Cap. 2

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Pra falar a verdade eu não sabia de nada, Valery me contou. Ela é minha melhor amiga, foi a única pessoa que me ajudou de verdade desde sempre. Agora por exemplo ela está presa aqui comigo, no sofá ao lado conversando com alguém. Ela é tão linda, parece uma dessas modelos, pele morena clara, cabelo cacheado longo, olhos verdes e o sorriso mais lindo que já vi.

Mas voltando, depois do ocorrido acabamos voltando, não me pergunte o porque mas tinha algo naquele garoto que sempre me fazia voltar pra ele.

Apesar de tudo ela ainda queria manter contato com ele, mandava várias mensagens, ia atrás dele, deixava cartas no correio e isso começou a me estressar. Você me entende né? Se isso estivesse acontecendo contigo tenho certeza que não gostaria.

Pois bem, acabei descobrindo onde era sua casa e decidi fazer uma visita. Toquei a campainha e uma senhora de uns 60 anos atendeu (julguei ser a empregada por conta do uniforme) e conduziu-me a sala. A casa era enorme, a sala parecia daquelas de filmes, tudo muito arrumado, haviam duas escadas, uma a direita e uma a esquerda que se encontravam no topo e dava para algum corredor. Sentei em um dos sofás de couro branco e fiquei esperando pacientemente.

Logo Emi chegou e me encarou perplexa, veio descendo as escadas vestida com sua camisola rosa pink, tinha cortado o cabelo na altura do ombro e tingido de loiro, estava usando lente de contato azul, seu olho era castanho e estranhamente calçava um scarpin:

-Olá. -disse me levantando com meu sorriso mais irônico

-Já ouvi falar de você. Quem te deixou entrar? -perguntou analisando as unhas que estavam por fazer

-Mariah, é claro

-MARIAH, VEM AQUI AGORA!

Mariah prontamente apareceu na porta, coitada, naquela idade e ainda trabalhando, devia ser escravizada, certeza.

-Sim senhorita Emi, o que deseja?

-VOCÊ É UMA INÚTIL. COMO DEIXA QUALQUER UMA ENTRAR EM MINHA CASA? OLHA, EU NEM QUERO SABER, TAMBÉM NÃO QUERO VER SUA CARA O RESTO DO DIA, E MAIS...

-Para! -a interrompi- Você não pode tratar ela assim.

-Tudo bem, já estou acostumada. -disse baixando a cabeça e retirando-se

-Pois então, o que faz assim? -perguntou sentando em minha frente

-Só vim dizer para parar essa perseguição ao Kyle, se já não percebeu ele não te quer e não há motivos para insistir em algo que nao vai dar certo.

-Sabe o que é? Não vai dar não. E eu acho que ele me quer sim, caso contrário não teria ficado comigo ao invés de você.

-Bom, você está avisada, não me responsabilizo pelas consequências.

***

Uma semana havia passado e ela ainda continuava, na verdade eu acho que minha ida lá só a atiçou mais e eu só conseguia pensar, qual o problema dessa garota?
Valery sugeriu dar-lhe um pequeno susto...estava tudo combinado, depois da festa de sexta iriamos por o plano em prática.

***

A festa correu bem, era aniversário de Jimmy, namorado de Valery, não haviam tantas pessoas, o que deu passagem para irmos logo ao planejado.

Saímos do prédio em direção a uma van que havíamos comprado. Era toda reformada, por fora toda preta com vidro G7, na parte do motorista os bancos em couro preto e a parte dos passageiros era fazia e coberta com carpete.

Valery parou por um beco onde Emi passava, que coincidentemente era o beco próximo ao meu prédio, quando ela se aproximou abri a porta da van e puxei-a de uma vez para dentro colocando um saco em sua cabeça:

-Olá querida.

-Me solta. -reclamou esperniando

-Xiu, quietinha. -apertei o saco ainda mais

-O que você quer? -choramingou

-Você não cumpriu o acordo.

-Que acordo?

-Era pra você deixar Kyle em paz, lembra?

-Já disse que não vou fazer isso

Comecei a apertar o saco em seu pescoço até que ela não conseguisse respirar...

ManicômioOnde histórias criam vida. Descubra agora