e tomar a frente da empresa, e a folga acabaria. Meu celular começou a vibrar no bolso, mas não tinha como pegá-lo com os braços ocupados com mais caixas de cerveja.

- Você sabe como sua mãe é. Se chegarmos com menos que isso, ela nos obriga a voltar e pronto. – soltei o pacote dentro do carro enquanto concordava com ele. Infelizmente, dona Clara Jauregui era o exagero em pessoa.

- É, nisso eu tenho que concordar. Mas... – antes que eu pudesse falar, uma ambulância passava em alta velocidade quase batendo no meio fio. – Nossa senhora!

- Aquele carro é... O de Dinah? – Não foi preciso ele repetir, meus olhos fitavam a Mercedes prateada passar zunindo atrás da ambulância, e só isso foi preciso para fazer com que meu sangue gelasse.

- Pai... Alguma coisa aconteceu. – minha mão abria a porta do carro no modo automático, e assim que peguei o celular e atendi sem dizer qualquer palavra, escutei a voz de Chris.

- Lauren, vai pro hospital! Camila tá passando muito mal, sem ar e já quase colocou metade dos órgãos pra fora de tanto vomitar!

Entrei no carro tremendo dos pés a cabeça, mas não sai do lugar. Estava tão nervosa que o simples trabalho de dirigir me parecia a coisa mais complicada a se fazer no momento. Visto que eu não sairia do canto, meu pai pediu para que eu fosse para o banco do carona e prontamente partimos para o hospital o mais rápido que podíamos. Chegando lá, logo na recepção pude ver Sinu aos prantos, minha mãe amparando a mulher enquanto Alejandro e Dinah tomavam a frente do caso. A loira tinha alguns documentos em mãos e meu sogro dizia algumas coisas a recepcionista.