Capítulo VI

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Feliz Feriado <3

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- Isso nunca me aconteceu antes! - repetiu pela terceira vez. Era a fala mais comum depois de um homem falhar na cama e eu estava ouvindo ela pela primeira vez na vida, olhando fixamente para o homem enrolado no lençol sentado à minha frente.

- Acontece né... Quer dizer meu ex nunca falhou, mas minhas amigas dizem que isso é comum...

- Carolina, isso não está ajudando - disse visivelmente constrangido.

- Desculpa, Eduardo... Sabe o que acho engraçado de tudo isso? - ele negou com a cabeça - você ter o mesmo nome do meu ex. Quantos Eduardos devem existir no mundo?

- Eduardo é um nome comum.

- Ainda sim. Mas, quantos Eduardos estão inscritos no site "Encontro às cegas?" É quantos deles cruzaram o perfil justamente com o meu? O salto que ele deu da cama completamente nu fez eu controlar a minha língua.

- Desculpa! Desculpa!- gesticulei com as mãos - Cá estou eu novamente falando feito uma louca.

- Louca não! Mas tagarela sim- sorriu- enquanto vestia a calça jeans.

- Eu falo sem parar quando estou preocupada com algo.

- Quando pretende fazer o exame? É a melhor forma de retirar esse peso dos seus ombros? Suas mãos tocaram meus ombros, o toque carinhoso, que há tempo eu não sentia.

Ah o exame! O responsável por fazer o Eduardo II não funcionar. Eu não consegui ir para a cama com ele sem contar da suspeita da minha gravidez e desatei a falar sobre isso.

- Eu não estou grávida. Não sinto nenhum dos sintomas da gravidez - Ele me olhou desconfiado - tá, com exceção do meu ciclo está atrasado.

- E de você desmaiar no trabalho e chorar compulsivamente depois que... fez o sinal negativo indicado que o Eduardo II não havia funcionado.

- Eu fiquei sentida por você. Sei como vocês homem levam a sério esse lance de falhar na cama.

Uma gargalhada alta ecoou pelo meu quarto. Eduardo precisou sentar na cama devido o estado do seu corpo enquanto sorria tele chegava a tremer o tronco, lágrimas já escapavam dos seu rosto.

- Você é única! - falou ainda sem conter a gargalhada.

- Vou interpretar isso como um elogio - disse com a testa franzida.

- Vem cá - estendeu a mão para mim que aceitei sentando ao seu lado. Eu nunca conheci ninguém como você.

- Não precisa mentir para me fazer se sentir melhor, porque eu... o restante da frase ficou incompleta pois seus dedos tocaram meus lábios silenciando-os.

- Estou sendo absolutamente sincero. Você é franca, fala o que vem à cabeça e só depois pondera. Isso é bom.

- A minha falta de filtro é algo bom? Você deveria dizer isso ao meu chefe, a minha mãe, aos meus amigos e em especial ao meu ex. Ele vivia dizendo que eu o constrangia...

- Eu acrescentaria a sua falta de foco como algo positivo. Já a sua obsessão por falar do seu ex com seu novo parceiro algo extremamente negativo.

- Eu não tenho obsessão pelo meu ex, talvez eu fale um pouco dele - olhou descrente - tá talvez fale um pouco mais do que deveria dele, mas é porque você me lembra ele.

- Sou tão imbecil e egoísta assim?

- Ei, de onde tirou que ele é assim?

- Carolina, você passou a noite inteira falando dele e ao menos que eu tenha as características que você relatou, que eu acredito que não. Nós somos completamente diferentes.

- O nome não é o suficiente para isso- rebateu como adivinhando meus pensamentos. - Não vai dizer nada?

- Não sou capaz de opinar.

- Então só obedece. Vamos a farmácia comprar um exame, levanta!

- Esses exames não são 100 % seguros, amanhã eu faço o exame

- Então se é assim, vamos dormir para amanhã acordarmos logo cedo e fazermos esse exame.

- Você vai comigo?

- Sim, não tenho tanta certeza que você irá sozinha.

- Eu prefiro ir só - menti. Na verdade eu gostaria de alguém ao meu lado nesse momento.

- Ok - deu de ombros e deitou na cama puxando o lençol até o peito.

- Você vai dormir? Aqui na minha cama? Apontei para um Eduardo que já estava espalhado na cama.

- Sim, fico de mau humor após uma noite mal dormida. Bocejou.

- Você não acha que é estranho? Quero dizer não temos intimidade para isso. Claro que considerando que a gente quase fez sexo...

- Então temos intimidade para dividir a cama. Assenti e permaneci em silêncio. Ocupei o lugar ao lado do seu da cama e deitei virando para o lado oposto.

- O que vai acontecer se eu tiver grávida? - falei alto.

- Você vai ter um bebê tagarela feito a mãe, com covinhas no rosto e tudo mais.

- Eduardo! Você se incomoda de ir embora... Apenas o ouvir ressonar ou ao menos fingir que estava dormindo. Alguns minutos depois também caio profundamente em sono.

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O que acharam do capítulo? Esperam que tenham se divertido, assim como me diverti escrevendo =D

Não esqueçam do voto!

Com amor,

Isis Fogaça <3

Encontro Marcado *** DEGUSTAÇÃO ***Onde histórias criam vida. Descubra agora