I thought we... Nevermind

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"Diz o ditado: 'Melhor um pássaro na mão do que dois voando'.

Diariamente nos deparamos com escolhas, diariamente somos obrigados a aceitar o que nos é condicionado, o que o mundo está disposto a nos dar.

Nem sempre é uma coisa ruim."

×××

Suspirou irritado e mais uma vez olhou na tela de seu celular. Nenhuma chamada ou ligação de Louis, apenas o relógio gritando em seu rosto que havia levado um bolo.

Decidiu de uma vez por todas que, assim que seu chocolate quente com raspas de avelã (ele precisava de bastante açúcar no sangue para ficar dócil depois daquilo) chegasse, iria embora dali. Já havia pedido a bebida para a viagem justamente por esse motivo.

Quase meia hora atrás, quando já estava pensando que Louis sofrera um acidente, ou fora sequestrado, ou estava fugindo do país por terem descoberto sua identidade secreta de assassino de aluguel que planejava matar o primeiro ministro... Oh, olha... Mais um minuto se passou.

Então... exatos trinta minutos atrás, quando Styles já criava mil e uma teorias, o professor de Teatro ligara. Ele não dera explicações além de "Perdi a noção do tempo" e um breve pedido de desculpas ofegante combinado a um "Se puder me esperar mais um pouco... Estarei aí em dez".

E, bem, Harry esperou. Esperou e dez minutos se passaram. Esperou mais um pouco e mais dez se foram. Agora, de acordo com o relógio que cobria o rosto do ator Tom Hiddleston trajado com seu elmo, cetro e vestes características do figurino de Loki, a terceira dezena já partia para a primeira metade da quarta. E Harry estava muito frustrado.

Porque, caralho, ele podia muito bem estar em casa maratonando as mesmas séries pela milésima vez ou tentando tirar algo que prestasse de seu violão.

Mas não, ele estava em uma cafeteria que ficava a uma distância desnecessária de seu apartamento só para acabar tomando café sozinho, recebendo olhares nada discretos do ser humano que o músico ainda não compreendera se era um garoto ou uma garota atrás do caixa, e observando uma criança fazer quatro escândalos seguidos num prazo de vinte minutos, a cada vez que algo não era como ela queria.

Harry é quem deveria estar dando birra. Ele deveria estar se jogando no chão e gritando enquanto se debatia. Mas se contentava com juntar seus pertences, que consistiam apenas em seu celular, um caderno de anotações e uma bolsa carteiro, ao ver a garçonete se aproximar.

Porém não chegou a sequer se levantar, uma vez que o sino da porta de entrada soou e um Louis afobado, com bochechas vermelhas e cabelos úmidos mal cobertos por uma beanie vinho entrou em um rompante. Styles desistiu de deixar a mesa e observou o menor vasculhar o local com um olhar preocupado, sorrindo como se fosse a porra do sol quando localizou-o ainda esperando.

O professor de teatro veio à sua direção em passadas largas e determinadas, acompanhadas de uma expressão que pedia desculpas, mas que não exatamente demonstrava arrependimento. Harry sinceramente queria empurrar ele e depois beijá-lo em troca de perdão por ser tão brusco.

-Harry! Thank God. Eu estava morrendo de medo que você tivesse ido embora chateado comigo. Depois que eu falei com você meu celular descarregou e foi toda uma saga pra chegar aqui, quer dizer...- O músico encarava meio vidrado o rapaz tagarelando enquanto tirava a beanie e agitava os cabelos quase secos; olhos azuis arregalados como se dessem ênfase em seu discurso. Dramático. Era essa a palavra que definia Tomlinson.

Up in the air - l.s.Onde histórias criam vida. Descubra agora