20

899 105 75
                                    

Quando terminei de descer o último degrau da escada, todas as garotas estavam me fitando com expressões mortais. Marlee abriu um meio sorriso quando me viu e Silvia fez um sinal para que eu me aproximasse.

- America - Disse ela num tom seco  - Após o café, me espere para que possamos conversar.

- Tudo bem.

Ela se virou para as garotas.

- Tudo bem senhoritas, todas para o Grande Salão!

Todas começaram caminhar e foi aí que vi Celeste.

Ela caminhava graciosamente ao lado de suas amiguinhas e quando reparou em mim, abriu um sorriso aberto e maldoso.

- Ah mais eu vou acabar com essa menina - Caminhei em direção a ela, mas Marlee me segurou.

- America, não suje mais suas mãos - Ela sacudiu meus ombros - Não que suas mãos estejam sujas, mas você entendeu o recadinho, né?

- Na verdade não.

- Esqueça - Ela me puxou quando começou a caminhar - Só peço que não coloque mais lenha nessa fogueira.

- Mas é tão injusto! Foi Celeste quem pintou o cabelo da menina!

- Eu sei, e estou arquitetando um plano em relação a isso. Você só sai desse palácio sobre o meu cadáver.

Uau. Fiquei feliz. Duas pessoas me protegendo a todo custo... E eu pensando que ninguém se importava comigo!


***


- Pois bem senhorita America, o rei quer vê-la.

Abri a boca.

- O quê???

- Ele quer saber dos motivos pelos quais a senhorita fez aquilo no cabelo de uma adversária - Prosseguiu Silvia.

- Ué, isso é simples... Por que ela é uma adversária? - Perguntei e me dei conta do qua havia dito - Não que eu tenha feito qualquer coisa com ela!

Silvia soltou um assobio.

- As coisas estão feias pro seu lado filha.

Eu era uma idiota. Não tão idiota quanto Cat Valentine de Sam & Cat, mas mesmo assim. Continuava sendo uma grande idiota.

Ela me guiou até o escritório do rei. Arregalei os olhos quando ela me deixou de frente a porta e foi embora. Meu Deus, pensei enquanto me dividia entre três pensamentos para escapar daquela situação:

1. Matar Tuesday e Celeste;

2. Matar a mim mesma.

3. Calçar meu melhor tênis de corrida, pegar minha garrafinha de água e dar o fora desse palácio.

4. Tentar explicar e enfrentar tudo de cabeça erguida.

Claro, a opção quatro estava totalmente fora de cogitação, até porque ninguém acreditava em ditadorores (ancestrais nos deram essas más reputações) e também porque acabei trazendo meu tênis de corrida escondido na mala, para algum caso emergencial. Ele tinha molas duplas além de ser antiderrapante, o que me daria uma grande e vantajosa vantagem contra os guardas do palácio e suas lanças afiadas.

Mas pensando por outro lado...Bem, explicar tudo era uma opção atraente. Isso se o rei me desse alguma oportunidade de explicar. Durante anos ouvi horrores sobre os métodos de tortura que o próprio provocava nas suas vítimas. Um homem chamado Aladin (não confuda com o do desenho) foi torturado dolorosamente por acessórios bizarros que o rei esconde na gaveta de sua grande mesa. Segundo boatos, um carinha chamado Taylor Lautner (não confudir com ator de crepúsculo) acabou morrendo após se afundar em sua própria tristeza. O rei ficou lá na frente dele falando em alto e bom som todos os pecados nos quais ele confessou para o padre. Diga-se de passagem que o padre não era o padre, mas sim um guarda do palácio.

A Seleção - ParódiaOnde histórias criam vida. Descubra agora