Capítulo 4

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Aquela mulher não parava de me olhar de cima a baixo, com seu nariz empinado, e uma cara de nojo que eu acredito seriamente não ser algo forçado, aquela cara de enjoada era dela mesma.

- Por favor traga decente para esta garota vestir. Diz a mulher para uma das criadas do palácio.

Como assim algo decente? Aquele vestido foi a melhor coisa que tinha usado na vida.

- Sim senhora.

Estávamos em um salão enorme, ele era repartido das seguintes formas, a parte onde se tratavam dos cabelos, haviam até perucas  em uma espécie de manequim só de cabeça, a parte da perfumaria, a das maquiagens e a maior era a parte dos vestidos tinha muitos, de várias cores e modelos, um mais lindo que o outro.

- Senhora o Rei havia preparado um em especial para a apresentação da Princesa, aqui esta ele.

A criada segurava um belo vestido longo, na cor verde esmeralda, todo rendado com desenho de flores, tinha um leve decote nas costas e a frente toda coberta. Fiquei boquiaberta ao ver a formosura daquele vestido aliás bem superior ao que estava vestindo.

- Tem certeza que é esse? Questiona a mulher.

- Sim senhora, esta escrito aqui para a princesa.

- E as minhas filhas? Elas já pegaram os seus vestidos?

- Elas já vieram madame, estão com os vestidos.

- Hum. Espero que seja muito melhor do que este. Respondeu cochichando, consegui entender porque li seus lábios.

Então quer dizer que tenho irmãs?

- O que esta esperando garota, vá se trocar. Disse a mulher.

- Ãh? Olha como você fala.

- O quê?! Olha como fala você, eu sou a esposa real.

- Grande porcaria, eu sou a filha do Rei e tenho tanto direito quanto você, se acha que tem direito de mandar em mim esta enganada.

Eu não levava desaforo pra casa, na verdade não sabia controlar meus instintos devo ter puxado isso do meu pai, minha mãe sempre foi tão serena, eu não conseguia abaixar a cabeça para ninguém.

- Abusada! De onde você veio? Com certeza da parte mais plebe do país, vamos colocar você nas aulas de etiqueta.

- Você não vai me colocar em lugar algum, eu não vim aqui para ser mandada por ninguém, estou aqui pela minha mãe, esse não é o meu lugar.

- Tem razão aqui não é o seu lugar, você não é bem vinda aqui, o rei só aceitou fazer isso para causar uma boa impressão ao povo, se quer saber.

- Pra mim isso não é nenhuma novidade, não me importo, me dá esse vestido, vou me trocar. Falei puxando o vestido da mão da criada.

Peguei aquele vestido e sai o  rapidamente, meus olhos se encheram de lágrimas, tentei segurá- las ao máximo, até entrar no vestiário, quando fechei a porta foi inevitável, e não pude conter o choro, ali mesmo, baixinho para ninguém escutar.

Será que valeria mesmo a pena passar por tamanha humilhação?

Me encarei no espelho e pensei comigo mesma que precisava ser forte, não tinha que abaixar a cabeça para ninguém, até mesmo porque não estava ali por mim, e sim pela minha família e por eles eu iria até o fim.

Depois de colocar aquele vestido, chamei uma das criadas para fazer minha maquiagem, e dar um jeito nos meus cabelos.

Quando pronta pedi para que me levassem até o meu pai, que quando me viu, abriu um sorriso largo, apesar daquela bruxa ter falado que o fato dele ter solicitado a minha presença no palácio ter sido propositalmente  função de popularidade, não era o que eu via em seus olhos.

- Olha só para você está linda.

- Obrigada Majestade.

- Não, não, por favor não me chame assim, sou seu pai, temos o mesmo sangue real, entendo que não tenha a familiaridade de me chamar de pai, mas também não precisa me chamar de majestade.

- Esta bem.

- Quero lhe mostrar o palácio afinal aqui será sua nova casa, e também lhe apresentar suas irmãs.

Ele me estende o braço e caminhamos. Percebo que alguns soldados nos rodeiam provavelmente porque ainda não tem segurança sobre a minha pessoa.

Não estava nem um pouco confortável naquela posição, estar de braços dados com um estranho,  e para piorar a cada passo que dávamos notava os olhares se voltarem para nós, suava frio, mas tentava não demonstrar o quanto estava nervosa.

Ao decorrer do passeio pelo palácio fui me acostumando, toda aquela paisagem começou a chamar mais a minha atenção do que os olhares das pessoas curiosas em ver, no teto haviam desenhos, eles nos lembravam os céus, um fundo azul cheio de nuvens, um homem de barba branca de mãos dadas com algumas crianças, elas tinham asas acredito que se referiam a anjos, uma perfeição.

Nunca imaginei que na vida pisaria em um lugar como este, a riqueza na decoração, os móveis antigos e tão bem conservados, os lustres eu só tinha visto aquilo em filmes.

- Você não mencionou nenhuma palavra durante o nosso passeio está tudo bem? Questiona meu pai.

- Me desculpe, nunca estive em um lugar como este antes, estou deslumbrada.

Meu pai sorri.

- Me fale um pouco de você, tem irmãos?

- Tenho dois, Henry e Lucca.

- Nossa, gostaria muito de conhecê- los, e sua mãe como está?

- Ela se casou novamente.

Ele abaixa olhar por um instante.
- Que bom. Responde ele com um sorriso amarelo. - E você esta estudando? Com quantos está?

- Estou com dezessete, vou a escola quando o tempo esta bom, ela bem distante e nos dias frios não há quem consiga se descolar até lá, aonde moramos neva e fica impossível sair de casa nesses dias.

Chegamos em uma grande sala no centro dela uma mesa posta, e estavam sentadas a megera e duas moças, bom uma moça e uma mocinha que pparecia ter uns cinco anos.

- Olá irmã. Disse a mais nova.

Sorri.

- Olá.

A outra assim como a mãe me olhou de cima a baixo e não fez questão de me cumprimentar.

Meu pai puxou uma das cadeiras para que eu pudesse me sentar.

- Meninas permita- me lhes apresentar sua nova irmã, Alícia.
- Me chamo Kate. Disse a pequena.

- Como vai.

- Bem.

- Alícia essa é Katherina. Disse o rei.

- Oi. Falei.

- Oi. disse seca Katherina.

- Acredito que vocês irão se dar muito bem, Katherina esta com dezesseis anos.

- Claro. Respondi mas por dentro tinha certeza que não seria bem assim.

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