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TERCEIRO ANDAR E POSSÍVEL AMIZADE 

Terminei a refeição antes de todo mundo (confesso, sou uma morta de fome) e esperei todas sairem em grupos de seus lugares com um plano infalível em mente: ia me aventurar no andar da família real

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Terminei a refeição antes de todo mundo (confesso, sou uma morta de fome) e esperei todas sairem em grupos de seus lugares com um plano infalível em mente: ia me aventurar no andar da família real. Eu sei, era meio arriscado, mas meu lado Sherlock Holmes estava a todo vapor.

Quando um grupo grande de meninas resolveu ir até o salão das mulheres, vi que aquela era a hora de agir. Peguei minha lupa, que deixei secretamente escondida sobre o armado cabelo de Marlee e minha boina, que havia escondido secretamente em uma das mangas do meu adorável vestido. Minutos antes, uma Selecionada havia perguntado curiosamente sobre o porquê do meu braço direito estar um pouco maior do que meu braço esquerdo e eu respondi que não era da conta dela, mas fiquei com um pouco de pena da coitada e soltei uma história esfarrapada em como eu sofria com um tipo de alergia causada pela a pasta de dente e o enxaguante bucal.

- Nossa - Disse ela - Mas o que a pasta de dente tem a ver com o seu braço?

- Olha eu só acho que não é da sua conta.

Ela piscou algumas vezes.

- Nossa! Eu estava apenas querendo ser legal!

- Pena que não conseguiu - Levantei um indicador - Aliás, ficar falando sobre minha doença não é uma boa maneira de ser legal.

- Nossa! Então me conta, como eu posso ser legal?

- Ah... Não tenho tempo agora, mas talvez eu te ensine mais tarde. Tchauzinho.

- Oba! - Ela se inclinou para uma cabeçada em despedida, mas eu desviei rapidamente, então ela caiu de cara no chão. O fato chamou atenção dos guardas e de Silvia que correram para ajudá-la, o que vou te falar, foi per-fei-to para meu plano de ir até o terceiro andar, pois não havia ninguém me vigiando.

Antes de subir as escadas olhei para os dois lados como se estivesse atravessando uma avenida e fui até o quartinho de vassouras pegar minha sósia para tomar meu disputado lugar no salão das mulheres.

- Não sei se consigo senhorita América! - Ela sussurrou, se tremendo toda.

Bom, não era exatamente uma sósia, mas com a maquiagem e a peruca até que ela ficou um bocado parecida comigo.

- Quietinha, Anne Frank - A repreendi enquanto arrumava seu cabelão ruivo falso. Tá, tabóm, era mais ou menos uma peruca. Peguei o macarrão com molho da cozinha ontem à noite e coloquei na sua cabeça. De vez em quando alguns fios caíam no chão, mas agora eu estava os colando com cola permanente. Ia ficar um arraso.

- Tem certeza que esse troço vai sair depois com água corrente? - Perguntou, se referindo ao macarrão no cabelo. Dei de ombros.

- Provavelmente minha filha - Arrumei seu vestido e a encarei - Olha, eu quero que voce vá aquele salão e fique lá sentada lendo qualquer coisa. Não fale com ninguém e se, no caso alguém puxar assunto com você, sempre responda com um "Hmm, é mesmo?" e volte a folhear as revistas.

A Seleção - ParódiaOnde histórias criam vida. Descubra agora