Capítulo 30

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É agora. Agora ou nunca.

Peguei minha bicicleta e sai rapidamente. Atitude instantânea, nem parei para pensar no que poderia acontecer. Não pode ser tarde demais.

Cheguei até a casa dele, mas não tinha carro na garagem, nem sua bicicleta e muito menos alguma luz acesa. Nada. Droga. Será que ele saiu?

Começou a trovejar e chuviscar um pouco. Legal, que belo dia, agora não tem como piorar mesmo.

Ele deve ter saído. Merda, merda, merda. Onde ele foi se meter? Senti um leve frio na barriga e um mal pressentimento.

Peguei minha bike e continuei a procurá-lo pelas ruas. Nada e nada, até que finalmente vou para a praça. É minha última parada, mas não vou desistir tão fácil.

A chuva ficou mais forte e o pneu começou a escorregar, então larguei a bike correndo na calçada e corri até a praça. Era a minha última chance, mas não ia desistir assim tão fácil de achá-lo.

Meu coração dispara. Ao chegar lá, mesmo com a chuva forte, consigo ver sua bike jogada no chão. Mas cadê ele?

Entro na praça e sigo reto até o campo de futebol. O local estava escuro, sem força, provavelmente por conta da chuva, mas conseguia enxergar e continuei.

Finalmente meu corpo relaxou e parei. Lá estava ele, encostado na grade do campo de futebol, com uma garrafa de Askov na mão, olhando para o nada.

Não ousei me mexer. Vou ou não vou até ele? Agora que parei para pensar, percebi a idiotice que fiz ter vindo até aqui.

Ele continua tomando vários e vários goles de vodka, sem dizer nada. Provavelmente não me viu chegando, espero.

Mas espero mais ainda que não seja tarde demais para fazer o que vou fazer agora.

É minha última chance de fazer certo, ou pelo menos o que eu acho que é certo.

O Menino da Outra RuaOnde histórias criam vida. Descubra agora