E repetidamente eu fechei meu caderno que por agora, é o meu " diário ". O deixei de lado e suspirei, eu me sentia indiferente a tudo isso que acontecia comigo. Deixei de lado esse pensamento, eu não poderia me aproximar deles e criar laços... não, eu não podia!
Levantei-me do chão e andei até perto de Alex, ela parecia estar em um sono profundo igualmente ao irmão que estava a queimar de febre, bufei. Peguei meu facão e andei a porta trancada, eu preciso ajudá-los mesmo contra a minha vontade. Enquanto eu tentava abrir a maldita porta, minha mente estava em uma guerra com o racional e o emocional, para mim, tudo era confuso. Eu já estava com a respiração ofegante, mas por sorte consegui abri a porta que havia feito um ruído alto, mas ambos dormiam como pedras. Entrei para a escadaria devagar, respirei fundo. Aqueles minutos de confusão na minha mente me fez ficar com medo, mas eu deveria fazer isso se não iríamos morrer! Subi as escadas devagar a minha respiração estava ofegante, a minha testa e a minha mão soava frio e eu não entendia o por que, talvez o calor? Com o clima bipolarizado, acredito que não, por agora fazia um pouco de frio.
Ansiedade, nervosismo, eu também não compreendo. Sempre fui uma pessoa calma e tranquila, mas neste mundo isso não importa, já que sua melhor qualidade deve ser matar. Respirei fundo em uma tentativa de acalmar-me, o que não estava a dar resultado. Eu subia as escadas devagar mas mesmo assim fazia-se ruídos irritantes, minhas pernas tremiam sem qualquer motivo o que fazia-me ficar um pouco irritada. Cheguei ao primeiro andar e fui a primeira porta, bati com o cabo do facão na porta e aproximei-me da porta tentando escutar algo, eram gemidos roucos e baixos, era um zumbi mas estava preso. Abri a porta devagar e olhei a minha volta, o apartamento estava bagunçado e sujo, os vidros empoeirados e coisas jogadas ao chão. Acho que independente do apocalipse zumbi, esta casa estaria muito suja.
O apartamento era pequeno e aparentava ter somente um quarto, e que uma única pessoa morava ali. Me dirigi aos armários da pequena cozinha e fiquei a procurar por comida, encontrei alguns enlatados que, obviamente, estavam fora da validade. Depois de pegar todos os enlatados e colocá-los em uma sacola plástica fui ao banheiro a procura de remédios ou algo do tipo. No banheiro não havia muitos remédios que nos servisse, mas mesmo assim coloquei todos na bolsa junto às comidas enlatadas. A maioria dos remédios ali eram para pessoas com câncer, um tipo de anestésicos, ou seja, a pessoa que vivia por aqui só era cancerígena, enquanto eu colocava os remédios na bolsa plástica ouvia ruídos vindo do quarto a frente. Saí devagar do banheiro e fui em direção do quarto com o facão a frente do meu corpo, deixei a sacola no meio do corredor e então senti que minha mão suava. Deixei essa sensação de lado e me voltei para a porta que ouvia-se ruídos pouco altos e gemidos roucos e baixos, um zumbi. Abri a porta rapidamente e apontei meu facão para a cabeça do zumbi que aparentava ser um senhor idoso com a grande parte do corpo definhado. Enfinquei o facão na cabeça do mesmo e deixei o corpo cair ao lado.
Respirei fundo, depois de alguns minutos de raciocínio vendo o corpo totalmente morto no chão andei ao quarto onde o zumbi estava. O lugar era um pouco escuro, mas com a iluminação que vinha um pouco por de trás das cortinas empoeiradas dava para observar o quarto, ele estava bagunçado e bem sujo. Ao lado da cama havia uma caixa de primeiros socorros com muitos remédios no chão. Me sentei na cama bagunçada e fiquei a relaxar ao menos por alguns segundos, o que eu não fazia a anos. Deitei-me na cama e fiquei a pensar, em tudo, apesar de não ter muito a contar, eu ainda tenho coisas a pensar.(🎶 - 2)
" O bosque estava silencioso, era um pouco estranho, mas ao mesmo tempo bom. Era misterioso ver um local totalmente vazio, a qualquer momento aqueles monstros poderiam aparecer e nos atacar, mas eu preferia pensar positivo. Ao menos por agora, depois de perder meu irmão e minha mãe estar muito fragilizada.
- Hey... - me aproximei dela e a abracei de lado. - No que está a pensar tanto... ?
- ... Nós estamos aqui como intrusos, o mundo na verdade são deles... - ela referiu-se aos mortos-andantes. - Nós somos os verdadeiros monstros deste mundo, matamos uns aos outros só pela chance de dominar este mundo e sobreviver nele. Nós somos a destruição de tudo. - ela falou baixo. Por um momento, eu até cheguei a acreditar nela, mas então percebi que minha mãe estava morrendo aos poucos, tanto psicologicamente quanto fisicamente. Ela poderia deixar-me a qualquer momento, mas ela estava lutando para estar ali. "
E aqui estou eu, percebi que na verdade sou uma intrusa neste mundo e que eu estou morrendo, mas por algum motivo desconhecido, estou lutando para viver.
Eu me desconheço por agora, eu tenho chamas no meu peito e que a um tipo de bloqueio me impedem de apagar esse fogo. Eu quero fugir de tudo mas, estou sem rumo, eu não tenho nada a não ser vagar por aí sozinha. Eu não tenho nada, então por que diabos eu ainda tento sobreviver? Por que eu ainda sinto que eu ainda tenho que me manter viva?
Eu sou o tipo de pessoa a sobreviver, mesmo sem rumo e sem motivo algum. Então que seja assim, ao menos tentarei sobreviver por você, mamãe.
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SURVIVE
Science Fiction" Já que estou sozinha, irei te escrever todos os dias. Lhe dizendo mais sobre minha jornada nesse mundo de mortos, você é minha única ajuda, querido diário. " - O.k se tu pensas que esta história está mais voltada a coisas femininas, ou a adolescê...