Capítulo seis
Soldado despertou quando sentiu algo quente e úmido em seu estômago e lateral. Uh-oh. Gom havia urinado. Antes que pudesse acordar a criança, sentiu que Gom se agitou, quando percebeu que havia urinado em cima dele. Ele imediatamente acordou e começou a chorar e tentou levantar-se. Soldado não iria deixar.
— Ei. Gom. Relaxe, amigo. O que há de errado? — Soldado agia como não soubesse.
— Sinto muito. Sinto muito. Eu sou mau, muito mau, um menino muito mau. Não... não... desculpe... por favor...
— Shhhhh. Ei! — Soldado o pegou facilmente, e o colocou em frente a ele. — Olhe para mim. Vamos. Eu pareço irritado? Gom, olhe para mim. Olhe, eu pareço irritado? E daí que você tenha feito xixi. Grande coisa. — Esse garoto estava muito chateado por algo muito pequeno. — Eu tenho outras roupas e podemos tomar um banho rápido antes que alguém levante. Ninguém vai saber nada sobre isso. Por que você está chorando?
— Você não vai me bater?
— Por que eu iria bater em você, querido?
— Porque eu fiz xixi. Estou molhado. Eu fui mau. Me desculpe.
Eu não valho nem para que me matem. Eu sei.
As lágrimas estavam lá, lentamente escorrendo no rosto de Gom e Soldado esforçou-se o quanto pôde para não chorar também. Soava como se essa criança, tivesse vivido um inferno.
— Quem lhe disse esse lixo?
— Lixo?
— Sim, quem disse que você era ruim, e que nem valia a pena matá-lo? Quem bateu em você quando você fez xixi? — Gom olhou para baixo e teria escondido seu rosto se Soldado houvesse deixado.
— Ei, Gom, nós somos amigos agora. Eu não deixo ninguém dormir em mim. Isso significa que confio em você.
Soldado estava falando com calma e em voz baixa, querendo que Gom soubesse que estava tudo bem, mas querendo dizer algo ao menino que pudesse ajudar. Gom apenas fungou e não encontrou os olhos de Soldado.
Na noite passada você me disse que me amava. Então isso significa que também confia em mim. Não é? — Gom acenou com a cabeça tão forte que seu cabelo caiu na sua testa, mas ainda havia lágrimas. — Se você confia em mim, vai me dizer quem bateu em você. Não foi Dillon, foi? — Soldado sabia que não tinha sido Dillon de jeito nenhum. Mas ele pensou que para defender Dillon, talvez Gom dissesse quem foi. Funcionou.
— Não! Ele nunca me bateu. Ele também me ama. Foi... era... era... — Gom abaixou a cabeça e sussurrou: — Minha mãe. Ela me odiava.
— Isso é simplesmente horrível. Como alguém poderia te odiar? Você é um grande menino. Eu realmente gostei de você imediatamente. Sua mãe, desculpe-me se vai te chatear, mas sua mãe era louca, e estava errada. — Soldado realmente não podia acreditar que uma mãe poderia odiar esse menino doce.
— Sério? Pensei que as mães estavam sempre certas e as crianças erradas.
— Você esta muito equivocado. Às vezes algumas mães não sabem como ser boas mães para crianças especiais como você. — Deus, Ele sabia que era verdade.
— Eu?
— Eu não sei onde ela está, mas agora você está aqui, e Dillon e eu acreditamos que você é o melhor. Você acredita em nós dois, certo? — Gom lentamente levantou a cabeça e olhou diretamente para Soldado com uma expressão ansiosa nos olhos. Soldado quase podia ler os pensamentos de Gom. Será que a sua mãe estava errada? Poderia ser? Talvez ele não fosse um menino mau. Gom franziu a testa novamente.
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O SOLDADO
Short StorySoldado é um solitário, cheio de cicatrizes, danificado, e sem rumo, quando descobre que alguém está usando a casa de um de seus terrenos