Capítulo 3

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Andrew

Franzi o cenho. Que merda ela estava dizendo? Será mesmo que não tinha me reconhecido?

– Não me reconhece? Pois eu reconheço você. Disse que a encontraria em qualquer lugar, não disse?

– Realmente não sei do que está falando...

– Não? Não frequentava um clube exclusivo em Nova York... usando máscara e um vestido preto?

– Clube? Nova York...?

– Não precisa fingir. Devo entender que, com certeza, Grace e Matthew não fazem ideia do tipo de pessoa que contrataram para cuidar dos filhos deles. E acho que você não quer que eles saibam, não é?

– Olha, realmente, acho que está me confundindo com alguém...

– Estou? Você usava uma máscara. E estava bem diferente. Eu também usava máscara... Talvez tenha transado com tantos mascarados naquele lugar que realmente não faça ideia de quem eu seja.

– Eu?!

Eu ri sem o menor humor.

Ela ia mesmo continuar com aquela encenação?

Até podia entender que, para uma garota como ela, que devia passar de mão em mão naquele lugar, possivelmente não se lembrasse de mim.

Porém eu me lembrava muito bem dela.

Não havia sombra de dúvida. Eu a reconheceria em qualquer lugar.

Inferno, mesmo sem me dar conta eu a procurava em todos os rostos desde então.

– Sim, você. – Insisti. – Usando máscara e trepando com desconhecidos num clubinho de pervertidos em Manhattan. E, embora deva ser difícil para você se lembrar de todos os caras que te foderam, eu acredito que se lembra muito bem de mim.

Ela me encarava com os olhos arregalados e o rosto pálido.

– Então pare com este joguinho de se fingir de inocente, nós dois sabemos exatamente quem você é.

Ela respirou e sacudiu a cabeça.

– Espera... quem é você?

– Ah, claro, nunca fomos devidamente apresentados, Melinda Kelly – eu dei vários passos parando em sua frente e estendi a mão. – Andrew Waldorf.

– Senhor Waldorf, eu... acho realmente que está havendo algum engano aqui. Não faço ideia do que está falando, nunca estive em nenhum clube em Nova York e certamente nunca nos vimos antes, me desculpe...

Eu ri, passando a mão que ela havia ignorado pelos cabelos nervosamente.

– Que inferno! Acha mesmo que vou cair nesta sua conversa? Você é muito pior do que eu pensava!

Desta vez ela fechou a cara, parecendo irritada.

– Olha, senhor Waldorf, está me ofendendo... Entendo que obviamente eu deva parecer com alguma garota que... conheceu... mas não sou eu. Nunca te vi antes e muito menos frequentei este tipo de lugar fazendo o que o senhor está insinuando. – Rebateu enfaticamente, com o rosto corado.

Eu a encarei. Ela parecia consternada.

E, por um momento, eu duvidei de mim mesmo.

Aquela garota com aquela aparência inocente, certamente não se parecia em nada com alguém que frequentava aquele tipo de clube.

E ela me fitava realmente ofendida.

Deus, eu não poderia estar pirando. Aquela voz. Aqueles olhos. Aquele cabelo...

A Verdade Oculta - DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora