Quem realmente sou...

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- O que faremos agora? - pergunto pensando em uma boa atividade para passar o tempo.

  - Você tem que me ensinar como ser um caçador. - fala devolvendo o selinho.

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  Ouço um barulho na tranca da porta atrás de nós e corremos, nos escondendo entre as milhares de carcaças dos automóveis que estão guardados no ferro velho.

  Entre a janela quebrada de um dos carros posso vê-lo, com seu boné velho e a camiseta branca surrada. Ele olha em volta, provavelmente nos procurando, já que deve ter visto o Impala indo embora.

  Por um momento seu olhar se dirige diretamente para onde estamos e me abaixo tentando fazer o máximo de silêncio possível, ao meu lado, Castiel apenas segue meus atos sem entender o porquê.

  O som da velha porta se fechando me faz respirar fundo, voltando a espiar pela janela a tempo de ver o tio Boby nos dar as costas e voltar para dentro.

  - O que estamos fazendo? - pergunta o moreno vendo que a possível "ameaça" da qual nos escondemos já havia passado.

  - Antes de te apresentar aos outros integrantes da minha família, você tem que parecer um caçador - pego sua mão, o levando até um pequeno depósito que fica perto do lado leste da propriedade.

  Encontramos um computador antigo, mas em bom funcionamento onde costumamos fazer identidades falsas. E é exatamente disso que preciso para transforma-lo em Jimmy.

  - Uau!!! - enquanto ligo o aparelho, Cas anda pelo local explorando todas as coisas bizarras que estão ali - Como se atira?

  Ao me virar, o encontro com uma cano serrado em mãos apontando diretamente para mim. Observando bem, ele não precisa de muito para ficar idêntico a um caçador, a teimosia já tem de sobra.

  - Primeiramente - vou até ele retirando a arma de suas mãos - Não aponte para ninguém amigo.

  - E depois? - pergunta se sentando no banquinho a minha frente, seus olhos analisando cuidadosamente cada ação minha.

  O peso de seu olhar sobre mim faz com que esqueça meu próprio nome, olho para arma em minhas mãos pensando em uma maneira de explicar como atirar sem fazer um barulho que chame a atenção de todos.

  Retiro as balas para evitar acidentes e puxo o gatilho, mostrando para ele logo após fazê-lo. Depois aponto para um lugar qualquer e aperto, fazendo o objeto em minhas mãos soltar um estalo seco.

  - Entendeu? - sorrindo, ele se levanta e pega a arma de minhas mãos repetindo o ato de puxar e apertar o gatilho.

  - Agora já posso caçar com vocês? - questiona apontando para várias coisas e fazendo o som da arma com a boca.

  - Ainda não - ele me olha contrariado e não consigo deixar de rir de sua expressão emburrada.

  - Por que estamos aqui então? - fala jogando a arma em uma caixa.

  - Vamos criar a identidade de Jimmy - enquanto conversamos, pego uma câmera fotográfica e começo a ligar perdido em minhas ações. Normalmente Samy é quem mexe com essas coisas de tecnologia.

  - Por que não posso me apresentar com meu nome verdadeiro? - me olha com curiosidade e se senta sobre a mesa, balançando seus pés como uma criança.

  - Mesmo tendo esquecido, Sam e meu pai conhecem você. Eles estudaram toda sua vida para ter certeza que era o fantasma que deveriam queimar. Não podemos arriscar que se lembrem de quem realmente é, ou terei problemas para explicar como trouxe um morto a vida. - explico, arrumando um fundo branco atrás dele.

Destiel - Do outro lado da linha Onde histórias criam vida. Descubra agora