Capítulo 22

26 3 0
                                    

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

- Não é justo!

- O que não é justo?

Eu esbracejo, caminhando de um lado para o outro do terraço enquanto Afonso está muito descontraído, deitado num murinho, com os braços atrás da cabeça e óculos de sol.

- Isto! – Eu concentro meu olhar na caneta no chão a minha frente e balanço a mão, para cima e para baixo. Sem efeito. – Não está resultando!

- Continue praticando – Ele diz calmamente enquanto encara o sol.

- Jura? – Eu ironizo perdendo a cabeça – O que acha que estou fazendo nas últimas seis horas? Admirando a paisagem?

- Eu sei que sou uma bela paisagem então eu não ficaria surpreso com isso. – Ele abre um sorriso.

- Vá se ferrar! – Grito enquanto me recolho para dentro de casa largando a caneta ao seu próprio destino.

Eu batia os pés no chão tão pesado que parecia que um exército estava caminhando a meu lado.

- Problemas princesa? – Rafaela implicou.

- Vá se danar! – Falo e continuo em frente. Avisto Ricardo a sair do seu quarto e prestes a falar algo quando faço sinal para ele parar – Agora não.

Ele fica me encarando enquanto eu bato a porta do meu quarto. Nossa, quanta maturidade! Que se dane a maturidade, eu estou possessa. Desde o incidente naquela noite, nunca mais consegui fazer fosse o que fosse. E já se passaram duas semanas! Meus poderes com certeza tinham vida própria e se manifestavam quando eles queriam, não interessando a minha vontade.

- Legal, parece que eu sou um fantoche do meu eu interior! – Resmungo, sem muita ideia do que eu acabei de dizer.

- Siena? – Afonso chama do lado de fora.

- Ela não está aqui – Grito de volta. Ele não liga e entra.

- Ouve, você tem que ser paciente. Você acha que aprendemos a manusear nossos poderes do dia para a noite? Leva tempo... Aliás você tomou o soro recentemente então...

- Argumento inválido – Eu o interrompo.

- O quê? – Ele me olha confuso, o que eu quase acho piada.

- Eu tomei a fórmula quatro anos atrás. – Confesso. Ele arregala os olhos.

- Quatro anos?

- Yeah. Eu fui a primeiríssima a tomar. Então me poupe dessa historiazinha porque meus poderes já deviam estar polidíssimos a esta altura. – Eu cruzo os braços em uma pose de "Mais alguma coisa?".

- Não está mais aqui quem falou – Ele se rende de braços no ar – Como estão Cátia e Marlene?

- Ainda magoadas por supostamente ter abandonado elas. Elas não acreditam que eu subitamente tenha ficado doente mas o que eu poderia dizer? "Desculpem meninas, eu tive que fazer um desvio para lutar com um bando de caras que nem conheço. Oh e já falei que consigo mover objetos com a mente?"

"Ascendência Dos Olhos Negros" Indomáveis 1Onde histórias criam vida. Descubra agora