Já havia se passado mais de duas horas desde que Joshua começara a procurar o amigo. Já à noite, uma pequena luz no morro chama sua atenção. Parece a luz de um lampião, provavelmente de algum turista descendo entre as pedras a fim de pescar espadas de cima do ancoradouro, pois essa prática é comum entre os turistas. Porém, quando foi chegando à ponta da praia, Joshua pôde ver claramente que a luz vinha da gruta, pois não se movimentava, logo deduziu que não seria nenhum pescador descendo pelas pedras, como havia imaginado. Só poderia ser Mohas...
"O que estaria ele fazendo àquela hora na gruta? - Teria adormecido durante a hora do almoço e não teria acordado? Não, não... se fosse isso, como se explicaria o lampião aceso? Certamente ele não precisaria acender o lampião no meio do dia, já que a gruta era bem iluminada pelo sol. Estaria em companhia de alguma mulher? Será que finalmente Mohas criara coragem e levara Stephany para se declarar apaixonado por ela?". Pensa Joshua consigo mesmo, enquanto sobe o morro para ver o que está acontecendo na gruta.
Assim que chega à entrada da gruta, avista Mohas sentado no chão e sozinho.
"Ainda não fora dessa vez que Mohas criara coragem para se declarar a Stephany". Constata aliviado! Apesar de Mohas ser seu melhor amigo, Joshua jamais havia comentado com ele, ou com qualquer outra pessoa, sobre suas "escapadas" com Stephany. Inconsciente e instintivamente Joshua teria agido dessa maneira para proteger o amigo Mohas. O destino estava apenas delineando os parâmetros e estabelecendo o pano de fundo de uma história que estava ainda muito longe do seu final.
Logo acima da sua cabeça está o lampião aceso, pendurado num gancho que fora colocado ali na época em que esculpira a pedra com o pacto. Mohas olha fixamente para algo que parece ser um pedaço de pano velho depositado em cima de um pequeno baú de madeira. Na medida em que Joshua se aproxima de Mohas, pode ver, num pedaço de tecido, umas gravuras que parecem desenhos geométricos em tons amarelados. Deve ser algo muito importante, pois, para chegar até onde Mohas se encontra, Joshua caminhara uns oito metros sobre folhas e galhos secos que iam se quebrando, porém, mesmo com o barulho, Mohas continua paralisado olhando fixamente para aquele pedaço de pano.
- Mo, o que você está fazendo aqui até essa hora?... Diz Joshua num tom de voz baixo, para não assustar o amigo.
Não há resposta.
- Mo!
Chama um pouco mais alto.
Quando Joshua chega ao seu lado, Mohas toma um susto, pois está totalmente envolvido com a leitura do manuscrito, não ouvindo os insistentes chamados do amigo.
- Rapaz! O que está acontecendo? "Tá" todo mundo preocupado com seu sumiço. O meu tio está lá preocupadíssimo, pois você nunca se ausentou dessa maneira! - Diz Joshua.
- O que aconteceu? - Insiste.
- Desculpe Joshua, mas, tive sim um bom motivo para fazer isso. Você não vai acreditar no que aconteceu. Senta aqui que eu vou te contar.
- Nossa! Eu estou vendo em seu rosto que realmente deve ter acontecido algo muito importante, mas eu não consigo entender, porque você não me procurou para avisar que não iria trabalhar hoje? Desde que hora você está aqui? O que é esse pedaço de pano que você está lendo?
- "Tá" certo, fica calmo. Eu vou explicar tudo com calma, você vai entender. Tudo começou ontem depois que você foi embora. Bom, você viu a bagunça que ficou lá em casa né?
- Sim, eu até fiquei preocupado em como você iria dormir no meio daquela bagunça, mas, o que a bagunça que está na tua casa, tem haver com seu sumiço?
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SOB JURAMENTO
RomansaJoshua e Mohas jamais imaginariam o quanto o juramento feito quando crianças seria importante no decorrer de suas vidas. A amizade que existe entre os dois é tão forte que absolutamente nada poderia separá-los. Até que Mohas descobre que há um valio...