Pai?

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Uma de minhas mãos vai para sua cintura o puxando para mais um beijo antes de fechar meus olhos voltando a dormir. 

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  O raio de sol que passa por uma fresta da janela atinge meu rosto me fazendo abrir os olhos, ao meu lado está Castiel, ele ainda dorme tranquilamente.

  Um fio de saliva escorre por sua boca formando uma poça no travesseiro, isso me faz rir e acariciar seus cabelos.

  - Bom dia - sussurro beijando sua bochecha, é impressão minha ou em seus lábios se formou leve sorriso?

  Olho para o relógio esquisito que fica em cima da TV, vendo que já passam das duas da tarde.

  Ficamos muito tempo dormindo, como é bom não ter ninguém para me acordar de manhã e pelo contrário, ter alguém para poder abraçar e ficar na cama por quanto tempo quiser. 

  Pego uma troca de roupas indo para o banheiro, a água mais fresca me faz acordar rapidamente.

  Derepente ouço duas batidas na porta, chamo uma vez, mas ninguém responde.

  Na terceira batida já estou ficando irritado, vou até a porta a abrindo, mas não tem ninguém do outro lado.

  Na verdade o barulho de batidas continua, vindo da entrada do quadro, o que pode ser agora? A moça da recepção querendo entregar morangos e champanhe?

  Colocando a toalha na cintura, ando pelo quarto vendo que o moreno ainda dorme.

  Vejo pelo olho mágico, mas não consigo acreditar no que encontro. Meu pai está parado em frente a porta do quarto com uma arma em mãos e cara de quem vai socar alguém, que nesse caso tenho certeza de que sou eu.

  Tentando não fazer alarde, jogo uma calça jeans para Cas, que acorda assustado, mas entende que deve se vestir.

  - O que foi? - reclama manhoso enquanto passa as pernas pelo jeans.

  - Meu pai está aqui - com minhas palavras, o sono que ele estava sentindo acaba e seu rosto é tomado por uma expressão amedrontada, ele teria tanto pavor assim do meu pai? 

  - E agora? - ao mesmo tempo que fala, ele tenta se esconder embaixo da cama.

  - Cas - pego sua mão o trazendo para meu lado, também estou com medo da reação de meu pai, mas se esconder não vai adiantar nada, principalmente por que ele o acharia fácil.

  Começo a me vestir, bolando uma boa desculpa para ter saído correndo, pego seu precioso carro e agora estar em um quarto de motel com um rapaz que ele não conhece. Estou muito ferrado...

  - Dean, eu sei que está aí - ouço a sua voz grave do outro lado da madeira - Abre essa porta agora!

  Minha mão está sobre a maçaneta, mas meus instintos questionam seriamente meus próximos atos. Respirando fundo e tomo coragem abrindo vagarosamente, na metade do caminho meu pai me empurra e entra com toda sua fúria.

  - Se você fugiu de casa para ficar com uma garota, eu juro que... - ele para de falar ao fitar Castiel ao meu lado, a expressão em seu rosto muda de raiva para surpresa em questão de segundos.

  - Pai eu... - no momento em que seu olhar furioso bate contra o meu as palavras simplesmente desaparecem e fico abrindo e fechando a boca sem emitir som algum.

  O frio em minha espinha faz meu coração se acelerar e olho para Cas a procura de ajuda, o que não adianta já que ele está mais nervoso que eu.

  - Que merda é essa Dean!?! Quem é esse garoto? - grita novamente em plenos pulmões, o que mais me preocupa é a pistola em sua mão esquerda.

  Não que ele já tenha feito algo que pudesse machucar a Sam ou a mim, mas em situações inusitadas podemos esperar qualquer reação.

  - Ele é... - meus olhos vagam entre meu pai e o moreno que, vendo por seus olhos arregalados e pele mais pálida que papel, está morrendo de medo - É um caçador!

  A expressão no rosto de Jonh Winchester é de comédia.

