Capítulo 2

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- Nossa, que cara horrível... 

- Alice, são sete da manhã. Minha cara nunca está boa as sete da manhã...

- É mesmo né?! - Ela continuou em meio a risadas - Mas hoje você bateu o recorde. 

- É, eu demorei a dormir no sábado com vocês no sítio. E ontem também não dormi bem, to em agonia com essa droga de recuperação. Fora que ele marcou essa prova para fazer de manhã. Pelo amor de Deus, sete da manhã de um segunda feira - falei bocejando - Aliás, por que você veio? Ficou de recuperação também?

- Não, mas fiquei na média, um ponto acima, quero subir a nota. Ouvi o pessoal falar que a próxima matéria é mais complicadinha.

- É fisica... Claro que é complicado, a maioria das coisas são meio inúteis para quem não tem interesse na área ou algo do tipo.

- Mia, relaxa menina. - Ela respondeu tirando um bombom da bolsa. - Toma. 

- Uhul! Ok, agora eu relaxo. - Falei sorrindo e dando uma mordida no bombom - Nathan só vem no horário normal?

- Acho que sim. Ele tinha dito ontem que ia chegar uns 30 minutos mais cedo. Mas tenho minhas dúvidas. 

- E isso estava muito gostoso. - Falei mostrando o papel do bombom.

- De nada formiga. - Ela sorriu - E cadê a droga desse professor que não chega? 

- Você realmente espera que ele chegue agora? Ele normalmente não chega na hora nem quando a aula dele no turno normal é depois do recreio. Sério que você acha que aquele lesma chega aqui às sete em ponto?

- Obrigada Mia, estragou as esperanças de alguém que desejava um professor pontual.

- Não fui eu, ele quem estragou.

      Acabei de falar e o carrasco entrou na sala. Começou a pedir desculpa sobre o atraso (que todo mundo já estava cansado de ouvir), falar sobre o tempo da prova, e que a mesma não estava difícil (não, imagina, claro que não), pediu para que cada um se colocasse em fileira deixando uma cadeira vazia a frente já que não tinha tanta gente na sala. Alice sentou na minha frente, virou parar trás e sussurrou um boa sorte, que eu realmente ia precisar e se virou para receber a prova. O professor veio em minha direção e me entregou, fechei os olhos pedindo para seja lá o que for que eu pudesse pedir que eu conseguisse recuperar a droga dos pontos que perdi. Abri os olhos e olhei a folha.
      A primeira questão parecia bem simples, a segunda mais ou menos, já a terceira em diante... A prova tinha seis questões e eu não sabia se conseguiria fazer pelo menos a metade. Respirei fundo e comecei.
                                                                                           

   *****

      Saí da sala. Estava muito mal. Assim que comecei a fazer a prova, chegando na terceira questão comecei a ficar nervosa, entrar em pânico (sim eu tenho crises de pânico quando se trata de situações assim, estou no segundo bimestre de quatro e devendo nota desse e do bimestre anterior, sou péssima em física e fiquei sabendo que as próximas matérias serão mais difíceis. Não posso me dar ao luxo de ficar devendo ponto. Fora que meu problema não é só em física, tenho alguns em matemática e em química, apesar de que em química o problema é a professora e não a matéria. De toda forma, preciso recuperar esses pontos de todo jeito). Com o nervoso, eu acabei vacilando em vários tópicos da matéria, fiz algumas coisas mas duvido que tenha sido o suficiente.
      Saí andando em direção a área verde da escola, precisava respirar, relaxar. Eram oito e quarenta da manhã e minhas aulas só começavam as 13:00. Não queria ir para casa. No almoço minha mãe e meu irmão chegariam em casa e me perguntariam sobre a prova e eu não tenho um preparo pisicológico para falar sobre ela no momento. Me afastei dos grupos de pessoas e deitei-me embaixo de uma árvore. Fechei os olhos, tentando não pensar em nada, tentando não ficar triste. Estava muito cansada e acabei adormecendo.
                                                                                              

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