Cap. 6

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Passaram dois dias de cortes intensos. Minha vida estava um caos, tinha brigado com Kyle e meu irmão não me deixava mais ver meus sobrinhos, decidi que tinha que descontar minha raiva.

Fui ao galpão, deitei Emi a mesa, peguei alfinetes e um maçarico, ia esquentando os alfinetes e depois queimando-a, fiz também em seu rosto. Peguei lâminas cobalto 60 e cortei seus pezinhos, e cada um de seus dedinhos. Peguei um pote que ficava em uma estante com vários outros potes, todos eles possuíam formol, coloquei seus dedos em um dos potes e depois de volta a estante.

Aquilo era bom. A adrenalina percorrendo minhas veias, e ver alguém sofrendo era tudo que eu queria, ela tinha de sofrer o que eu havia sofrido. Seus gritos eram como musica para meus ouvidos e a cada gota de sangue que pingava eu me sentia mais completa de certa forma. Talvez você não me entenda, mas é assim que me sentia.

***

Já disse que esse galpão ficava em uma fazenda? Não? Pois sim, e havia um poço nessa fazenda, era um poço seco, mas ainda assim um poço. Acabei jogando Bea dentro, ela estava me irritando. Talvez tenha quebrado alguns ossos, mas não me importava.

Sabe, você deve achar que eu estou exagerando, afinal, eu estava com Kyle, tinha basicamente tudo que eu queria, e eu realmente devia esquecer, mas é que simplesmente não dava, a cada vez que eu ia dormir um pesadelo me atormentava, e ainda havia a questão da confiança. Eu não confiava mais em ninguém a não ser Valery, era como se a toda hora alguém tivesse me traindo de alguma forma, eu só queria esquecer tudo aquilo, e poderia ate não ser a melhor, mas do modo como eu estava fazendo funcionava, então seria assim.

E quanto a Japa que eu disse que seria prioridade, mudei de ideia, eu tinha planos melhores para ela depois, agora só queria diversão com Paula e Gaby.

Depois dos desabafos, vamos a continuação...

***

Tirei Bea do poço alguns dias depois, o que não foi tão difícil pois ela estava praticamente desmaiada e coloquei-a na mesa, prendi mais forte seus pulsos, peguei um alicate e fui arrancar seus dedos. Ela não iria precisar mais deles, nunca precisou na verdade. Ia quebrando e arrancando cada um com o alicate, e depois os colocando em um pote e de volta a estante. Logo depois fiz um curativo, não queria que ela morresse por hemorragia, eu ainda queria me divertir.

Valery chegou e me levou para fazer compras, depois me encontrei com Kyle e ficamos juntos um pouco, depois deixamos Kyle em casa para irmos ao galpão.

Bea e Emi conversavam alegremente, como se nada daquilo estivesse acontecendo, como se a vida fosse simples e feliz, e não houvesse preocupações com o mundo. Fiquei a ver aquela vadiagem.

Era madrugada, eu já estava há quase um mês nessa história. Resolvi deitar Emi a mesa. Valery havia recolhido varias formigas (dessas bem grandes que depois que mordem morrem quase instantaneamente por causa das presas que vão embora), peguei um pote na prateleira com as formigas e coloquei-as espalhadas pelo corpo de Emi.

Deixei as formigas lá enquanto ela gritava e fui brincar com Bea. Coloquei-a em outra mesa e fui queima-la com o maçarico. Quando terminei com ela fui ate Emi e todas as formigas haviam morrido e Emi havia desmaiado, eu acho. Deixei as duas como estavam e fui ver que barulho era lá fora.

Era Valery, que vinha com uma pá em cada mão, eu entendi o que faríamos e fui logo ajuda-la. Cavamos covas na parte afastada ao galpão. E depois fomos para sua casa.

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