- Eu já vi esse lugar, mas nunca entrei aí, é muito caro Dean nos não temos dinheiro - fala com os olhos cheios de curiosidade, mas ao mesmo tempo pensativo.
- É claro que temos grana - mostro um dos cartões do meu pai que peguei para casos de emergência (resumindo qualquer situação que envolva dinheiro porque eu não tenho).
- Então vamos! - ele sai do carro correndo e logo estamos na fila para pegar comida.
Castiel está encantado com tudo o que está vendo, seu prato já está formando uma montanha de coisas.
- Você não vai conseguir comer tudo isso - tento fazer ele parar, mas continua empilhando mais comida.
- Mas eu estou com fome - olha para mim com um sorriso.
- Tem comida para várias pessoas nesse prato - aponto para as outras que estão pegando algumas poucas coisas.
- E agora? - ele pergunta nervoso, sem saber o que fazer.
- Vem - puxo sua mão levando o para o local onde pesam.
- E o seu prato? - questiona reparando que minhas mãos estão vazias.
- Eu vou te ajudar a com esse Everest de comida - pego mais dois talheres, pegamos uma mesa afastada das pessoas e me sento a seu lado dando mais liberdade para dividirmos o prato.
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Faltam apenas alguns pedaços de carne, mas não estamos aguentando mais nem um grão de arroz, peço então para embrulhar.
- O que vai fazer com isso Dean? - me pergunta quando saímos do restaurante.
Na praça a minha frente vejo um banco onde um cachorro bem magro está dormindo, ele parece ter sido abandonado. Vou até ele deixando a marmita aberta perto de suas patas, ele se levanta com medo de mim, mas se acalma vendo o alimento.
A meu lado Castiel sorri acariciando o animal e me sento no banco apreciando a cena.
- Sabe Dean - começa voltando sua atenção para mim - Você é uma pessoa boa.
- Como tem certeza? - pergunto tentando descobrir o que ele está tentando dizer com isso.
- Não é só pelo cachorrinho, você me ajudou muito, mesmo não me conhecendo bem. Nunca conheci pessoas boas, em minha primeira vida todos me tratavam mau, eu achei que todos os seres humanos fossem assim, mas você apareceu.
- Como era viver à 30 anos atrás? - pergunto interessado em sua antiga vida, ele encosta a cabeça em meu ombro e começa a falar.
- Eu não tinha nenhum amigo, a única pessoa que gostava de mim era a minha mãe e ela morreu quando eu fiz quatro anos. Então eu fiquei com o meu padastro, mas ele me odiava, eu era apenas mais um problema para ele. Todas as suas frustrações eram descontadas em mim, ele me trancava em um quarto que tinha as paredes pretas para deixar tudo escuro, sempre tive medo do escuro e ele fazia de propósito - de seus belos olhos azuis descem lágrimas, mas ele respira fundo continuando - Toda vez que alguém brigava com ele era em mim que ele batia. Sem falar que na escola ninguém me queria por perto, eles falavam que eu era estranho e... - as lágrimas agora o impedem de continuar e ele desvia o olhar com vergonha.
- Cas... - me aproximo dele o envolvendo com meus braços, suas mãos se agarram a minha jaqueta e ele começa a soluçar escondendo o rosto em meu ombro - Você não é estranho, algumas pessoas que são idiotas, principalmente as que viveram três décadas atrás. O tipo de pensamento naquela época era diferente de hoje em dia.
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Destiel - Do outro lado da linha
Fiksi PenggemarDean Winchester tem um lema: "Não se envolver sentimentalmente com alguém durante o trabalho" Será que ele sempre o segue? Uma noite Dean recebe uma mensagem de um desconhecido disposto a mudar isso. Ps: A história se passa quando Dean tinha...