Capítulo V

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- Rápido, para dentro da TARDIS! Antes que ele chegue aqui...

- Boa ideia.- disse Clara entrando na nave logo atrás do senhor do tempo.- O que vamos fazer agora, Doutor?

- Simples.- respondeu ele. E começou a falar num microfone:- Estamos nos dirigindo ao salão onde você assassinou uma pessoa, estaremos lá te esperando para discutir os termos de sua rendição.

- Você acha que ele vai se render? - perguntou a garota, cética.

- Nenhum pouco. Mas é melhor sabermos onde está um assassino do que não sabermos. E lá vamos nós.

A TARDIS mais uma vez decolou em seu voo quase giratório. Dessa vez seu alvo não era um vitral ou uma parede, mas sim a cúpula no salão onde estava o sangue. Ela subiu até quase o limite do domo da estação, para então descer em grande velocidade sobre o cúpula de vidro reforçado.

Bast'ak havia acabado de entrar no salão onde o Doutor falou que ia encontrá-lo. Sua grande tropa de três judoons lutava bravamente pelos corredores até alguns metros antes, quando o último dos soldados fora morto por uma serra de canos. O inicial batalhão que continha treze judoons foi reduzido a nada. Apenas seu comandante estava vivo e sem muitas esperanças.

Sua entrada apressada e heroica foi interrompida por um barulho de vidro, seguido de uma chuva dos estilhaços que se espedaçaram. Descendo entre a chuva arco-irística de vidro, estava uma grande caixa azul que a maioria das criaturas do universo já ouvira falar, tanto como sinal de ajuda, quanto de terror.

- Rápido, Clara. Ele pode aparecer a qualquer momento.- Disse o Doutor pegando a mão de sua amiga e arrastando-a para fora da TARDIS.- Ah, oi, Bast'ak. Onde está o resto do seu grupo?

- Morto ou pior. E do seu?

- O mesmo.

- Vocês falam isso como se fosse a coisa mais natural de se acontecer.- Falou Clara em resposta a essa pequena conversa.

- Mas claro que é. Tudo nasce, cresce e morre. É a ordem natural do universo, quem sou eu pra mudar isso?

- Normalmente o primeiro na fila.- ela respondeu friamente.

- Bom ponto. Mas agora tomem cobertura, ele está vindo. - o Doutor comunicou. Todos três ficaram bastante apreensivos. Esperando por algo para acontecer. Mas depois de longos cinco minutos, só era possível ouvir respirações. Clara suspirou irritada.

- Achou mesmo que isto fosse funcionar?! - Ela virou para o Doutor e perguntou.

- Não custava tentar! - ele se explicou.

- Se eu fosse o assassino, eu não ia me entregar assim, de bandeja. Aliás, o que houve contigo? Está todo arranhado.

- E você está completamente suja dos pés até a cabeça, mas eu não fiquei te perguntando.

- Bom, não é todo dia que se cai num container de poeira até a boca.

- Bom, não é todo dia que se pula em um arbusto coberto de espinhos... Pensando melhor...

- Doutor, acho que eu ouvi alguma coisa! - Bast'ak acionou. - Os três se calaram e procuraram por barulhos que não viessem deles próprios. Mas nada veio. Agora a apreensão deles se transformava em terror. Eles se entreolharam, incapazes de saber como agir. O Doutor pôs a mão no queixo, tentando recolher as pouquíssimas informações que tinha e pensar na sua próxima jogada, porém isto estava se tornando uma tarefa difícil quando o próprio assassino também era um jogador e tanto.

Uma luz azul intensa tomou conta do salão fazendo com que tudo banhado por ela passasse a levitar lentamente.

- Doutor! Estamos sendo abduzidos?!

Uma noite sem lembrançasOnde histórias criam vida. Descubra agora