FOURTY SIX

1.1K 131 72
                                    

JIN ON

    Ah, eu não consigo ver os meus filhos desse jeito e não fazer nada.
    Levanto-me tomando cuidado para não pisar em Hoseok, largo meu prato na pia e subo apressadamente ao meu – antigo – quarto, pois algumas coisas minhas ainda estão nele.

    Pego minha caixa de cremes para rosto e corpo, levando-a com cuidado até a sala. Essa porra é pesada.
    Após o esforço, desço o último degrau e caminho rápido, deixando a enorme caixa ao lado do corpo derrotado de Hoseok.

    Retiro a tampa.

– Há todos os tipos de creme aí, vamos nos revezar e passar uns nos outros. -digo, e todos obedecem.

    Passo hidratante nas costas de Namjoon, que por sorte não se queimou tanto quanto os outros. Depois, passo nas costas, peito e rosto de Taehyung, que está fervendo.
    Olho ao meu redor. Martha e Jimin estão passando hidratante cuidadosamente um no outro. YoonGi e Jheny estão gritando e se batendo porque dói, mas eles se entendem. Namjoon está cuidando das queimaduras de Jungkook. E agora vem a pior parte...

– AI, OMMAA, ISSO VAI DOER? -Hoseok começa o escândalo.

    Respiro fundo e conto até dez antes de tomar coragem para passar os hidratantes nele.
    Haja tímpanos para essa voz aguda e desesperada que ele vive forçando.

———¥———

JHENY ON

    Acordo com Jin me chamando do jeito dele.

– JHENYY! -ele grita, jogando água em meu rosto.

    Sento-me na cama, bocejando. YoonGi ainda dorme.

– Vamos sair em meia hora! -anuncia.

– Onde vamos? -pergunto, sonolenta.

– Acampar. -isso é música para os meus ouvidos.

– ACAMPAR?! -levanto-me em um pulo. – Suga, Suga, Suga. -eu o sacudo algumas vezes, e Jin não está mais no quarto. – Vamos, acorde! -ele apenas resmunga.

    Fico parada, encarando-o, mas ele vira para o lado oposto e volta à dormir. Espero que ele me perdoe por isso.
    Dou um tapa em suas costas, e ele acorda gritando.

– PORRA, JHENY! -reclama, com os olhos marejados.

– Desculpe, desculpe. -engatinho até ele e deixo um breve selar em seus lábios. – Mas vamos acampar, você precisa levantar, vamos! -levanto-me e arranco o edredom, e ele resmunga.

    Entro no banheiro para me lavar enquanto ele acorda. Eu odiava acampar, mas sempre vamos em uma cachoeira afastada de tudo, e isso me deixa animada.
    Gosto de ir para lá com a minha família.

    Assim que saio do banheiro, YoonGi já está acordado, arrumando a nossa mochila.

– Vá se arrumar e deixa que eu termino isso. -digo, tirando a mochila de sua mão.

    Ele anda lentamente até o banheiro, e eu arrumo nossas coisas. Roupas íntimas para os dois, uma muda de roupas para os dois, uma toalha para cada um, repelente, hidratante... pronto!
    Não precisaremos de mais do que isso.

    Pego a mochila e desço correndo para a van, mas encontro todos atirados pela sala. Caminho lentamente até eles, sem entender.

– Jheny, nós vamos para a cachoeira que fica perto da cabana. Lembra-se? -pergunta Jin, em tom de lamento. Eu assinto. – E já levamos tudo para lá durante a tarde, não precisa de mais.

– Precisa sim. Toma! -entrego a mochila à ele. – Vou me arrumar e mandar o YoonGi tomar banho rápido.

– Tudo bem. -ele ri.

– Martha e Jimin já foram? -pergunto antes de subir.

– Sim, ela queria tanto conhecer a cabana. Jimin decidiu ir sozinho com ela primeiro. -ele sorri docemente ao falar.

– Entendi. -murmuro. – Pegou os remédios dela, certo? -certifico-me, sem esconder minha preocupação.

– Sim, filha. Peguei. -ele assente sem tirar o sorriso do rosto, e eu faço o mesmo, subindo para o quarto.

MARTHA ON

    Assim que eu e Jimin chegamos próximos de Seoul, ele voa lentamente, deixando-me apreciar a paisagem e o clima completamente novos para mim.
    Fecho os olhos e abro os braços, segredando para Deus o meu desejo de poder voar. Jimin está perdendo muito do seu tempo comigo.

    Avisto uma casinha no meio do nada. Aparentemente dois andares, e parecia menor quando estávamos mais distantes. Há fios de luz solitários, mas a casa em si carrega uma energia muito calma e feliz.
    A mesma energia que minha nova família passa para mim.

    Descemos devagar, e eu observo o formato da mata e uma caixinha de cartas ainda mais solitária do que os fios de luz, um pouco afastada à frente da casa. Ela sabe que não há carteiro disposto à vir deixar correspondências ali., sorrio com meu pensamento.

    Mas, o que mais me chama atenção, é o lago. Não é grande, mas é calmo e limpo. Rodeado por rochas e por energias positivas. Presumo que eles gostem bastante daquele pedacinho do enorme quintal.

THE WRONG ANGEL » myg {3ª temporada}Onde histórias criam vida. Descubra agora