SOB JURAMENTO

Capítulo 14

A paixão que um sente pelo outro é tão avassaladora que os impede de raciocinar claramente. Não conseguem medir as consequências de serem flagrados por Mohas. Naquele momento, a única coisa que conseguem ver e sentir com clareza são os lábios se entrelaçando num frenético movimento de volúpia. A vontade de Joshua é deita-la ali mesmo no chão da cabana e desfrutar de tudo o que aquela mulher está disposta a lhe oferecer. Stephany também compartilha da mesma vontade, porém, ela é um pouco mais responsável do que Joshua. Talvez um pouco mais controlada também, por isso, num instante de consciência consegue impedir uma tragédia. 

O alarme foi o ranger da rede onde Mohas está dormindo. Com um pulo para traz Stephany só tem tempo de se virar de costas para Joshua, quando ouve a voz de Mohas:

- Não conseguiram acordar o capitão Riley? – Com as mãos esfregando os olhos, Mohas se levanta e caminha em direção à rede onde dorme o capitão, a fim de se certificar do quão profundo está seu sono.

- Pois é Mohas, a Stephany até que tentou acordá-lo, mas, isso só será possível com um guincho.

Joshua ainda tenta se refazer do susto, disfarça indo até o fogão e balbucia algo como: "Acabou o café?", ou coisa parecida.

O certo é que por muito pouco Mohas não descobre, da pior maneira possível, que está sendo enganado pelos seus dois melhores amigos.

- Vocês estão ouvindo? – Joshua se vira para Mohas e o vê com o dedo indicador apontando para o alto e o outro em riste na frente da boca, como pedindo silencio aos dois.

Bem ao longe começam a ouvir o mesmo som que tanto os amedrontaram na noite anterior. Porem, dessa vez o som não tem tanta intensidade, pois as fogueiras do lado de fora da cabana os mantém afastados.

- Sim. – Responde Joshua.

- Eles estão novamente ai fora. Vamos esperar um pouco para ver se realmente as fogueiras são eficientes e daqui a pouco saímos para identifica-los.

Neste momento, Marcos também acorda e corre pegar a espingarda.

- Vamos acabar com esses bichos. – Diz, indo em direção à porta.

- Calma Marcos! – Stephany, que está entre ele e a porta, interrompe sua investida.

- Vamos esperar um pouco a fim de nos certificar que estamos seguros do lado de cá das fogueiras.

- Gente, vamos manter a calma e pensar bem antes de agir. Olha só Marcos: Não conhecemos praticamente nada sobre o que está ai fora. Não é prudente sair atirando neles. Não sabemos qual seria a reação deles.

Com essa conversa toda, o capitão Riley acaba acordando.

Joshua compartilha com ele a intenção de aguardar alguns minutos e depois sair para ver se conseguem visualizar os bichos a uma distancia segura.

- Concordo com você Joshua. Cautela nunca é demais quando o perigo está tão eminente.

O barulho se manteve em um nível onde se permitia deduzir que não estavam conseguindo se aproximar da cabana. Joshua calmamente pega as armas, verifica se estão com munição e distribui uma para cada um.

- Prestem bem atenção! Não atirem em hipótese nenhuma, a não ser que precisem se defender de alguma investida desse bichos. Nós estamos saindo apenas para vermos com o que estamos lidando.

- Stephany, acho melhor você ficar aqui dentro. Não creio que haja necessidade de todos saírem. Alguém mais quer ficar com ela?

Inconscientemente, Joshua quer preservar aquela mulher que, agora sabe, tem tanta importância para ele. Por sorte, a situação é tensa e ninguém tem tempo de perceber nada.