Capítulo VIII - Iniciação

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     Os gritos vindos lá do térreo continuam.... O que pode estar acontecendo? Sinto que a cada segundo que passa meu coração estar batendo cada vez mais rápido, que minha pele está mais fria que de um cadáver, o ferimento em meu braço passa a doer cada vez mais, mesmo tendo ido na enfermaria antes da conversa com Uler. Mas pior de tudo é que estou sentindo uma pré-falta de ar, afinal parece que a qualquer momento todo o ar do elevador vai se extinguir, e eu não irei conseguir respirar.

      Acalma-se, Lupos! Esforço-me para vê pelo o vidro do elevador o que estar acontecendo na parte externa da Forgia, mas como está muito escuro, só consigo notar algumas pessoas vindo correndo da floresta... Não! Aquilo não são pessoas! São...

      — LUPOS! — Alguém grita, começando abrir forçadamente a porta do elevador. É o Saulo! — Venha!

      Como elevador está um metro abaixo do piso do 3º andar, eu acho — não trabalho que com certezas métricas também —, eu demorei um pouco a mais para atravessar a pequena frecha na porta do elevador que Saulo continuou mantendo aberta.

      De pé no 3º andar, com ainda um pouco de adrenalina no sangue, já que não é todo dia que se fica preso em um elevador, vejo que duas pessoas estão acompanhando o Saulo. Entre elas, para minha surpresa, está a garota que disputou a corrida final comigo para pegar a Sra. Procurada.

      — Bom te ver de novo — Ela diz rapidamente para mim.

      — Vamos! — Saulo diz e depois os três começam a correr em direção ao corredor do CPT.

      — EI! — Grito, que apesar de não ter sido alto, fez um eco ao longo do CPT. Eles param de correr e começam a me encarar — O que estar acontecendo? — Pergunto me aproximando deles.

      Eles se entreolham. Que raiva eu tenho de não saber das coisas...

      — Centauros... — O garoto de nariz torto, cabelo longo e loiro responde minha pergunta.

      — Eles invadiram a Forgia inesperadamente — Saulo continua explicando — Tanto que conseguiram desligar os geradores e estão matando todos que aparecem em sua frente...

      — Mas centauros não fazem isso... ou fazem? — Interrompo-o.

      A garota-beta de cabelo cacheado solta uma pequena risada, mas eu mantenho minha feição séria, afinal a coisa aqui tá séria também.

      — Lembre-se que estamos no mundo real — A garota-beta diz— Centauros neste mundo matam, diferente dos que você lia nos livros em sua antiga casa.     

      Sinto meu corpo parar de funcionar por um segundo. Minha respiração, batimento cardíaco e até mesmo sentidos pararam de operar, e isto se chama medo. Por mais que eu não queira admitir, eu estou com medo. Para mim a Forgia era lugar mais seguro do mundo e questão de minutos a energia é cortada e tudo vira um caos. E olha que tudo isso feito por centauros, imagina o que os próprios deuses são capazes de fazer...

      Respiro fundo e tento de alguma forma retirar meu temor interno.

      — O que... o que vamos fazer agora? — Pergunto a eles.

      — Vamos pegar algumas armas na sala do Ship — Saulo responde e depois os três começam a correr. Eu os acompanho — Queremos ir para o andar de cima, onde todos devem ficar caso ocorra uma invasão, mas sensatamente não podemos fazer isso de mãos nuas.      

      Assinto e continuo correndo com eles. No caminho vemos algumas pessoas saindo das salas e indo com toda velocidade à sala de elevadores. Mas também aparecem algumas entrando em alguma sala e se trancando.

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⏰ Última atualização: Feb 27, 2017 ⏰

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