Medo de altura

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Estou agindo feito um adolescente desde que aquele homem com grandes olhos azuis cruzou o meu caminho. Minhas mãos ficam zoadas, minha perna treme e meu coração dói somente por cogitar a possibilidade de ele não sentir o mesmo por mim. Tentei fugir do que estava sentindo e até pensei que estava começando a ficar louco, mas o fato é que eu me apaixonei. Indo contra tudo o que eu acredito, eu me apaixonei por uma pessoa que acabei de conhecer. Estou assustado e morrendo de medo do que virá sem seguida, mas eu tenho que correr o risco. Alguma coisa dentro de mim me diz que eu preciso correr aquele risco.

Tomei um banho rápido, coloquei uma roupa qualquer e entrei dentro de um taxi. Não sabia o que aconteceria naquela noite, mas estava extremamente feliz somente por voltar a vê-lo.

Depois de vinte minutos eu me vi observando um grande prédio residencial. Olhei para o portão e Alexander estava me esperando com aquele sorrindo encantador.

- Pensei que você não viria. – Disse ficando corado. – Mas fico feliz por estar enganado.

- Eu não perderia esse encontro por nada em minha vida.

Ele sorriu e segurou a minha mão. Nunca havia saído de mãos dadas antes e no começo senti um certo desconforto, mas esse desconforto não durou dois segundos. Era como se a minha mão pertencesse aquele lugar, era como ela existisse somente para segurar na mão de Alexander.

Seguimos pelo elevador e senti um frio na espinha. Deveria ter contado para ele que eu sofria de claustrofobia? Seja forte. Pensei esperando minhas pernas ficarem bambas e meu estomago revirar. Mas outra coisa incrível aconteceu naquela noite. Eu entrei e sai daquele elevador sem sentir nenhum dos sintomas que geralmente sinto.

- Essa área é proibida para os moradores. - Disse assim que chegamos no terraço. – Dizem que é muito perigoso, mas eu sempre venho aqui no meio da noite. – Soltou minha mão e olhou para cima. – Aqui é tão alto que dá impressão que eu posso tocar as estrelas com as mãos.

Caminhou para o centro do prédio e sentou-se em uma pilastra.

- Você não vem?

Eu não conseguia me mexer. Minhas pernas estavam fincadas no chão e eu estava com a impressão de que meu coração iria sair pela boca.

- Eu tenho medo de altura. – Disse olhando para o chão. Ficava tonto somente ao subir em cima de uma cadeira, imagina em um prédio de vinte andares.

- Você não precisa ter medo de nada enquanto eu estiver ao seu lado. – Ele disse se levantando e pegando novamente em minha mão. – Venha comigo?

E eu retomei o controle do meu corpo. Não tinha mais medo de nada enquanto ele estivesse segurando a minha mão.

- Feche seus olhos. – Pediu

Obedecei. Ele foi me guiando de olhos fechado por aquele terço. Qualquer um no meu lugar ficaria com medo, afinal de contas a gente havia acabado de se conhecer. Mas eu não tinha medo, muito pelo contrário. Eu confiava naquele homem como jamais havia confiado em outra pessoa antes.

Senti quando ele soltou minha mão, voltou para minhas costas segurando a minha cintura.

- Pode abrir!

Quando abri, pude ver que estava na beirada. Dava para ver as pessoas na rua igual a formigas. Pensei que fosse desmaiar ou até mesmo vomitar. Mas nada daquilo aconteceu. Eu me sentia bem. O medo não existia mais. Abri meus braços e pude sentir o vento batendo no meu rosto. Era a melhor sensação de toda a minha vida. Voando. Parecia que eu estava voando.

Depois de longos minutos meu adorado anfitrião me disse que precisava descer até seu apartamento para buscar algumas coisas. Pensei que sem ele o medo voltaria, mas ele não voltou. Eu passei a vida toda temendo estar no alto e agora esse era o meu lugar favorito. Aquela noite estava realmente incrível.

My Angel ( Malec )Onde histórias criam vida. Descubra agora