Capitulo 29

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Torci para que aquilo fosse um sonho. Um sonho bem ruim. Um pesadelo dos fortes.

Lucas me olhava quietamente, enquanto algumas lágrimas caiam no meu rosto, sentada e encostada no muro. Não ousou dizer nada por um bom tempo, até que soltou:

- Você quer realmente saber da história toda?

Mexo a cabeça em forma de "sim" e ele senta do meu lado, e me afasto um pouco. Se não fosse por ele, aquele beijo, nada teria acontecido. Ele começa a contar a história com uma voz calma e baixa.

- Eu e Gabriel éramos melhores amigos. Ele, na época, namorava a Isabella, uma garota que não gostava muito dele, mas ele era apaixonado por ela. Não percebeu que ela dava em cima de todos, até seus amigos, inclusive em cima de mim.

Ele dá uma pausa e suspira.

- Um dia, eu estava numa festa, bêbado. E ela chegou e me beijou, ficamos e fomos pra cama. Gabriel nos pegou no dia seguinte. Depois disso, nunca mais falou comigo e mudou completamente. Não que eu me arrependo de tudo isso né, ela é mor gostosa. - olho para ele com decepção, ele percebe e continua - Ai ele virou o maior pegador do colégio. Nada ia conseguir "quebrar" esse coração de gelo que ele virou. Eu e a Isabella namoramos até....

Não continuou e olho para o chão. Finalmente percebi o que quis dizer.

- Idiota! Babaca! - me levanto com raiva - Como você faz isso com alguém? E não me conta? Vai embora! Não volta mais por favor.

Ele foi embora e entrei em casa. Como pôde? Ele ainda namora essa Isabella! Corro ao meu quarto e tranco a porta.

Deixei Gabriel ir embora.

Flashback On...

- Obrigado Anna. Obrigado por ser a pessoa que me fez sentir algo diferente nessa vida. Obrigado por me transformar em uma pessoa melhor por um momento. - ele diz pegando o buquê do chão, e o jogando no chão, perto de mim.

- E Lucas - ele continuou - Parabéns. Por roubar de novo a pessoa que eu gosto.

Flashback Off...

Ele disse que gostava de mim. E me trouxe um buquê de flor.

Eu sou a pessoa mais horrível desse mundo. Sempre achei que era só uma ilusão. Que ele era igual aos outros. Será?

Ponho-me a chorar mais, e pego o buquê, jogado na garagem.

Eu gosto dele também! Eu o amo?
Não sei, mas não era momento de entender o que eu sentia, apenas sentir.

Mas será que já é tarde para isso?
Me assusto e saio correndo.

O Menino da Outra RuaOnde histórias criam vida. Descubra agora