Capítulo CINCO

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- Marcos, como você tá?
- Oi, minha linda, tô bem e você? Parece que está com a vozinha triste! Aconteceu alguma coisa?
- Não, não! Nada de mais! Tô achando que estou gripando, só isso. Não sei se conseguirei sair com você hoje, me desculpa.
- O que tá acontecendo, Lu? Tá tudo bem com você? Certeza que é só uma gripe?
- É... só uma gripe! Hoje é quarta! Vou tomar uns remédios que minha mãe mandou e talvez no sábado eu já esteja melhor!

Que nada! Luciana estava bem triste com o prejuízo que causou ao salão de beleza. De onde ela tiraria tanto dinheiro? Ela nunca teria coragem de pedir isso a Marcos, um homem que ela acabou de conhecer. Para ter tempo de pensar em algo, inventou esta "doença".

- Lu, eu posso cuidar de você! Do que você precisa?
- Marcos, eu vou ficar bem! Não tô precisando de nada não! Minha prima veio aqui em casa agora a pouco e me passou alguns medicamentos. É só uma gripezinha. Juntando estes remédios com os da minha mãe, é capaz de eu estar boazinha logo, logo.
- Tá bem! Tô com uma dúvida aqui, me ajuda?
- Dúvida? De quê?
- Mussarela, calabresa ou palmito ao creme?
- Quê?
- Mussarela, calabresa ou palmito ao creme?
- É pra eu escolher um sabor?
- Isso! Tenho que comprar uma pizza aqui para o escritório. Já que não vamos mais sair, vou fazer hora extra com os colegas e as secretárias.
- Hora extra, é? Sei que tipo de hora extra é essa. Bom, nesse caso eu nem sei que sabor eu escolho pra você. Calabresa, vai! É tradicional e todo mundo aí deve gostar.
- Ótimo, adoro calabresa. Bom, vou agilizar aqui pois tenho muita coisa a fazer! Depois a gente se fala. Tchau, minha linda! Melhoras!

Marcos desliga o telefone e Luciana quase não acredita em como ele a tratou com indiferença e simplesmente ignorou a "doença" que ela dizia ter.

- Credo, só queria me levar pra cama mesmo! Cachorro! Como eu pude me deixar enganar de novo? Como eu sou burra! Homem não vale nada! Agora está lá com a secretária fazendo "hora extra". Idiota! Covarde! Aff! Por que eu tenho que ter essa sorte, hein? Oh meu God! - e desaba a chorar intensamente.

Duas horas depois, Luciana, que de tanto chorar acabou dormindo no sofá, é assustada com o interfone do seu apartamento. Era o porteiro.

- Dona Lu, é o Wilson!
- Oi, Wilson, boa noite! Diga!
- Tem um entregador aqui dizendo que trouxe uma pizza a mando de sua prima. Pode subir?
- Ué, Wilson, que história é essa? Quem é esse cara? Tem como você me mostrar na câmera do prédio?
- Tem sim, pera só um pouquinho! Ei rapaz, aparece bem ali naquela câmera que a Dona Luciana quer te ver.
- Tá, Wilson, eu não conheço esse rapaz não. Pera aí quero vou descer pra ver de perto.
- Dona Lu, eu posso mandar ele embora. Digo que a senhora não pediu nada e já fico com minhas defesas em mãos.
- Wilson, eu vou descer! Também vou com minhas defesas em mãos!

Luciana viu pela câmera um rapaz branco, magro, com camiseta de farmácia e boné vermelho, mas não conseguiu identificar quem é. Quem mais sabia desta história fake? Por via de dúvidas, ela pegou seu 38 e pôs na cintura - seu pai havia lhe ensinado a atirar quando criança. Por segurança, fez curso de tiro e tinha porte de arma para tiro esportivo. Mas quem sabe o dia de precisar de uma arma para afastar o perigo?

Ela desceu, muito desconfiada e com a barriga tal qual um iceberg. Quando chega na recepção...

- Foi aqui que pediram uma pizza de calabresa?

O rapaz olha pra Luciana, que não acredita no que vê: Marcos, vestido em uma jaqueta de motoboy, boné e uma mochila nas costas, com uma pizza de calabresa, um suco de acerola, vários medicamentos para gripe e um vaso de flores!

- Marcos! Não acredito! Você é ótimo, seu bobo!

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⏰ Última atualização: Mar 08, 2017 ⏰

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Lord Marcus de KissesOnde histórias criam vida. Descubra agora