  - Ele? Um caçador!? Só pode estar de brincadeira... - ele passa as mãos pelo cabelo em um gesto de nervosismo e joga a arma sobre a cama - Filho, eu posso conversar com você em particular?

  Essas palavras me levam a um estado elevado de medo, no qual estou certo de uma bronca eminente. Me contento em acenar positivamente indo em direção a saída, ele me segue pisando fundo e posso ver Castiel levar as mãos ao rosto, antes da porta se fechar.

  - Me explica direito essa história - fala cruzando os braços, me fuzilando com seu olhar.

  - Recebi uma chamada de um homem que relatava  acontecimentos sobrenaturais nessa área. Como não sou uma criança, achei que poderia lidar com um caso sozinho então fui atrás. - Faço uma pausa para respirar me engasgando com minha própria língua - Ao chegar aqui para averiguar a situação, encontrei um senhor que se dizia caçador e seu filho. Infelizmente, durante a caçada o pai do rapaz acabou sendo atacado por um wendigo e morreu. Agora, ele está sozinho, eu só estava tentando ajudar.

  Se existisse um concurso de melhor mentira inventada em menor intervalo de tempo eu seria o vencedor.

  - Tenho a impressão de que já conheço esse menino - fala coçando o queixo. Ele deve se lembrar vagamente do fantasma que queimou, afinal, foi um dos casos mais recentes ao qual trabalhamos.

  Não posso deixar que ele se lembre completamente, tenho que pensar em alguma coisa...

  - Pai o Jimmy não tem onde ficar e ele quer salvar pessoas e caçar coisas, assim como a gente. Nós poderíamos ter mais um no time, não acha? - as mentiras saem com tanta facilidade que estou me considerando um profissional.

  Ele suspira bravo e por um momento a imagem de Castiel ficando aqui, em Iwoa, passa por minha mente e uma enorme tristeza me atinge, eu não conseguiria deixa-lo para trás, já conquistou um espaço muito importante em minha vida.

  - Você tem certeza de que ele não tem ninguém? - aceno afirmativamente, sentindo meu coração se acelerar com essa pergunta é a possibilidade de ter Cas comigo - Vai chamar seu amigo.

  A felicidade que me consome nesse momento faz com que não me controle e deixando esbanjar um enorme sorriso, volto para o quarto pegando as malas e coisas, o garoto de olhos azuis apenas me observa.

  - Você está indo embora? - sua voz soa tão baixa e desanimada que me esforço para entender.

  - Quer vir comigo? - falo sorrindo e me aproximo dele, envolvendo sua cintura em um abraço.

  Sua resposta demora, ele parece não acreditar ou não assimilar o que estou dizendo, mas quando entende seus olhos se enchem de brilho e pela primeira vez, toma a iniciativa de me puxar para um beijo.

  Segurando meus fios entre os dedos, me da chance para  aprofundar o beijo e deixo que guie meu rosto, nos encaixando perfeitamente. Quando nos separamos, pela falta de ar, continuo depositando vários selinhos por sua boca e maxilar.

  Nesse momento, ouço passos vindos de fora e me afasto bruscamente o deixando confuso. Na porta aparece meu pai olhando para Cas com curiosidade, ainda bem que meus sentidos estão aguçados ou ele teria nos visto.

  - Ele está bem? - pergunta apontando para Castiel e vejo que o deixei extremamente corado com os amassos, sem falar em seu cabelo e roupas que estão todos desarrumados.

  - Está, está sim - jogo uma mala para ele tentando tirar sua atenção do moreno. O que parece funcionar, pois começa a me ajudar com a bagagem.

  - Vamos - fala antes de sair e o seguimos, um pouco assustados, mas não deixo de ficar ansioso para mostrar a Castiel o meu mundo. O mundo de um caçador.

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Mais um capítulo, espero que estejam gostando 😁

Logo vem o próximo...

Boa noite!!!
E até logo, bjs😘

Destiel - Do outro lado da linha Onde histórias criam vida. Descubra agora