Quando acordo, eu não estou mais naquele malfadado bosque. Aliás, o contraste é bem visível. O céu negro deu lugar a paredes tão brancas que era enjoativo. As grandes árvores com sua folhagem verde e natural dava lugar a equipamentos prateados.
Eu não sabia onde estava mas sabia que algo estava errado mal abrira os olhos. Várias macas estavam ao lado da minha, algumas vazias outras não. Eu vejo Tatiana mesmo ao meu lado e meu coração se aperta. Marta também ali está! Assim como Afonso.
Não! Ele fora Pego! Quem mais estaria ali? Será que todos nós fomos apanhados? Tentei esticar o meu pescoço para ver melhor o resto das camas. Não estavam vazias. Mas eu não reconhecia absolutamente ninguém ali. Não estava Leonardo, Diana, Ricardo ou qualquer um dos outros. Isso não me deixava mais tranquila. E se eles estivessem apenas numa outra sala exatamente igual a esta?
Ergo a cabeça. Afonso não parece estar magoado. Ao contrário de mim. Meu braço está enfaixado. O meu ombro lateja ainda que não se compare com a dor que tive quando cravaram a arma. Os meus pés pareciam dormentes. Mas Afonso estava adormecido, suas feições calmas. Uma segunda olhada pela sala e percebi que na realidade, era a única acordada.
Duas mulheres de vestes brancas adentram pelo quarto com uma seringa em mãos.
- Como esta aqui está acordada? Foi administrada dose de cavalo a cada um! – A mais velha reclama carrancuda. – Temos aqui uma resistente. Lara, passa-me a seringa.
- Não, por favor? O que estão a fazer? – Eu tento demovê-las mas meus musculos não respondem aos comandos dados. – Eu só quero sair daqui. Me deixem ir!
- Deixar ir? – A mulher dá uma gargalhada. – Depois de tanto trabalho para vos capturar? Deves avariada, só pode.
Sem segundo aviso ela enfia a agulha em meu braço, perfurando a carne e eu quase vomito na mesma hora. Mas ela tapa minha boca com violência, obrigando tudo a voltar para dentro. Quando sinto a sonolência a tomar total controlo sobre mim, ambas saem do quarto a rir.
Não adormeço imediatamente. Meu corpo está como que em coma mas minha mente está demasiado desperta. A unica coisa que ainda consigo mexer é o olhar. Ouço barulho do meu lado esquerdo como se alguém estivesse a lutar. Tento olhar e num vislumbre vejo Afonso a lutar contra amarras que se unem ao seu corpo, impedindo-o de movimento.
- Siena? Siena, tu estás bem? – Ele grita. Eu tento responder, comandar meus lábios a mover-se mas não tenho resultado algum. Eu queria dizer que estava bem, que não precisava preocupar-se comigo. – O que fizeram contigo?
Ele encontra sua força e arranca as amarras. Ele corre para o meu lado e me toca no rosto para ver se eu tenho qualquer reação. Fecho longamente os olhos e depois encaro-o diretamente.
- Se consegues entender-me pisca duas vezes. – Faço como ele pede e posso perceber o seu alívio. – Ah meu Deus! Consegues mover-te? Pisca uma vez para "não", duas para "sim".
Pisco duas vezes novamente. Então seu alivio se desmorona. Ele olha para a porta, para mim e sua irmã.
- eu posso carregar as duas, mas é melhor uma de cada vez. Posso não conseguir voltar mas é um risco que tenho que correr.
Eu tento alertá-lo que é um erro. Ele nunca conseguirá voltar. Masnão consigo e de qualquer maneira, ele já está a pegar-me ao colo,sustendo meu peso em seus braços. Fico encolhida contra o seu peito, meus braços sem força tombados para o lado. Ele começa a mover-se com rapidez em direção à porta. Ele tenta abri-la mas ela não se move. Então ele vira-se de costas para não me magoar e se lança com toda a força contra ela. O embate foi estridente mas a porta permaneceu intacta. De imediato ouço algo a ser libertado no ambiente através do teto. Afonso cambaleia mas se mantém de pé. Rapidamente percebo o que é. Um sedativo. Eles querem impedir-nos. Afonso percebe também.
- Raios! – Ele vocifera e tenta alcançar minha cama novamente.
Porém, nós nunca chegamos lá, tombados adomecidos no chão, não antes de ver o rosto do meu pai.
ݳ6
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"Ascendência Dos Olhos Negros" Indomáveis 1
Science Fiction"1% de toda a população mundial tem olhos negros, isso acontecesse devido a uma condição genética " Siena se vê entre esse raro 1% e descobre que suas diferenças, as coisas que as fazem única, vão muito além dos olhos negros. Ser forte n...