Capítulo sem título 4

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Capítulo quatro

Soldado passou um dia inteiro pensando. Ele pensou no homem sexy e intrigante que acabara de conhecer. Consciente de que poderia passar muito tempo pensando em Dillon, foi forçado a voltar a pensar sobre o planejamento de seu futuro.

A ideia de fazer algo pelos habitantes da antiga casa tornou-se a meta do seu dia. Pensar e planejar... Depois que ele percebeu que sua vida mudaria para algo importante, decidiu que estava cansado de estar sozinho.

Tanto a reação de Dillon, e Gom com suas cicatrizes mostraram que no grande esquema das coisas, elas não eram importantes. Ele parou diante do espelho e se olhou por um momento. Por muito tempo ele sentiu isolado e deformado por causa delas e agora após as reações de um homem e uma criança, elas pareciam diferentes do que eram. Sentia-se melhor, é claro.

Por outro lado, havia passado por tantas cenas onde as pessoas reagiram de forma negativa ao vê-las. Mas, ele não se importava com o que os outros pensavam. A aceitação destes entes queridos reforçava a sua crença de que as cicatrizes eram apenas parte dele. Certamente ele não tinha nada para se envergonhar ou a esconder. Se as pessoas não conseguiam lidar com as cicatrizes, era problema delas, não seu. Porque Deus, ele tinha uma vida para viver.

Soldado não ia sentir mais dor. Ele não iria continuar a viver como uma vítima. Ele não podia acreditar que ele deixou de ser um soldado forte, confiante, corajoso e honrado, para se tornar uma pessoa tranquila, reservada, solitária e danificada, quase uma sombra patética de um homem.

Quanto mais pensava sobre isso, mas ele intrigado ele ficava. Como ele permitiu-se viver como se tivesse feito algo errado? Ele havia servido ao seu país, salvou vidas, e havia passado por um inferno para se recuperar.

O resto de sua vida poderia significar alguma coisa. Soldado sentiu energizado apenas em pensar no futuro. Pela primeira vez em muito tempo, estava feliz em pensar no futuro em vez de simplesmente deixar sua vida passar.

No segundo dia, entrou em contato com seu advogado, James Kindall, para passar algumas informações. O homem pareceu surpreso ao saber dele, sem dúvida porque já tinha passado muito tempo desde que Soldado tinha tido uma conversa com ele. Ficou ainda mais surpreso com algumas das perguntas que ele tinha feito.

O advogado não acreditava que Soldado estava falando sério. Mas Soldado havia assegurado a James que ele estava em seu juízo perfeito.

— Quer que eu faça o quê? —A voz de James soava incrédula. Soldado pensou que soava um pouco louco, e inesperado.

— Eu vou buscar todas as maneiras possíveis para ajudar Dillon e essas crianças que vivem na casa. Você acha que estou perdendo a cabeça, mas, francamente James, eu acho que finalmente a encontrei. Eu estive à deriva ao longo da vida. Só de pensar em todas as formas nas quais eles precisam de ajuda, e em tudo que eu posso fazer por eles, isso me faz sentir-me forte, energizado e pronto para viver.

— Você discutiu isso com este Dillon? — Perguntou James, sempre a voz da razão.

— Não sobre isso. Eu disse que estaria de volta. Se ele não quiser minha ajuda, então eu vou encontrar uma maneira de financiá-los. Eu vou encontrar outras maneiras de ajudar. E eu quero sua ajuda sobre isso, sobre todas as formas possíveis em que eu possa ajuda-los, de todas as maneiras que possamos encontrar.

Soldado sentiu uma pontada de medo, ao pensar na possibilidade de que Dillon não estivesse tão animado como ele com relação a todo o resto.

— Eu espero que você saiba que você está fazendo. Soldado sorriu com a atitude pessimista de James.

O SOLDADOOnde histórias criam vida. Descubra agora