Encontro Amigável

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LUNA

Pego uma pequena foto de minha irmã e fico olhando pensativa. Por que uma pessoa criaria um vírus só para transformar pessoas em aberrações. E agora, por causa dele, minha irmã está morta. Eu juro que quando encontrar o desgraçado que criou isso vou dar na cara dele...

  Depois de um tempo começo escutar barulhos no lado de fora do trailer. Pego minha Magnum e vou ver o que é. Klark escuta quando eu abri a porta e se põe na minha frente. Acaba sendo acertado com uma pá e cai no chão.

-O que você fez? Ele não é um zumbi. Espera, você não foi mordida ou algo assim não né?

-Não... Err, me desculpa. —Respondeu uma menina ruiva com uma pá na mão. Klark ficou no chão.

-Como é o seu nome? Está sozinha? –

  Mason vinha se aproximando na espreita.

-Mérida. Eu estou com meu...

  De repente um homem se aproxima, Mason pega uma pistola e eles ficam apontando suas armas um na cara do outro.

-Irmão. –Disse Mérida completando sua frase.

-Está tudo bem, Nate, baixe a arma. E.. Me desculpa por acertar seu amigo.

-Olha, não tem problema, ele estava precisando dormir um pouco mesmo e relaxar a mente. —Disse Mason abaixando sua arma e olhando para Klark.

  -Desculpa por esses dois, gente. Eles estão tendo uma D.R. —Disse. -Me chamo Luna. Querem entrar? Aí a gente se resolve.

  Todos entramos e começamos a conversar. Todos se apresentam enquanto pegava gelo para colocar na cabeça do Klark.

-Então.... Vocês estão sozinhos? –Pergunto.

-Já faz um ano que saímos de casa e estávamos juntos quando a guerra começou e o vírus foi lançado. Aprendemos a nos virar. —Nate disse pegando na mão da Mérida.

-Que lindos... namoram a quanto tempo? —Perguntou Mason, tentando ser gentil.

-Somos irmãos —Mérida respondeu de forma nada amigável.

-Ahh... Err.... Eu não... —Gaguejou Mason.

  Também fico surpresa com aquilo.

-Melhor não falar mais nada, queridinho. —Disse.

-Vocês têm um carro e bastante suprimentos. Vão para onde? —Perguntou Nate.

-Seattle. —Respondeu Mason tentando ser legal. Com certeza queria tentar chamar a atenção da Mérida.

-O que tem lá? —Perguntou Mérida.

-Pergunta para o Klark. Ele que tem essas respostas. Né, querido. —Falo sarcasticamente olhando em direção a ele.

-Vamos para um Centro de Treinamento. —Ele respondeu.

-Que situação, hein. Aceitando qualquer um por lá. É a crise, fazer o que né? Eu quero lutar e acabar com quem fez isso. Ninguém faz isso porque é ‘MAL’. Vocês não concordam? Eu acho que tem mais coisa atrás disso e eu quero descobrir. — diz Nate

-De qualquer forma.... —Interrompi antes que ficasse pior para ele. -Se vocês não tiverem nada para fazer nesse Fim do Mundo e quiserem vir conosco, iriamos adorar ter mais companhia.

  Os dois se encaram. E Mérida diz sorrindo:

-Claro. Vai ser legal.

-Que ótimo! Vocês têm um carro sei lá...?

-Temos sim. Eu vou buscar. —Nate falou -Fique aqui Mérida. Vou arrumar tudo e volto antes do amanhecer.

-Você é o que? Um Power Ranger? Vai ir assim. Sozinho. E acha que não vai lhe acontecer nada. Okay então. —Mason disse.

-Só porque você não conseguiu nem pegar um refrigerante sem chamar a atenção de dezenas de zumbis, não quer dizer que ninguém pode ser completamente discreto e fazer tudo sem precisar de ajuda.

  Quando eu terminei meu discurso, Nate já havia saído.

-Vai parar de querer chamar a atenção agora que seu novo crush já saiu? —Mason diz olhando para mim.

-Ahh... Não enche.

  Ele foi para o banheiro e deu para escutar ele socando a parede do trailer.

-Namoraram por quanto tempo? —Perguntou Mérida.

-O que...? –Perguntei

-Está bem obvio. Vocês dois.

Suspiro e respondo:

-Pouco tempo. Nós sempre fomos amigos. Nós três, inseparáveis. —Olhei para o Klark e ele tinha pegado no sono. -E um dia, rolou. A gente se beijou e mudou tudo. A nossa amizade era fácil, sabe. Não precisava ser forçada. Só que não deu certo. Continuamos amigos, mas sempre tem aquelas lembranças que acabam complicando a amizade. Queria que tudo voltasse como era antes.

-Eu sei como é. Já aconteceu comigo. As coisas só melhoraram quando eu fugi com meu irmão.

-Eu estava me perguntando. Por que vocês fugiram?

-Pais ruins. Vida chata. Essas histórias comuns. Já faz um ano que estamos pelo mundo. Mas, sempre no nosso aniversário voltamos para a nossa cidade, num parque que comemorávamos sempre. Sorte que nascemos no mesmo dia, aí é só uma viagem naquele pedaço de paraíso dentro do inferno.

Meu cérebro começa a bugar:

-Vocês são gêmeos?

-Sim.

-Tem os mesmos olhos —Falo tentando disfarçar. -Dorme um pouco. Esse é o meu turno de vigia.

  Pego um dos livros que eu trouxe e começo a ler quando vejo Mason saindo do banheiro.

-Ei, desculpa. Aquilo foi muito duro e nada legal.

-Agora eu sei porque separamos —ele disse dando um sorriso torto.

  Isso significava que estava tudo bem entre a gente. Já tinha me acostumado a esse humor frio dele quando estava com ciúmes.

-Tenta dormir um pouco, okay.

  Voltei a ler, mas acabei caindo no sono. Acordei com uma caminhonete chegando, dirigida pelo Nate. Fui na porta no trailer. Olhei para o céu. Estava começando a amanhecer.

-Você é bem pontual.

-Eu tento ser.

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