Amor à primeira vista

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Não fui para o trabalho naquele dia. Voltei para meu apartamento com a cabeça fervilhando com os acontecimentos daquela tarde. Meu subconsciente me dizia que eu estava completamente apaixonado por aquele professor de olhos azuis e sorriso encantador. Mas meu consciente me dizia que eu estava começando a apresentar sintomas de esquizofrenia precoce. Eu não podia apaixonado. Amor à primeira vista só acontece naqueles livros de romance barato que se compra por menos de cindo reais em uma banca de jornal qualquer. Não podia estar apaixonado. Só podia ser esquizofrenia. Não podia ser amor. Não era amor.

Pegou o celular e decidiu colocar um ponto final naquela história. Apagaria seu número da agente e seria como se aquele dia não tivesse acontecido. Alexander provavelmente nem iria se importar com seu sumiço, ainda mais porque seu único interesse era provar a existência de um poder superior, não o interesse de conhece-lo romanticamente falando. Apagaria seu número e qualquer vestígio da sua existência. Mas não conseguiu. Havia alguma coisa dentro dele que nunca desistiria daquele homem.

Deitou-se em sua cama e acabou adormecendo. Acordou horas depois disposto a colocar um ponto final naquela loucura toda. Tinha que se manter o mais longe possível daquele professor.

Pegou o celular: " Infelizmente eu não poderei te encontrar nesse final de semana..." Não conseguiu. Seu subconsciente, o que acredita em amor à primeira vista, havia tomado por completo o controle da situação. Mesmo que tentasse, não conseguia colocar um ponto final naquela história.

Acordou no outro dia e aquele homem ainda ocupava grande parte dos seus pensamentos. Foi para o trabalho e os minutos se arrastavam. Quebrou sua caneca favorita, quase foi atropelado por uma bicicleta e ainda por cima teve que voltar ao trabalho porque esqueceu as chaves de casa em cima da sua mesa. Sua mente estava uma confusão. Não conseguia se concentrar. Não conseguia pensar em outra coisa que não fosse, Alexander. Ele estava em tudo e seus dedos estavam coçando para lhe enviar uma mensagem.

Pegou o celular, mas não sabia o que dizer. Na verdade, ele sabia muito bem o que gostaria de dizer, mas não podia. Como dizer para uma pessoa que acabou de conhecer que pensou nela o dia todo? Não. Aquilo era muita loucura para a sua cabeça. Iria escrever um, boa noite e só.

Mensagem: 19:25hs

" Passei o dia todo lutando contra a vontade de te enviar uma mensagem, mas fui vencido. Não consigo tirar o seu sorriso da cabeça. Ansioso para o nosso encontro. "

Merda. Gritou consigo mesmo assim que apertou o botão de, enviar. Não podia ter feito aquilo. Era um homem adulto e racional, não um adolescente imaturo que não conseguia conter seus impulsos.

Deixou o celular na mesinha de cabeceira. Estava morrendo de medo da resposta que viria. Alexander provavelmente iria desmarcar o encontro acreditando que ele fosse algum tipo de stalker.

Tirou suas roupas e foi tomar um banho.

Quando voltou, pegou seu celular. Precisava saber qual foi a resposta do professor de olhos cor de céu. Não havia resposta alguma. Ele havia visualizado, mas não havia respondido. Seu coração se partiu e sentiu um bolo estranho na garganta. Nunca havia sentido aquilo antes. Respirou fundo e jogou o celular em cima do pequeno sofá que havia em um canto escuro do quarto esperando que ele se partisse em mim pedaços. Se ele se quebrasse não voltaria a se comportar como como um idiota novamente.

Deitou-se na cama esperando que acordasse com outro pensamento que não fosse o sorriso do Alexander.

No meio da noite acordou ainda sonolento. Foi até a cozinhar tomar um pouco de água. Quando voltou para o quarto não resistiu ao impulso de olhar para o celular. Não estava esperando nenhuma mensagem do professor Alexander. Iria pega-lo somente para ler as últimas notícias no dia. Dizia para si mesmo tentando se convencer que havia esquecido aquele homem por completo.

Abriu a tela inicial e haviam duas mensagens não lidas. Será que é dele? Respirou sorrindo.

Abriu:

Mensagem: 19:27hs

"Você sempre está em meus pensamentos. "

Mensagem: 20:02hs

" Também estou ansioso para o nosso encontro"

Aquele bolo que havia em sua garganta havia sumido por completo quando visualizou aquelas mensagens. Droga. Aquilo não podia ser amor. Bradou consigo mesmo. Não podia estar apaixonado. Não podia.

Voltou a jogar o celular no mesmo lugar e voltou para a cama. Aquilo não podia estar acontecendo com ele. Não podia.

Tentou voltar a dormir, mas seus olhos se voltavam sempre para o aparelho jogado em cima daquele pequeno sofá. O que ele deve estar fazendo agora? Dormindo provavelmente. Mas e se ele também estiver acordando pensando nele? Deve ter passado da meia noite. Não. Quando se deu conta estava mais uma vez com o celular na mão digitando uma mensagem completamente insana.

Mensagem: 24:12hs

" Não consigo dormir pensando em você. "

Mas que droga está acontecendo com você, Magnus Bane? Lavou o rosto e pegou um livro. Iria focar sua mente em outra coisa que não fosse Alexander Lightwood.

Barulho de celular. Jogou o livro no cão e saiu correndo para ler a sua mensagem.

Mensagem: 24:20hs

" Você aceita adiantar o nosso encontro para essa noite? Também não consigo dormir pensando em você.


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Primeiramente eu gostaria de me desculpar pelo atraso na postagem. Eu entrei em um bloqueio criativo e não sabia qual linha escolher para continuar escrevendo. Estava completamente perdida até que recebi uma mensagem de uma leitora fantasminha que não acredita em amor à primeira vista. Respondendo a sua mensagem eu pude relembrar de como eu me senti quando aconteceu comigo. Essa lembrança abriu a minha mente para as possibilidades e me tirou por completo do bloqueio que eu estava passando. Espero que vocês tenham gostado do capítulo, ele foi SUPER autobiográfico. 

Um grande beijo no coração! 


My Angel ( Malec )Onde histórias criam vida. Descubra agora