Fumaça

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  POV America

A porta esta sem sinal de arrombamento e não ouço sinal de quebradeira ou briga dentro da casa. Tento pensar nisso como um bom sinal apesar de ainda passar em minha mente, mesmo que rapidamente, algumas ideias que não são nada agradáveis a meu ver. Coloco uma das mãos na maçaneta e posiciono a outra que esta com a arma atrás das costas de forma que o casaco cubra a minha mão, afinal o dono do carro pode ser uma pessoa "comum" e não seria a primeira vez que um vizinho vem nos visitar ou que um carro quebra na porta de casa. Convenhamos que não seria nada legal estar na casa de uma pessoa e a filha do cara aparecer apontando uma ama na sua cara, sem contar que eu teria que inventar uma boa história para explicar o ocorrido.

Ao entrar em casa tudo parece calmo e em seu devido lugar, noto que a chave do carro do August se localiza encima o aparador que fica perto da porta de entrada o que me indica que possivelmente ele esta em casa. Penso nisso enquanto meus instintos dizem que tem mais gente aqui além dele e de mim.  Tento acreditar que esta tudo calmo porque ele esta conversando normalmente com a pessoa e não porque ele esta amarrado, inconsciente ou morto em um canto da casa. Quando percebo pra que lado meus pensamentos estão se direcionando os afasto rapidamente e me concentro no que eu estava fazendo.

Tento andar o mais silenciosamente possível, passo pelo hall de entrada e vou em direção à sala. Meus ouvidos estão atentos a qualquer som que eu possa ouvir enquanto meus olhos procuram qualquer sinal de vida ou de que algo esteja errado. Em todas as curvas que eu tenho que fazer pela casa eu já me preparo para caso tenha alguém esperando o momento em que eu a vire mas nada acontece até que eu me aproximo da cozinha, hora em que eu começo a escutar alguns barulhos como de uma conversa quando feita em um volume bem baixinho de modo que eu não consigo ouvir do que a conversa se trata.

Ando com as costas encostadas contra a parede da porta da cozinha e ao me aproximar percebo que perto da entrada há um vazo espelhado fosco que permite que eu veja dentro do cômodo. Apesar de o espelhado ser fosco e por tanto não muito nítido, consigo perceber a silhueta de dois homens que parecem estar sentados na mesa da cozinha de costas para a porta, aproveito a posição em que eles se encontram e me desloco parcialmente para a porta de forma que eu consiga ver os homens sem precisar do vaso.

Os dois homens são loiros, um num tom mais escuro e o outro mais claro, ambos também utilizam roupas pretas da cabeça aos pés e apesar de não parecerem àqueles brutamontes que estão mais para parede do que para ser humanos eles não aparentam ser fraquinhos, mas de um jeito que se a pessoa não for muito boa em defesa eles vão lhe causar um belo dano. Faço todas essas observações em menos de três segundos e não é preciso analisar muito mais para notar uma arma prateada presa em um coldre despontando por baixo do casaco de um dos homens e ao observar o outro rapidamente constato que ele também esta em porte de armas.

Após essas rápidas conclusões, me preparo para confrontar os homens, a melhor maneira seria entrar na cozinha sorrateiramente já com a arma apontada e me aproximar até um limite seguro que quando me notarem eu esteja preparada e eles não possam pegar as armas. No entanto, quando já vou entrar na cozinha ouço a voz do August atrás de mim me chamando. Viro rapidamente para ele e a parede acaba por me esconder dos homens da cozinha.

- August – eu falo de uma maneira que para qualquer um pareceria normal mas minha expressão e meu disfarçado tom de voz mostra que eu quero explicação pelo o que esta acontecendo – eu tava mesmo te procurando.

Ele rapidamente interpreta minha expressão e meu tom de voz, coisa que o passar dos anos permitiu que ele fizesse com facilidade e ele me responde com uma que pede para ao manter a calma e que irá me explicar tudo mais tarde ao mesmo tempo em que faz um sinal para eu guardar a arma. Faço o que ele pediu a prendendo no cós da minha saia na parte de trás permitindo que o casado cobrisse a parte que ficava de fora.

Estrela do NorteOnde histórias criam vida. Descubra agora