Capítulo 4

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A viajem agora ficava mas pesada, preocupava com o combustível que já acionara a reserva.
Meus olhos fundos como covas, corroiam cada vez minha máscara carnal.
Cercas apareciam em fim, esticando arames trançados e emaranhados pelo tempo que viviam ali, às antigas paisagem montanhosas acidentadas cobertas por árvores livres, agora ficava para trás.
Poderia ver de longe em pequeninos tetos vermelhos, casas de taipa.
Lilith finalizada o sentido da chegada com o fechar dos olhos e o calar do motor. Teria que ajuda la empurrando até chegar.
De minuto em minuto parava, minhas forças eram fracas e o sono me perturbava com ilusões.
Uma criança vestindo somente short veio ao meu encontro.

--- Moço, tá quebrada?
--- Não, ela está com sede.
--- Eu também garoto. falei ofegante.
--- Aonde é o posto de gasolina.
--- Vó chamar meu pai, ele sabe.

O garoto correu, chamava o pai por todo o caminho podia ouvir sua vozinha distante.
Apoiei a moto ao descanso e sentei no chão esticando as pernas que afastava a areia com os bota. O cigarro do mascarado que ainda estaria vivo, era horrível.
Ele deve ter guardado em minha bolsa quando pensou em leva-la, ou até na movimentação caíra dentro, sorte que agradeço ao acaso.
Escutei a voz do menino mas não do homem que o acompanhava.
Seus passos eram firmes como alguém que sabia onde pisava e estaria disposto a defender seu lugar.
Suas sombras passavam rastejando por baixo da motocicleta.

--- Opá, tudo certo? Perguntou o homem, com uma voz grave.
--- Oi, preciso de um posto ou um pouco de gasolina até chegar lá.
--- Minha camionete tem um pouco, acho que dá pra dividi.
--- Ficaria muito agradecido.
--- Pai o moço também disse que tá com sede. disse o menino puxando a camisa do pai.
--- Deixe a moto ali na porteira vamos entrar pra beber um pouco de água.
--- Obrigado senhor e ao seu filho.

Andamos um pouco até a casa, fiquei em uma pequena varanda com cadeiras em cima de um piso cinza. Tirei a jaqueta molhada de suor
Os dois entraram, eu olhava minha Lilith queimar naquele sol de rachar.

--- Pegue, beba
o menino perto olhava os desenhos na jaqueta que a estiquei no banco de madeira perto de uma janela, ele observava um em especial. "Era lilith, em seus somhos".
Bocas e olhos eram vividos e havidos de uma coisa que ele parecia entender me incomodava um pouco ele observar ela que estava seminua seu corpo com curvas acentuadas faria qualquer um perder em seu caminho.
Os braços levantamos ao céus um sorriso que provoca dentro de cada um a havidez de um desejo pela vida e por estar vivo  aguça os sentidos a língua entre os dentes pontiagudos era tão fina como a de uma cobra, os olhos amarelados refletindo o que você mais deseja.

O Quebra Cabeça BTK 2543Onde histórias criam vida. Descubra agora