XVI - O Diabo

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– Com licença – a secretária disse entrando – O senhor...

– Lúcifer Morningstar chegou – Lúcifer adentrou a sala de ímpeto – Muito prazer.

Marco se assustou e ficou longos segundos olhando a mão do homem estendida em sua direção. Passou os olhos e analisou o terno que era perfeitamente sua medida.

– Sente-se – Marco saiu do transe e apertou a sua mão – Obrigado, Mary.

Mary não escutou a ordem do chefe. Ela estava olhando para Lúcifer, mexendo nos cabelos e mordendo o lábio inferior. Marco repetiu e ela piscou forte e saiu da sala relutante, mas antes de fechar a porta mandou um beijo para Lúcifer.

– É um prazer conhecê-lo – Marco disse ignorando a ação da secretária.

– Foi um prazer conhecer aquela beldade – Lúcifer disse apontando para a porta – Depois vou pegar o número dela.

Marco sorriu e ficou em silêncio.

– Algum problema? – Lúcifer perguntou.

– Não. De forma alguma – Marco disse rapidamente – Só estou impressionado com o seu português – ele desconversou – Apesar de um pequeno sotaque você fala muito bem.

– Muito obrigado.

– Você é de onde mesmo? – Marco perguntou. – Los Angeles?

– Do Paraíso – ele respondeu – Na verdade o Paraíso foi minha primeira casa, mas se você lembra da história, eu fui expulso.

– Como? – Marco perguntou confuso – Pelo que eu li você faz parte de um grupo de cidadãos que ajudam a polícia nas horas vagas e que você administra uma boate.

– Sim – ele respondeu – A Lux fica em L.A – ele tirou um cartão e entregou ao diretor – Caso você vá para lá algum dia, faça uma visita.

– Com prazer, mas você... – Marcos começou a dizer, mas Lúcifer o interrompeu.

– Qual o motivo que fez as bruxas pediriam ajuda ao Diabo?

– O motivo... – Marco se interrompeu – Como você sabe que somos bruxos?

– Eu sou o Diabo.

– Eu não estou...

– Pelo amor de meu Pai – Lúcifer reclamou – Não é possível que você não tenha percebido. Você também é um "ser místico" – ele fez aspas com as mãos – Vai dizer que você me chamou aqui apenas pela minha beleza?

– Eu li notícias ao seu respeito – Marco comentou – Adivinhações, prisão de criminosos e outras coisas. Boatos sobre esse poder, mas nada tão convincente, então deixei de lado.

– Adivinhações – Lúcifer repetiu com desprezo – Assim você me ofende.

– Afinal... – Marco disse analisando o homem – O que você é de verdade?

– Você já sabe a resposta – Lúcifer respondeu – Mas você não quer aceitar. Eu achei que estaria finalmente lidando com pessoas que entenderiam, mas vocês são iguais ao restante dos humanos comuns.

– O que você quer dizer com isso?

– Mesmo sendo seres místicos, mesmo lidando com essas coisas no dia a dia, você ainda precisa ver e ouvir para ter a confirmação... – a cada palavra dita por Lúcifer era carregada por desprezo – Mas se você quer essa confirmação eu vou te dar.

– Acho que...

– Meu nome é Lúcifer Morningstar, o anjo caído. Em outras crenças sou conhecido como: Capeta, Belzebu, Satanás e o mais conhecido, e cá entre nós o melhor, o Diabo – ele começou – Me rebelei contra as ordens de meu Pai, Deus todo poderoso, e fui banido para o Inferno, mas eu cansei daquela merda. Me dei umas férias e agora vivo em L.A. – Marco estava paralisado enquanto o homem falava – Diga-me Marco – Lúcifer olhou firme para o diretor sorrindo, seus olhos estavam vermelhos e ele se inclinou na mesa – Quais são seus desejos mais profundos?

The Sects Battle (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora