Anos atrás
Todos sabiam que havia uma remota possibilidade de ataque mas ninguém esperava que fosse acontecer tão cedo, não com a parceria da gangue dos nortistas com a gangue nobre, parceria essa que os tornaram uma das gangues mais fortes ou até mesmo a mais forte. No entanto, eles haviam subestimado os sulistas e agora estavam pagando o preço. Eles podiam ser os mais fortes e em maior número no entanto, estavam despreparados, algo extremamente grave e imprudente no mundo em que viviam.
Anne segurava a menina America que chorava em seus braços e corria o máximo que conseguia tomando cuidado pra não tropeçar e cair com a menina no chão. O guarda que deveria acompanha-las já havia caído e os tiros e os gritos tanto de ordem como os de desespero podiam ser ouvidos a todo momento. Os sons de pares de botas batendo contra o chão de concreto ficava cada vez mais alto indicando que eles estavam se aproximando a cada segundo, as luzes falhavam e a umidade do corredor pouco utilizado no subsolo não ajudava em muita coisa. As passagens para o abrigo das crianças estavam impedidas pelos sulistas e agora elas estavam sozinhas e com uma única arma para se defenderem.
Conforme corria, Anne podia começar a sentir a exaustão da corrida ficar cada vez maior, mas era dever dela proteger a bebê. Ela só esperava que as outros estivessem bem e, claro, que ela conseguisse encontrar um lugar para se abrigar com a pequena urgentemente.
Ela avista o portão para a saída secreta e seus olhos quase se enchem de lágrimas de felicidade. Havia uma saída, uma esperança!
Anne, apesar da dificuldade por estar com uma criança em seus braços, consegue abrir a passagem emperrada e sobe as escadas estreitas para correr em direção mata a dentro. Ela não sabia a quanto tempo estava correndo, não tinha noção alguma do tempo mas após uma boa distância percorrida ela descide começar a andar, tanto pelo cansaço, como pela intenção de acalmar a menina pois de nada adiantaria se o choro da menina entregasse a sua localização.
Com a criança mais calma, Anne começa a pensar em alternativas para resolver a situação em que se encontravam enquanto continuava a caminhada no escuro ao mesmo tempo que tentava não se assustar com os barulhos vindo da escuridão da mata. Após um bom tempo ela entra debaixo de uma pedra, que pelo pouco que ela pode perceber com a luz da lua que entrava no local parecia mais uma caverna ou uma grande fenda, para descansar seus pés e ver com se encontrava a menina que apesar do choro anterior e de toda tragédia acontecendo conseguiu dormir. Anne percebe que o colar de prata dado pelo seus líderes e pais da menina permanecia no pescoço da criança.
Depois de um tempo ela ouve algumas madeiras estalando no chão, sinal de que algum animal ou alguém poderia estar próximo. A mulher enrola a criança na manta e a esconde mais ao fundo, pega sua arma, mesmo que não tenha a intenção inicial de atirar para não fazer a menina chorar e assim facilitar parapessoa encontrar onde elas estam, e se prepara para quem quer que possa aparecer.
- Um dos nossos viu uma mulher com uma criança nos braços correndo por esse lado da mata - ela ouve uma voz que não é capaz de reconhece – tem chances de ser a filha recém nascida dos Singer, elas não podem ter ido muito longe a pé. Continuem procurando e parem de questionar minhas ordens! – a voz ordenou.
Após algum longo tempo depois que o sons e cochichos pararam, Anne acredita que os homens já se foram e volta a se locomover normalmente debaixo da enorme pedra da qual se abrigava. No entanto, ao virar de constas ela sente uma mão a agarrando por trás e a prensando contra a parede de pedra.
- Olha só o que temos aqui – uma homem que Anne não conseguia ver o rosto devido a posição em que se encontrava fala – então gracinha, qual o seu nome?
Anne não responde
- O gato comeu sua língua por acaso? - Anne permanece calada – Olha, bem que eu queria facilitar as coias para os nossos lados, mas parece que você não ta afim de colaborar e eu não estou com tempo sobrando então vamos direto ao assunto. Onde esta o projetinho de gente recém criada dos Singer ?
- Eu não sei do que você esta falando, muito menos quem é Singer.
O homem a joga contra o chão e aponta uma arma pra mesma.
- Garota presta atenção! Eu não tô de brincadeira. Ou você me fala onde a criança esta agora, ou eu meto uma bala na sua cabeça.
- Não sei de criança nenhuma, e mesmo que soubesse você vai atirar em mim de qualquer jeito – Anne tentava achar uma maneira de se defender, mas sua arma havia caído muito longe do seu alcance. Nesse momento ela só podia esperar que a levassem e não revistassem o local. Mais tarde, se elas tivessem sorte, alguém de bom coração encontraria a menina e cuidaria dela – A propósito porque eu iria ter uma criança comigo? Eu estava andando na mata mas cedo e me perdi dos meus amigos. Eu não sei no que vocês estão metidos e não quero saber, só me deixem ir pra minha casa por favor! – Ela mentiu como uma última esperança de fazer os homens desistirem e sair do local sem procurar pela bebê, mas o homem acaba rindo.
- Quase me convenceu. Mas só pra constar, há uma diferença sim, por que se você colaborar eu te mato rápido e sem dor, agora se você resolver fazer linha dura eu acho que antes eu e meus amigos vamos querer nos divertir um pouco, se é que você entende – Nesse momento Anne só sentia um nojo cada vez mais crescente por aqueles homens que riam com a ameaça do amigo. Mas ela enfrentaria o que fosse preciso para salvar a criatura inocente que se encontrava mais ao fundo. Só torcia para que a menina não acordasse.
- Olha quer saber? Eu não tenho paciência pra isso Marcos – dessa vez uma mulher que até então Anne não havia percebido fala – Ela não vai contar ta na cara! Então acaba com isso logo e atira por que eu também não tenho tempo pra esperar vocês se divertirem!
- Júlia para de ser chata – o homem de antes, que agora Anne sabe que chama Marcos, se pronúncia – Nós temos que encontrar a menina de qualquer jeito. Vai ser como um incentivo para ela colabora – ele pronúncia com uma voz fria.
- Quer saber? - pergunta a mulher – Vocês por acaso estão vendo algum bebê aqui? por que não estou vendo nenhum então...
Após isso Anne ouve um barulho fraco devido a silenciador na arma da mulher e então tudo começa a ficar escuro pra ela. Não sente dor física, somente a dor pela menina que ela morreu para proteger e agora esta sozinha no mundo e uma esperança de que no final tudo ocorra bem. Todos esses pensamentos passam muito rápido por sua cabeça e em menos de um segundo ela já esta de olhos fechados com o coração parado sem bombear seu sangue pelo corpo.
- Julia você ficou louca? Como você me faz uma coisas dessas? - Marcos indignado pergunta e tenta avançar em Júlia mas os outros dois homens que os acompanhavam o segura – Como nos vamos encontrar a menina agora? Essa era nossa pista! O líder não vai ficar nem um pouco feliz com isso!
- Olha aq... – Nesse momento o barulho de um chorinho invade o local eles começa a a prestar atenção de onde o choro vem e acabam encontrando a pequena America. Júlia se abaixa e pega ela em seu colo – Veja se não é a mais nova siger minha gente, sabia que temos muitos planos pra você sua monstrinha – ela fala olhando pra o bebê então se dirige ao Marcos - o que você estava dizendo Marcos? - Marcos vai para cima de mulher novamente mas ela coloca a bebê em sua frente obrigando o homem a parar – Se eu fosse você tomava cuidado, acho que o nosso líder não vai ficar feliz em saber que pegamos a bebê mas que você em seu impulso de raiva acabou a machucando – Macos bufa de raiva mas não faz nada.
- Certo – ele fala com a raiva ainda visível – Vamos ir antes que os sobreviventes dos nobres e dos nortistas venham procura-las. Até mesmo porque vocês sabem que eles não vão parar até as encontrarem.
- Mais essa agora - um homem que até então estava calado fala – Bem que nos podíamos dar um jeito deles pensarem que elas estão mortas. Pelos menos assim iriam sair do nosso pé com relação a isso. Mas também seria muito compli... – ele fala como se fosse uma ideia boba
- Espera – Julia fala – isso pode de certo, nos podemos...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Estrela do Norte
RomanceMesmo nesse mundo por trás das leis exitem regras mas isso não significa que elas são seguidas. Dezessete anos atrás durante um festa para a comemoração do nascimento da mais nova integrante da família dos líderes dos nortistas, a já tão amada Am...